14/10/2009
E quando você menos espera uma dúvida vem e coloca em xeque e instiga seus pensamentos. Durante o casamento da Camila, o do post anterior, uma dúvida me veio à mente: será que as pessoas casam simplesmente por não terem coragem de olhar para seus relacionamentos e questionarem se ainda são produtivos? Se realmente estão na etapa de casar, mesmo com anos de namoro?
Não sei, não mesmo. No caso da Camila com certeza não. Ela e o Paulinho já namoravam há pelo menos quatro anos e moravam juntos há uns dois e meio, foi só para oficializar mesmo, fazer a festa pra família, já estavam casados. Amigado com fé casado é. No caso dela não, mas e nos outros? E nos casos onde a família da noiva é tradicional, ela não pode morar com o namorado antes de casar e vai ter que descobrir como é acordar ao lado dele durante uma semana inteira já na prática?
Os casais heterossexuais devem satisfação à sociedade, estão dentro dela e seus relacionamentos são guiados por ideais milenares de fidelidade, amor eterno e família. Uma noiva poderia fazer o questionamento antes de casar e adiar a data? Poderia, mas fico imaginando como seria para ela dar a notícia para a família, dizer que talvez não esteja pronta para casar, que prefere pensar mais.
O vestido já está sendo feito há meses, as madrinhas já trocam e-mails falando de seus vestidos para não chegar uma igual à outra, os pais já começaram a pagar a festa, a lua-de-mel já com passagens compradas e por aí vai. Como se adiar tudo isso em nome de uma certeza que vai te guiar, supostamente, para a vida toda fosse um grande trabalho.
E tem ainda aquele desejo feminino de casar na igreja, de branco, com marcha nupcial, docinhos tipo bem-casado (comi toneladas no casamento da Camila), fotos, pajem, daminhas e quilômetros de véu. Tudo isso deixa a mulher meio perturbada mesmo, acho que dias antes do casamento elas estão estressadas também pelos motivos que dizem, mas acho que muito mais por não terem feito o questionamento. Acabam se casando por comodismo, hábito, costume, e muita pressão, claro.
Eu comentei minha dúvida com uma amiga e ela fez cara de quem também se inquietou. Será realmente que o casamento (não para todos, repito) é o próximo passo depois de anos de namoro? Será que se a noiva ou o noivo olharem para trás e se questionarem se o casamento é o passo seguinte mesmo haveria tantos casamentos?
--------------------------------------------------------------------------------
Escrito por Hélio Filho às 18h37 (3) Vários Comentários
--------------------------------------------------------------------------------
Casando – Parte I13/10/2009
Fui padrinho de mais um casamento neste ano. Sábado cheguei em Londrina (PR) feliz por participar de mais uma dessas cerimônias na igreja. Somando batizados e casamentos, eu acho que é a quinta vez que vou à missa neste ano em ocasiões especiais. Já estou virando expert em ser padrinho. Ta precisando de um? Pode me chamar que eu arrumo a malinha e me jogo para onde for já com a vela do batismo na mão ou o terno do casório no corpo.
É engraçado porque eu acho que serei padrinho de mais uns seis casamentos da minha turma de faculdade, um grupo de uns 10 amigos que se amam. Eu, o Gui e mais oito meninas, todas minhas discípulas na arte de como não se tornar uma mulher frustrada, mal-comida. Em junho foi a Marê que casou com o Stéfano. No sábado foi a Camila, que casou com o Paulinho. Aí já tem um agendado para novembro de 2010, quando a Marina e o Luís vão se casar depois de uns oito anos de namoro.
Mas eu queria falar mesmo do casamento da Camila, o último. Além de todas aquelas coisas que todo casamento tem, algumas merecem ser destacadas. Primeiro que eu era o único homem na igreja e na festa que não usava camisa lisa com gravata listrada, mas sim camisa listrada com gravata lisa. Aí todo mundo confirmou a diferença entre os padrinhos e convidados. A cerimônia foi linda, eu chorei horrores e meu emocional ficou arrasado. Minha cabeça não parava de lembrar dos momentos bons que passamos juntos durante esses seis anos que nos conhecemos (se eu não fosse gay essa frase seria motivo de divórcio). Chorei sim, chorei mesmo.
Mas a coisa pegou mesmo na festa. Essas oito meninas têm uma coreografia especial da música “Can’t take my eyes of you” onde elas fazem uma fila e meio que dançam ao estilo cancan, o que sempre era feito em todas as nossas festas. E não foi diferente no casamento. A noiva (ainda não muito bêbada) pegou o microfone, subiu no palco e começou a chamar “todas as meninas da minha sala de faculdade, minhas amigas lindas que eu amo. Só as meninas aqui no palco. Vem Maria Fernanda, Vivi, Berta, você também, Hélio, Marina, Priscila...”. Sim, acabei entrando no rolo e dançando a coreografia, com direito a registro em vídeo e fotografias.
Como se não bastasse, minha amiga que me ama muito fez questão de me chamar de novo ao palco, sempre gritando no microfone na frente de todo mundo, porque “tá tocando Shakira, eu sempre lembro de você”. E lá fui eu dançar “Estoy aqui” (sim, Estoy aqui) sem beber nada, sem nada de tóxico no sangue, na cara limpa, à base de amor por ela. Não teria feito nenhuma das duas coisas se não fosse por ela, se não fosse em um momento tão especial para ela. Nessas horas nossa vergonha some e tudo o que você quer é ver sua amiga sorrindo no dia mais especial da vida feminina dela.
Ok, nesta altura da festa meu outing estava mais do que completo. Apertei o botão do foda-se e fui curtir a festa com meus amigos. Mas sempre tem alguém que não segura a onda. Um homem casado, pai de filhos, cabelos grisalhos e muita bebida na cabeça começou a me cercar, fazia quibinho (que era um quibão) olhando pra mim, ficava passando e esbarrando, encarando sem parar e até me seguindo no banheiro sem sucesso. Achei um absurdo ele, que era parente do noivo, ficar querendo dar vazão aos seus desejos bem naquela hora. A mulher dele estava do lado dele, o irmão idem, toda a família. Que vergonha, que absurdo.
Não há nada mais patético para ser visto do que o espetáculo de quem é enrustido dá quando bebe um pouco mais. Lamentável e com certeza broxante. Não, comigo não. Fugi a noite toda (e espalhei pra festa toda o que tava rolando, claro). Mas livre dele, eis que surge um primo que é meio primo (esses rolos de família) da noiva puxando papo. Questionando, querendo saber, querendo conversar, querendo... Fugi de novo, não ia rolar fazer a puta da esquina e catar o bofe no banheirão em pleno casamento. Respeito os outros para ser respeitado (todo mundo deveria fazer o mesmo, né?).
Aí depois de escapar de dois viados, gays, bichas, mariconas – e uso os apelidos para confirmar o que eles eram, homossexuais como eu, mesmo querendo esconder – eu tive uma surpresa maravilhosa: ganhei um beijo de um menino, mas menino mesmo, de três anos. Ele estava brincando com as bolhas de sabão que eu estava fazendo, se divertindo pencas. Aí minha amiga que estava de um lado meu pediu um beijo, ele deu, a outra, que estava do meu outro lado, também pediu e ele deu. Aí quando eu menos espero, a mãe dele virou e disse: “agora dá um beijinho nele (eu) também, meu filho”. E o menino veio com sua doçura de criança e me deu aqueles beijinhos fofos de criança na bochecha.
Primeiro fiquei paralisado com a atitude da mãe dele. Uma mãe de verdade, que desde cedo ensina ao filho que ele deve tratar todo mundo com carinho e que beijar o rosto de um gay não transforma ninguém em gay, bissexual. Foi uma das atitudes mais nobres que eu vi na minha vida, de verdade. Fiquei bem emocionado, lisonjeado, me senti valorizado, humano. Aí continuei pensando e achei irônico o menininho me dar um beijo sem preocupações enquanto os dois adultos me desejavam, mas tinham que se segurar por medo.
Engraçado é que é bem provável que esse menino cresça aquele tipo lindo de heterossexual que protege gays, beija no rosto, abraça e pede conselhos, coisas de amigo, tipo um Rodolfo, um Thiago na minha vida. Já com os adultos, ah, esses são caso perdido mesmo. O casado vai continuar imaginando uns pêlos no peito da mulher dele e o solteiro vai continuar jogando sua cantada barata fora para descobrir se “algum cara discreto, boa pinta, tranquilão e fora do meio que queira um lance com outro brother” o deseja. O menininho vai casar porque quer, com quem quer, como a Camila, não como o parente do noivo, por pressão. Ponto para a felicidade de quem?
--------------------------------------------------------------------------------
Escrito por Hélio Filho às 18h23 (4) Vários Comentários
--------------------------------------------------------------------------------
Çéquíssú 06/10/2009
Vamos falar de sexo, sim, esse ê xis ó. Vamos falar sobre quem acha que não precisa fazer nada na cama, só ser bonito e ter um bom você sabe o quê. Estava há pouco aqui no corredor do Mix conversando com um amigo de identidade não-revelada e ele reclamou que foi fazer um bofe e o bofe não fazia nada. Nadinha. Aí ele me disse que levantou e colocou a roupa, foi embora e deu o recado, disse que o cara precisava melhorar muito ainda.
É engraçado porque eu já tive essa experiência, e foi péssima. O cara era inteligente, educado, bonito e tudo mais, mas era pior do que um homem machista transando, não interagia, não pegava, não você sabe o quê. Assim não dá, assim não pode. A sensação que dá é de nadar, nadar, na DAR e morrer na praia porque quando o mais gostoso é para acontecer, aquela coisa de pega no outro, outro pegar em você, você em você, o outro nele mesmo e assim vai, quando a coisa ia esquentar já tinha acabado.
Eu, e acredito que meu amigo da conversa e todas as bichas que passaram por isso, ficava com aquela sensação de quando você é criança e vai ao parque, aí compra uma pintosa bexiga com gás Hélio (não eu, o gás nobre, aquele que faz balões voarem) e basta um momento sem seu comando para ela subir aos céus, sem sentar à direita de Deus pai, todo-poderoso, claro. Mas vai, aí você fica lá de baixo olhando a bexiga subir, subir, subir e ir embora para bem longe da sua mão.
Sua diversão vai embora e aí só te sobra aquela cara de coroinha que cometeu flatulência na igreja em frente ao padre. Mas a culpa não é sua, minha ou do meu amigo, a culpa é de quem ou é muito egoísta/cêntrico ou não sabe mesmo fazer um bom lerê. Não me considero o François Sagat, mas no básico me garanto, sei que a outra pessoa tem também que sentir prazer, e é melhor ainda se ela sente esse prazer comigo, olhando na minha cara (e dizendo palavras impublicáveis, adoro!).
No caso das egoístas/cêntricas o problema é lá para a terapeuta. Trabalha essa síndrome de filho único que passa. Mas com quem não sabe é diferente, vale tentar dar uma ensinadinha, mostrar caminhos pelos quais a outra pessoa pode descobrir prazer te dando prazer também. É uma via de mão dupla essencial. Particularmente sinto muito tesão vendo o prazer do outro proporcionado por mim, me sinto capaz de fazer isso, ali a minha frente está a prova de que eu sou capaz não só de bater uma no banheiro, mas usar meus conhecimentos sexuais para fazer um outro, pelo qual eu passo para construir meu autoconhecimento, gozar, gostar e pedir mais.
Embasando-me mais uma vez apenas no meu limitado conhecimento para dizer algo, acredito que isso acontece muito com os caras que são somente ativos. Todo mundo sabe que pelo menos a maioria deles acha que domina simplesmente por ser mais másculo, ser só ativo, acredita que é o macho da relação. Ah, purfa, né? E se é bem dotado a coisa piora, acha que é só sentar e ver estrelas às custas de astronautas dedicados em suas habilidades manuais e orais.
Definitivamente não. Relação para mim que tem um macho é selvagem, sou homem, macho é o bicho, o que não é a fêmea. E essa coisa de achar que subjuga simplesmente por penetrar é um preconceito tão bobo e antigo quanto dizer que gays são só passivos, quem é ativo não. Bobagem, coisa de gente que realmente não aprendeu ainda que o sexo, mesmo quando é uma supermegaultrarapidinha, precisa de duas pessoas para ser feito, senão fica esfregação, masturbação vazia e sem sentido.
Bom mesmo é se proteger sempre e se jogar nesse delicioso abismo que é o sexo, fazer sexo. Tem que se entregar, dar e receber - e não só você sabe o quê. Acredito cada vez mais que as pessoas mal comidas são o câncer da sociedade, freudianamente falando, são reprimidas e, logo, histéricas. E o “mal comidas” nesse caso fala sobre as pessoas que comem, acho bom chamar de mal alimentadas então! Tá com fome? Como diz minha avó: vai na rua, mata um homem e come.
--------------------------------------------------------------------------------
Escrito por Hélio Filho às 18h30 (6) Vários Comentários
--------------------------------------------------------------------------------
Volta30/09/2009
Estava de férias, voltei hoje, colocando as coisas em ordem de novo.
--------------------------------------------------------------------------------
Escrito por Hélio Filho às 17h32 (1) Apenas 1 comentário
--------------------------------------------------------------------------------
Tic11/09/2009
Hare babado fortíssimo. Hoje acaba “Caminho das Índias”, que eu adoro como toda boa novela. Infelizmente perdi as surras da Ivone (Yvone?), a volta do Raul e a revelação da Maya sobre o filho dalit. Pois é, acompanhei a novela quase toda e nos momentos mais legais eu perdi, mas ok. O capítulo de ontem durou quase duas horas e eu, claro, não perdi um segundo. Hoje então... O meu consolo, não aquele das lojas de luzes coloridas piscando (não tenho esse), é que na segunda-feira começa “Viver a vida”, do Manoel Carlos, que é um dos meus autores de novela preferidos.
Deve ser porque gosto da simplicidade e as novelas dele são super detalhistas, cotidianas, comuns sem serem vulgares. É claro que vai ter um Dr. Moretti que atende o Leblon todo, uma Helena que sofre e ama e que no fim será feliz, muita gente rica, culta e bonita, a Lília Cabral como mulher problemática, o José Mayer como garanhão e músicas do Vinicius de Moraes e Tom Jobim.
Aí a gente que mora aqui em São Paulo vai ser obrigado a chegar em casa depois de ter tomado nossa chuva diária, depois de ter enfrentado nosso trânsito diário, depois de ter sofrido nossos empurrões diários no metrô e tudo mais do cotidiano paulistano e ainda ver os cariocas se esbaldando no Leblon/ Ipanema ao som de bossa nova. O morro Dois Irmãos no cenário ensolarado enquanto você pensa na terça-feira paulistana, na saída do feriado, na...
Mas isso é novela, uma fuga da realidade, 60 minutos de fantasia da realidade. Depois que passei um ano todo da faculdade estudando todos os aspectos das telenovelas com minha professora metade brasileira, metade colombiana suspeita de ser das Farc, eu nunca mais vi novela do mesmo jeito. Na foto abaixo, como seria o fim de “Caminho das Índias” se o mundo fosse menos preconceituoso. Tic?
--------------------------------------------------------------------------------
Escrito por Hélio Filho às 12h05 (2) Vários Comentários
--------------------------------------------------------------------------------
I will survive08/09/2009
Eu simplesmente acho o cúmulo quando em uma festa heterossexual toca “I will survive” e todo mundo olha para a bicha do recinto. É só começar a tocar as primeiras notas na caixa de som que aquela sua amiga louca atravessa a pista gritando “a sua música, beee” e apontando para a sua cara. Um outing total. E o pior é que as pessoas acham que só porque você é gay é obrigado a dançar “I will survive”, dublar, fazer a Maria Louca, rir, gritar, dar bafão. Eu não vou sobreviver a isso, não mesmo.
Isso é comum e eu acho que deva ser mais uma tentativa dos heterossexuais em deixar os gays que eles gostam à vontade, uma maneira de dizer que está tudo bem. É como aquele namorado da sua amiga que te faz perguntas como forma de conversar com você, mas fica horrorizado com as respostas. Como eu sempre digo, só faça uma pergunta se você está preparado para a resposta.
Mas não precisa, não precisa mesmo tratar o gay, a lésbica, a travesti, a trans - e mais toda uma infinidade de gente do arco-íris que se define por si próprio - para dizer que é friendly. Ser friendly é simplesmente não ser nada, não ter tratamento especial, pudores especiais e olhares policiados. Ser friendly é ser normal, falar sem tom cuidadoso e não precisar se desculpar se chamou alguém de viado na sua frente porque você sabe que não é pejorativo.
Ser friendly é chamar a amiga bicha quando toca qualquer música fervida, não só “I will survive”, Madonna, Lady Gaga ou Britney. Prefiro quando toca Raul!
--------------------------------------------------------------------------------
Escrito por Hélio Filho às 17h08 (2) Vários Comentários
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Como ajudar quem não quer ser ajudado?
27/10/2009
Sim, como? Ou então, como se sentir não podendo ajudar quem precisa de ajuda? E ajuda em todos os sentidos, física, emocional, monetária, psicológica e tudo mais. É uma dúvida constante na minha cabeça o que eu devo fazer além de tudo que já fiz para ajudar o amigo, o familiar, “aspessoatudo”. Porque chega uma hora em que você não tem mais como avançar porque a outra pessoa colocou entre vocês uma enorme barreira, muitas vezes até inconsciente, logo, mais perigosa e dura.
E isso sempre acontece. Sempre tem alguém que você gosta e está precisando de algum tipo de ajuda. Dá agonia ver a pessoa caindo, caindo e caindo sem parar e você lá de cima olhando, com cara de quem não sabe se caga ou sai da moita, se pula junto ou sai correndo. É uma sensação de impotência sem precedentes, um vazio na seção da amizade.
E a culpa sempre ronda sorrateira sua mente, se aproveitando daqueles rápidos momentos onde a clareza das ideias te abandona e dá lugar à dúvida: deveria eu ter tentado mais? Poderia eu fazer algo além? E nessa dúvida você se consome por dias, procura saídas para se livrar dela pensando em como ajudar mais quem não quer ser ajudado. Bate cabeça, estala os dedos, cantarola e nada, nenhuma mínima opção aparece.
Isso porque chega uma hora em que infelizmente você precisa soltar a mão dessa pessoa, a deixar cair mesmo. Até porque só quem chega ao fundo do poço dá o real valor à luz do topo. Os dedos dela vão deslizar dolorosamente pelos seus, os olhos dela vão procurar os seus com um olhar confuso entre o desejo pela salvação e o comodismo feliz da derrota. Mas deixe-a cair, fazer barulho na água lá do fundo.
Aprendi que só posso ajudar quem realmente quer (e merece) ser ajudado. Como disse a cartomante do Irving quando ele foi fazer a matéria da última Junior, “as pessoas são como são”. Tem gente que é feliz caindo no poço, você vai discordar? Não tem como, no máximo tentar ajudar para não sentir aquela culpa filha da p¨%$ que se você não controla te corrói, destrói e até enlouquece. Tem gente que se sente amada quando se vitimiza, se sente valorizada quando se menospreza e se sente muito bem (mesmo mostrando o contrário) quando tudo está uma bela porcaria.
Você não verá pessoas que não querem ser ajudadas levantando suas nádegas do sofá para ir bater cabelo atrás da vida. No cotidiano delas, as tragédias são fortes emoções que movimentam um dia-a-dia marcado pelo alto teor de dramatização de cada pequeno detalhe fora do lugar, cada pequena conta de casa atrasada em um dia que seja. O fim do mundo para quem não quer ser ajudado é uma bela visão porque subentende um novo começo. A esperança não morre para essas pessoas, apenas muda seu curso, sai da caixa de Pandora para habitar uma fase da vida que estará sempre além das mãos de quem se resigna. A esperança nunca morre, mas tarda e pode nunca chegar para quem não quer ser ajudado.
--------------------------------------------------------------------------------
Escrito por Hélio Filho às 17h40
Sim, como? Ou então, como se sentir não podendo ajudar quem precisa de ajuda? E ajuda em todos os sentidos, física, emocional, monetária, psicológica e tudo mais. É uma dúvida constante na minha cabeça o que eu devo fazer além de tudo que já fiz para ajudar o amigo, o familiar, “aspessoatudo”. Porque chega uma hora em que você não tem mais como avançar porque a outra pessoa colocou entre vocês uma enorme barreira, muitas vezes até inconsciente, logo, mais perigosa e dura.
E isso sempre acontece. Sempre tem alguém que você gosta e está precisando de algum tipo de ajuda. Dá agonia ver a pessoa caindo, caindo e caindo sem parar e você lá de cima olhando, com cara de quem não sabe se caga ou sai da moita, se pula junto ou sai correndo. É uma sensação de impotência sem precedentes, um vazio na seção da amizade.
E a culpa sempre ronda sorrateira sua mente, se aproveitando daqueles rápidos momentos onde a clareza das ideias te abandona e dá lugar à dúvida: deveria eu ter tentado mais? Poderia eu fazer algo além? E nessa dúvida você se consome por dias, procura saídas para se livrar dela pensando em como ajudar mais quem não quer ser ajudado. Bate cabeça, estala os dedos, cantarola e nada, nenhuma mínima opção aparece.
Isso porque chega uma hora em que infelizmente você precisa soltar a mão dessa pessoa, a deixar cair mesmo. Até porque só quem chega ao fundo do poço dá o real valor à luz do topo. Os dedos dela vão deslizar dolorosamente pelos seus, os olhos dela vão procurar os seus com um olhar confuso entre o desejo pela salvação e o comodismo feliz da derrota. Mas deixe-a cair, fazer barulho na água lá do fundo.
Aprendi que só posso ajudar quem realmente quer (e merece) ser ajudado. Como disse a cartomante do Irving quando ele foi fazer a matéria da última Junior, “as pessoas são como são”. Tem gente que é feliz caindo no poço, você vai discordar? Não tem como, no máximo tentar ajudar para não sentir aquela culpa filha da p¨%$ que se você não controla te corrói, destrói e até enlouquece. Tem gente que se sente amada quando se vitimiza, se sente valorizada quando se menospreza e se sente muito bem (mesmo mostrando o contrário) quando tudo está uma bela porcaria.
Você não verá pessoas que não querem ser ajudadas levantando suas nádegas do sofá para ir bater cabelo atrás da vida. No cotidiano delas, as tragédias são fortes emoções que movimentam um dia-a-dia marcado pelo alto teor de dramatização de cada pequeno detalhe fora do lugar, cada pequena conta de casa atrasada em um dia que seja. O fim do mundo para quem não quer ser ajudado é uma bela visão porque subentende um novo começo. A esperança não morre para essas pessoas, apenas muda seu curso, sai da caixa de Pandora para habitar uma fase da vida que estará sempre além das mãos de quem se resigna. A esperança nunca morre, mas tarda e pode nunca chegar para quem não quer ser ajudado.
--------------------------------------------------------------------------------
Escrito por Hélio Filho às 17h40
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Calma, meu saco ainda está normal e não ficou grandão, não é isso que quis dizer no título. Eu confesso que estou gostando bastante da Miley Cyrus. É isso. Prontofalei. Bem franco. O clipe abaixo é pro Rodrigo Barros, um dos meus leitores mais assíduos dentre os milhões que acessam meu blog. Rodrigo, o melhor lugar do mundo é onde estamos, seja lá onde for. Tem sempre um bom olhar que quer ver as coisas ruins como boas. Bom fim de semana!
Escrito por Hélio Filho às 13h54
(0) Comente
O que querem as pessoas simplesmente pessoas?
03/09/2009
Depois do tetrapost (adoro neologismos) sobre o desejo das pessoas compromissadas, descompromissadas, comprometidas e descomprometidas ficou faltando falar das que não se encaixam em nenhuma dessas definições, feitas por mim sem base científica ou valor acadêmico, só para deixar claro. Ficaram faltando as pessoas simplesmente pessoas, e eu recebi alguns e-mails e comentários cobrando isso. Sim, eu ia falar sobre elas, mas ainda não era hora. Agora sim eu posso por um motivo que revelo depois, talvez.Pessoas simplesmente pessoas, que eu chamarei aqui de pessoas apenas, querem acima de tudo ser entendidas porque elas entendem o mundo como ele deve ser. Não como a religião, o Estado, o seu amigo fervido ou sua mãe falou que deveria ser, mas como suas experiências te moldaram para vê-lo. Pode parecer capricorniano demais falar isso, mas o mundo amoroso é prático, há séculos as pessoas amam de variadas formas, com variados objetivos e pelas mais variadas combinações. Por isso, é só observar um pouco para ver como acertar. Pessoas querem ser entendidas em sua visão simples, simples assim.Para as pessoas não há traição, não há MSN falso, não há caixa de mensagens esvaziada por medo e muito menos mal-estar na cama. Simplesmente porque elas sabem que para viver um bom amor ele deve ser sincero, límpido, transparente como uma lágrima de alegria que cai quando o amado aperta sua mão e beija sua boca. Não é sonho, não é fantasia, é realidade simples, pura. Pessoas querem ser entendidas como são, por isso somente as outras pessoas conseguem isso. Quando uma pessoa simplesmente pessoa encontra com alguma das outras quatro definições que fiz o resultado é desastroso, o amor é desencontrado e o beijo amarga, seca, magoa.Ser entendido significa ser amado pelo que se é, pelo que se acredita, faz, briga ou ama. Pessoas têm alma aberta para se deliciarem nas oportunidades que a vida oferece, e nem precisa ser um amor de conto de fadas, precisa apenas ser amor, que é diferente para cada um. Pessoas querem se sentir desejadas porque desejam, querem se sentir amadas porque amam, querem se sentir respeitadas porque respeitam, não querem ser traídas porque não traem (não vou definir traição, isso varia conforme o casal). Querem a certeza der que o beijo é real e não vai ser interrompido por uma festa incrível, um compromisso profissional inadiável ou até mesmo pelo esquecimento do outro.E amar é sim tudo nessa vida, tudo porque amar é bem mais do que apenas gostar de alguém, é aceitar, compartilhar, somar, dividir, multiplicar, estar, ser, entender, defender, perpetuar, sentir, chorar, transar, gozar, olhar, rir, andar de mãos dadas na rua como se ninguém mais existisse. Gays pessoas são aqueles que assumem que têm ou já tiveram perfil naquele site de pegação, que vão à sauna aquecer o corpão, que já fizeram a três (quatro, cinco...), que são ciumentas e que podem trair (mas traição consentida e sabida pelo outro é traição?). Não usam véus de pudor, não atendem celular longe, não abrem o MSN apenas quando sozinhas.Para pessoas, as simplesmente pessoas, a vida é curta demais e o tempo voa enquanto você se preocupa se seu namorado está teclando com o ativo22cmzonasul, se está em casa com alguém ou se foi ao banheiro da buatchy e fez mais coisas do que devia. São seres humanos capazes de confiar no outro porque dentro deles ainda existe essa capacidade, uma certa ingenuidade ainda, boa, necessária para uma vida leve. Você deve conhecer um casal que não se desgruda, que se adora e que não vem reclamar um do outro para você. Se não conhece, ainda vai conhecer, pelo menos eu espero que sim, você só tem a ganhar. Essas pessoas são aquelas que se dão as mãos onde estiverem, se abraçam, se acariciam, se curtem em seu mundo perfeito construído pela força da certeza, do companheirismo. O emprego existe na rotina quando necessário, o terceiro cara da transa só chega quando tudo está esclarecido entre o casal, a festa incrível só vai ter graça se em boa companhia. Ninguém precisa abrir mão das coisas que gosta para ser simplesmente pessoas, pelo contrário, são nossas escolhas, preferências e rejeições que dizem quem somos. O que é preciso aprender com as pessoas é que o ser humano não precisa fazer nada que não queira, não precisa namorar por carência, não precisa ficar com 10 em uma noite para se sentir amado. Todo mundo é gente, todo mundo chora, tem coco fedido, contas a pagar e uma família louca. Todo mundo é gente, todo mundo é pessoa simplesmente pessoa, mas nem todo mundo quer ser simples, por isso existem as outras quatro definições, o que eu acho bem cafona de existir em pleno Terceiro Milênio. Bom mesmo é ser simplesmente pessoa e ser amado por isso, como eu fui.
Escrito por Hélio Filho às 16h17
(2) Vários Comentários
Mooseeká
28/08/2009
Depois de quatro posts variações de um mesmo tema, é bom dar uma refrescada por aqui antes de encerrar essa saga sobre o desejo humano. Por isso nada melhor do que uma musqueeenha. O clipe é da Miley Cyrus, que eu não gostava muito porque me remetia à Hannah Montana. Mas não é que a menina é boa mesmo? “Fly on the wall” fala daquela vontade de ser uma mosquinha na parede para saber de tudo o que acontece. Bom findjjji!
Escrito por Hélio Filho às 13h23
(0) Comente
O que querem as pessoas descompromissadas?
21/08/2009
Nada, tudo, quase tudo, quase nada. Elas querem cada hora uma coisa porque a cada hora são uma pessoa diferente. E isso não é ruim e nem quer dizer falsidade, o caráter continua o mesmo, mudam os desejos, as prioridades. Pessoas descompromissadas, em sua maioria geminianos e aquarianos, são soltas por natureza, não gostam de dar satisfação, não querem discutir a relação e qualquer cara feia já é motivo para um não, não te quero mais. Gente de alma solta no vento e com os pés voando naquele espaço que existe entre a incerteza e o inesperado. Gostam de emoções fortes e um sorvete no parque em uma tarde agradável é algo impensável.As pessoas descompromissadas me parecem as que estão em maior número hoje em dia. Elas querem ir para a festa mais legal da noite, com a roupa mais legal da noite, com a bebida mais cara da noite e na companhia de todas as mais bonitas da noite. Não estão erradas, cada um quer uma coisa e deve buscar o que faz feliz. E essas pessoas querem viver, sem pensar muito no que isso quer dizer e apenas abrindo os braços para os ventos do destino as guiar. Por isso mudam tanto, a cada pequena rajada de vento a proa mira outros mares e os que ficaram para trás se tornam apenas um passado, um poderia ter sido, não foi, beijomeliganãovousofrer.Elas estão tão bem consigo mesmas que se bastam, querem apenas um companheiro de viagem noite adentro, e madrugada adentro, afora, adentro, afora. Seus poucos momentos ao lado desse companheiro de viagem podem ser rápidos, mas são intensos. Os descompromissados, ironicamente, são compromissados em se entregar para valer, já que aquela é uma oportunidade única na vida deles, como eles pensam. Por isso o sexo deles é selvagem, de fazer subir nas paredes, o papo é sempre alegre e os programas juntos muito agitados, sociais, badalados. São pessoas que descobriram um modo de vida que lhes parece certo, e muito prazeroso, e por ele caminham. O futuro só a Deus pertence e um relacionamento pode acontecer, mas não terá cenas singelas como a colheita de uma flor perto do banco da praça, é mais fácil a foto em uma coluna social (de verdade, tá? Tipo Danuza, queridinha). Será atribulado, social, dividido com muitos amigos, contatos profissionais e ex-namoricos. É bom e alegre estar com uma pessoa descompromissada, mas também chato e quase asqueroso quando você presencia o peso de um passado hedonista que teima em ser presente por essa falta de compromisso. Está aí um ponto importante: não deixar a descompromissada se fazer passar por descomprometida. Porque tem muita gente que berra aos quatro ventos que é fiel, que quer um relacionamento, quer construir, dividir, somar, multiplicar, fazer a geometria do amor e na hora em que o relacionamento engrena ela cansa, volta a ser descompromissada e f*&¨%-se, quem quiser que acompanhe o ritmo, rápido, delas. É aí que muda o tom do discurso, começa-se a pensar em abrir a relação usando desculpas esdrúxulas que beiram a ignorância, como dizer que porque um casal é formado por dois homens não precisa ser fiel, o que além de ser preconceituoso, clichê e errado é muito senso comum, falta de criatividade.E isso é um perigo, porque uma pessoa descomprometida quer se comprometer, não ficar ao léu esperando uma migalha de atenção da pessoa descompromissada que se passa por descomprometida. Sempre ocupada com tudo ao mesmo tempo (ou seja, nada), a descompromissada deixa cair sua máscara de romantismo e mostra a sua de hedonismo. Uma bobagem fazer isso, em um mundo tão cada vez mais cheio de questões mais urgentes as pessoas ainda se preocupam em querer ser perfeitas, como se nós, humanos, não fôssemos reconhecidos como tais por nossos defeitos. Quando você conhece uma pessoa descompromissada achando que é descomprometida é o céu, ela quer tudo que você quer, vai fazer tudo que você também quer fazer, quer casar, ter um cachorro, ficar junto para o resto da vida, ou até o próximo ataque de hedonismo vir e você ver a máscara cair de novo. As pessoas descompromissadas são ótimas, mas deveriam pensar duas vezes nas pessoas antes de saírem por aí fazendo promessas. Hoje em dia não é preciso namorar anos para noivar e mais anos para casar. O sexo foi liberto e você o consegue sendo sincero, basta acreditar que se você é descompromissado é porque te faz bem e é assim que você deve agir. As pessoas descompromissadas são subjetivas, leves, circulantes, sedentas. Por isso, misteriosas, intrigantes, encantadoras, como as sereias. Bom mesmo é seguir o conselho de Homero e tapar os ouvidos para o belo canto se você quer seguir sua viagem para além do pequeno território delas. Porque o canto das sereias é belo, gostoso, atraente, mas te faz mal e impede você de seguir viagem, não dura para sempre. A não ser que você faça a Odisseu e se amarre. Mas aí vai uma dica: deixe-se amarrar (pode ser literalmente) por quem está na mesma onda que você. Senão você fica à deriva em alto-mar e o outro morre na praia.
Escrito por Hélio Filho às 17h37
(4) Vários Comentários
O que querem as pessoas compromissadas?
Compromisso, óbvio. Mas o compromisso delas pode ser de vários tipos: tem quem case com o trabalho, quem case com a família, quem case com os estudos, quem case com uma missão espiritual ou até mesmo, pasmem, quem case com o namorado. O que importa é se sentir compromissado, ter algo pelo que levantar todo dia de manhã, seja lá para que. É a necessidade de ter algo em mente para ser executado, sentir preocupação (não muita, ok?) com algum desafio, algo a ser realizado.É mais comum as pessoas compromissadas casarem com o trabalho. Capricornianos e taurinos são os que mais fazem isso. Então a pessoa compromissada depende daquilo para viver (não só no sentido econômico) e organizar sua vida a partir disso - porque tem gente que vive e nunca consegue organizar sua vida. Então essas pessoas não se importam em sair de madrugada do trabalho, levar relatórios ou qualquer outro tipo de documento para analisar em casa em vez de ver a novela e passar o Dia dos Namorados enfiadas em algum projeto para o futuro, aproveitando seu tempo profissionalmente enquanto a maioria o faz emocionalmente.Não só porque são pessoas racionais demais e muitas vezes acreditam que namorar é agendar encontros entre uma reunião e outra, mas também porque nem todo mundo é movido a sentimento, o que não quer dizer uma predominância da racionalidade. Não significa uma predominância racional porque pode ser que algumas dessas pessoas sejam almas tão vazias e sem rumo de si mesmas que se apegam àquilo que têm de mais certo em suas vidas: a rotina de compromissos. Fica mais fácil viver assim, mais fácil, talvez não melhor.Pessoas compromissadas acordam com seu dia planejado, suas tarefas definidas e até suas refeições com menu escolhido. Isso porque nada pode atrapalhar o planejamento dos compromissos. Então, um pequeno imprevisto vira um furacão imenso. Elas acreditam (e quem vai dizer que é errado?) que precisam enxergar coisas que fazem parte deste planejamento, por isso muitas vezes passam batidas por um bofe lindo, uma mulher estonteante, uma travesti exuberante ou tudo isso ao mesmo tempo (ui).Aí fica uma dica: para se fazer notar pelas pessoas compromissadas não é preciso necessariamente que você seja uma delas, não. É preciso que você seja interessante, mais interessante do que o relatório a ser lido, a conta a ser paga ou a oração a ser feita. É exatamente aí que mora o problema, porque as pessoas descompromissadas não querem nem saber de fazer muitas concessões, investir muito em um perfil interessantemente sério, elas são elas mesmas ou quem escolheram ser. As comprometidas têm o problema da indecisão e as descomprometidas da falta de certeza de que pode render um comprometimento. Sim, complicado.Restam as pessoas compromissadas como elas mesmas ou as simplesmente pessoas, que são todas e nenhuma ao mesmo tempo. Agora imagine como é uma pessoa compromissada namorando outra.... “Oi, te dou um beijo naquela reunião das três?” “Amor, faz um relatório do seu adultério?” É claro que isso é só um exagero, mas a coisa é meio por aí. Corre-se o risco de fazer sexo com hora marcada e passar o aniversário de namoro fazendo planilhas – ao mesmo tempo em que você goza da sensação de que se conseguiu conquistar uma pessoa compromissada, coisa difícil de acontecer. Mas quando acontece e você consegue tirar a planilha da mão dele, o que só depende da sua capacidade e poder de sedução, ah, queridaaa! Aí a coisa pega fogo, você tem a certeza do gostar, do construir, do vou estar aqui e isso enche muita gente de tesão. Que o diga eu. As pessoas compromissadas são aquelas maçãs do alto do pé daquele ditado popular bem famoso. Trepe e alcance-as, ou vice-versa.
Escrito por Hélio Filho às 13h18
(1) Apenas 1 comentário
O que querem as pessoas descomprometidas?
19/08/2009
Primeiro é bom separar os descomprometidos, aqueles que não namoram, dos descompromissados, aqueles que nem querem saber de namorar. As pessoas descomprometidas buscam sua metade platônica, o calor do abraço no começo do sono. É claro que essa busca é cheia de escolhas erradas, expectativas nunca atendidas e desejos que só existem de um lado da relação. Administrar isso, esse espaço entre o ideal e o real, é ser tolerante, desejar a companhia de verdade.As pessoas descomprometidas muitas vezes abrem mão de suas convicções mais fortes em nome de um possível comprometimento. Não sabem viver sem se dedicar, dividir, somar. Então querem ficar completas com alguém que goste mais do recheio do que do biscoito, já que você gosta mais do biscoito do que do recheio. Querem alguém que goste mais de drama do que de ficção científica, já que você tem horror ao espaço sideral. Mas nem sempre conseguem.O que querem as pessoas descomprometidas é suprir a necessidade que têm de jorrar seu amor para além de si mesmas, em uma entrega profunda que só um sentimento assim proporciona. Mas nem sempre elas conseguem, repito. Nasce daí uma frustração, uma descrença no comprometimento, no ideal de amor, uma queda da poesia romântica embalada por anos no coração do amante. Essa é a hora em que fica claro que o autoconhecimento é tudo nessa vida. Basta se conhecer para saber que a frustração é algo superficial, que só cultiva rancor. Basta se conhecer para saber que você pode ser uma pessoa muita mais bonita, por dentro e por fora, do que você imagina. Basta se conhecer para se valorizar, não cair na armadilha de namorar alguém por carência, medo da solidão. Basta se conhecer para adorar sua própria companhia, ficar bem consigo e, aí sim, ficar bem com os outros. As pessoas descomprometidas buscam se comprometer, mas muitas vezes ficam no meio do caminho por medo dessa frustração, do “não deu certo mais uma vez”. Não pode. O medo afasta a possibilidade de uma conversa gostosa no meio da noite, um calorzinho de tesão quando o telefone toca ou os sonhos loucos com alguém com quem quer se comprometer. As pessoas descomprometidas só querem ser comprometidas, falta só com quem. Agora, o que querem as pessoas descompromissadas? Ah, isso eu conto no próximo post.
Escrito por Hélio Filho às 17h32
(1) Apenas 1 comentário
Escrito por Hélio Filho às 13h54
(0) Comente
O que querem as pessoas simplesmente pessoas?
03/09/2009
Depois do tetrapost (adoro neologismos) sobre o desejo das pessoas compromissadas, descompromissadas, comprometidas e descomprometidas ficou faltando falar das que não se encaixam em nenhuma dessas definições, feitas por mim sem base científica ou valor acadêmico, só para deixar claro. Ficaram faltando as pessoas simplesmente pessoas, e eu recebi alguns e-mails e comentários cobrando isso. Sim, eu ia falar sobre elas, mas ainda não era hora. Agora sim eu posso por um motivo que revelo depois, talvez.Pessoas simplesmente pessoas, que eu chamarei aqui de pessoas apenas, querem acima de tudo ser entendidas porque elas entendem o mundo como ele deve ser. Não como a religião, o Estado, o seu amigo fervido ou sua mãe falou que deveria ser, mas como suas experiências te moldaram para vê-lo. Pode parecer capricorniano demais falar isso, mas o mundo amoroso é prático, há séculos as pessoas amam de variadas formas, com variados objetivos e pelas mais variadas combinações. Por isso, é só observar um pouco para ver como acertar. Pessoas querem ser entendidas em sua visão simples, simples assim.Para as pessoas não há traição, não há MSN falso, não há caixa de mensagens esvaziada por medo e muito menos mal-estar na cama. Simplesmente porque elas sabem que para viver um bom amor ele deve ser sincero, límpido, transparente como uma lágrima de alegria que cai quando o amado aperta sua mão e beija sua boca. Não é sonho, não é fantasia, é realidade simples, pura. Pessoas querem ser entendidas como são, por isso somente as outras pessoas conseguem isso. Quando uma pessoa simplesmente pessoa encontra com alguma das outras quatro definições que fiz o resultado é desastroso, o amor é desencontrado e o beijo amarga, seca, magoa.Ser entendido significa ser amado pelo que se é, pelo que se acredita, faz, briga ou ama. Pessoas têm alma aberta para se deliciarem nas oportunidades que a vida oferece, e nem precisa ser um amor de conto de fadas, precisa apenas ser amor, que é diferente para cada um. Pessoas querem se sentir desejadas porque desejam, querem se sentir amadas porque amam, querem se sentir respeitadas porque respeitam, não querem ser traídas porque não traem (não vou definir traição, isso varia conforme o casal). Querem a certeza der que o beijo é real e não vai ser interrompido por uma festa incrível, um compromisso profissional inadiável ou até mesmo pelo esquecimento do outro.E amar é sim tudo nessa vida, tudo porque amar é bem mais do que apenas gostar de alguém, é aceitar, compartilhar, somar, dividir, multiplicar, estar, ser, entender, defender, perpetuar, sentir, chorar, transar, gozar, olhar, rir, andar de mãos dadas na rua como se ninguém mais existisse. Gays pessoas são aqueles que assumem que têm ou já tiveram perfil naquele site de pegação, que vão à sauna aquecer o corpão, que já fizeram a três (quatro, cinco...), que são ciumentas e que podem trair (mas traição consentida e sabida pelo outro é traição?). Não usam véus de pudor, não atendem celular longe, não abrem o MSN apenas quando sozinhas.Para pessoas, as simplesmente pessoas, a vida é curta demais e o tempo voa enquanto você se preocupa se seu namorado está teclando com o ativo22cmzonasul, se está em casa com alguém ou se foi ao banheiro da buatchy e fez mais coisas do que devia. São seres humanos capazes de confiar no outro porque dentro deles ainda existe essa capacidade, uma certa ingenuidade ainda, boa, necessária para uma vida leve. Você deve conhecer um casal que não se desgruda, que se adora e que não vem reclamar um do outro para você. Se não conhece, ainda vai conhecer, pelo menos eu espero que sim, você só tem a ganhar. Essas pessoas são aquelas que se dão as mãos onde estiverem, se abraçam, se acariciam, se curtem em seu mundo perfeito construído pela força da certeza, do companheirismo. O emprego existe na rotina quando necessário, o terceiro cara da transa só chega quando tudo está esclarecido entre o casal, a festa incrível só vai ter graça se em boa companhia. Ninguém precisa abrir mão das coisas que gosta para ser simplesmente pessoas, pelo contrário, são nossas escolhas, preferências e rejeições que dizem quem somos. O que é preciso aprender com as pessoas é que o ser humano não precisa fazer nada que não queira, não precisa namorar por carência, não precisa ficar com 10 em uma noite para se sentir amado. Todo mundo é gente, todo mundo chora, tem coco fedido, contas a pagar e uma família louca. Todo mundo é gente, todo mundo é pessoa simplesmente pessoa, mas nem todo mundo quer ser simples, por isso existem as outras quatro definições, o que eu acho bem cafona de existir em pleno Terceiro Milênio. Bom mesmo é ser simplesmente pessoa e ser amado por isso, como eu fui.
Escrito por Hélio Filho às 16h17
(2) Vários Comentários
Mooseeká
28/08/2009
Depois de quatro posts variações de um mesmo tema, é bom dar uma refrescada por aqui antes de encerrar essa saga sobre o desejo humano. Por isso nada melhor do que uma musqueeenha. O clipe é da Miley Cyrus, que eu não gostava muito porque me remetia à Hannah Montana. Mas não é que a menina é boa mesmo? “Fly on the wall” fala daquela vontade de ser uma mosquinha na parede para saber de tudo o que acontece. Bom findjjji!
Escrito por Hélio Filho às 13h23
(0) Comente
O que querem as pessoas descompromissadas?
21/08/2009
Nada, tudo, quase tudo, quase nada. Elas querem cada hora uma coisa porque a cada hora são uma pessoa diferente. E isso não é ruim e nem quer dizer falsidade, o caráter continua o mesmo, mudam os desejos, as prioridades. Pessoas descompromissadas, em sua maioria geminianos e aquarianos, são soltas por natureza, não gostam de dar satisfação, não querem discutir a relação e qualquer cara feia já é motivo para um não, não te quero mais. Gente de alma solta no vento e com os pés voando naquele espaço que existe entre a incerteza e o inesperado. Gostam de emoções fortes e um sorvete no parque em uma tarde agradável é algo impensável.As pessoas descompromissadas me parecem as que estão em maior número hoje em dia. Elas querem ir para a festa mais legal da noite, com a roupa mais legal da noite, com a bebida mais cara da noite e na companhia de todas as mais bonitas da noite. Não estão erradas, cada um quer uma coisa e deve buscar o que faz feliz. E essas pessoas querem viver, sem pensar muito no que isso quer dizer e apenas abrindo os braços para os ventos do destino as guiar. Por isso mudam tanto, a cada pequena rajada de vento a proa mira outros mares e os que ficaram para trás se tornam apenas um passado, um poderia ter sido, não foi, beijomeliganãovousofrer.Elas estão tão bem consigo mesmas que se bastam, querem apenas um companheiro de viagem noite adentro, e madrugada adentro, afora, adentro, afora. Seus poucos momentos ao lado desse companheiro de viagem podem ser rápidos, mas são intensos. Os descompromissados, ironicamente, são compromissados em se entregar para valer, já que aquela é uma oportunidade única na vida deles, como eles pensam. Por isso o sexo deles é selvagem, de fazer subir nas paredes, o papo é sempre alegre e os programas juntos muito agitados, sociais, badalados. São pessoas que descobriram um modo de vida que lhes parece certo, e muito prazeroso, e por ele caminham. O futuro só a Deus pertence e um relacionamento pode acontecer, mas não terá cenas singelas como a colheita de uma flor perto do banco da praça, é mais fácil a foto em uma coluna social (de verdade, tá? Tipo Danuza, queridinha). Será atribulado, social, dividido com muitos amigos, contatos profissionais e ex-namoricos. É bom e alegre estar com uma pessoa descompromissada, mas também chato e quase asqueroso quando você presencia o peso de um passado hedonista que teima em ser presente por essa falta de compromisso. Está aí um ponto importante: não deixar a descompromissada se fazer passar por descomprometida. Porque tem muita gente que berra aos quatro ventos que é fiel, que quer um relacionamento, quer construir, dividir, somar, multiplicar, fazer a geometria do amor e na hora em que o relacionamento engrena ela cansa, volta a ser descompromissada e f*&¨%-se, quem quiser que acompanhe o ritmo, rápido, delas. É aí que muda o tom do discurso, começa-se a pensar em abrir a relação usando desculpas esdrúxulas que beiram a ignorância, como dizer que porque um casal é formado por dois homens não precisa ser fiel, o que além de ser preconceituoso, clichê e errado é muito senso comum, falta de criatividade.E isso é um perigo, porque uma pessoa descomprometida quer se comprometer, não ficar ao léu esperando uma migalha de atenção da pessoa descompromissada que se passa por descomprometida. Sempre ocupada com tudo ao mesmo tempo (ou seja, nada), a descompromissada deixa cair sua máscara de romantismo e mostra a sua de hedonismo. Uma bobagem fazer isso, em um mundo tão cada vez mais cheio de questões mais urgentes as pessoas ainda se preocupam em querer ser perfeitas, como se nós, humanos, não fôssemos reconhecidos como tais por nossos defeitos. Quando você conhece uma pessoa descompromissada achando que é descomprometida é o céu, ela quer tudo que você quer, vai fazer tudo que você também quer fazer, quer casar, ter um cachorro, ficar junto para o resto da vida, ou até o próximo ataque de hedonismo vir e você ver a máscara cair de novo. As pessoas descompromissadas são ótimas, mas deveriam pensar duas vezes nas pessoas antes de saírem por aí fazendo promessas. Hoje em dia não é preciso namorar anos para noivar e mais anos para casar. O sexo foi liberto e você o consegue sendo sincero, basta acreditar que se você é descompromissado é porque te faz bem e é assim que você deve agir. As pessoas descompromissadas são subjetivas, leves, circulantes, sedentas. Por isso, misteriosas, intrigantes, encantadoras, como as sereias. Bom mesmo é seguir o conselho de Homero e tapar os ouvidos para o belo canto se você quer seguir sua viagem para além do pequeno território delas. Porque o canto das sereias é belo, gostoso, atraente, mas te faz mal e impede você de seguir viagem, não dura para sempre. A não ser que você faça a Odisseu e se amarre. Mas aí vai uma dica: deixe-se amarrar (pode ser literalmente) por quem está na mesma onda que você. Senão você fica à deriva em alto-mar e o outro morre na praia.
Escrito por Hélio Filho às 17h37
(4) Vários Comentários
O que querem as pessoas compromissadas?
Compromisso, óbvio. Mas o compromisso delas pode ser de vários tipos: tem quem case com o trabalho, quem case com a família, quem case com os estudos, quem case com uma missão espiritual ou até mesmo, pasmem, quem case com o namorado. O que importa é se sentir compromissado, ter algo pelo que levantar todo dia de manhã, seja lá para que. É a necessidade de ter algo em mente para ser executado, sentir preocupação (não muita, ok?) com algum desafio, algo a ser realizado.É mais comum as pessoas compromissadas casarem com o trabalho. Capricornianos e taurinos são os que mais fazem isso. Então a pessoa compromissada depende daquilo para viver (não só no sentido econômico) e organizar sua vida a partir disso - porque tem gente que vive e nunca consegue organizar sua vida. Então essas pessoas não se importam em sair de madrugada do trabalho, levar relatórios ou qualquer outro tipo de documento para analisar em casa em vez de ver a novela e passar o Dia dos Namorados enfiadas em algum projeto para o futuro, aproveitando seu tempo profissionalmente enquanto a maioria o faz emocionalmente.Não só porque são pessoas racionais demais e muitas vezes acreditam que namorar é agendar encontros entre uma reunião e outra, mas também porque nem todo mundo é movido a sentimento, o que não quer dizer uma predominância da racionalidade. Não significa uma predominância racional porque pode ser que algumas dessas pessoas sejam almas tão vazias e sem rumo de si mesmas que se apegam àquilo que têm de mais certo em suas vidas: a rotina de compromissos. Fica mais fácil viver assim, mais fácil, talvez não melhor.Pessoas compromissadas acordam com seu dia planejado, suas tarefas definidas e até suas refeições com menu escolhido. Isso porque nada pode atrapalhar o planejamento dos compromissos. Então, um pequeno imprevisto vira um furacão imenso. Elas acreditam (e quem vai dizer que é errado?) que precisam enxergar coisas que fazem parte deste planejamento, por isso muitas vezes passam batidas por um bofe lindo, uma mulher estonteante, uma travesti exuberante ou tudo isso ao mesmo tempo (ui).Aí fica uma dica: para se fazer notar pelas pessoas compromissadas não é preciso necessariamente que você seja uma delas, não. É preciso que você seja interessante, mais interessante do que o relatório a ser lido, a conta a ser paga ou a oração a ser feita. É exatamente aí que mora o problema, porque as pessoas descompromissadas não querem nem saber de fazer muitas concessões, investir muito em um perfil interessantemente sério, elas são elas mesmas ou quem escolheram ser. As comprometidas têm o problema da indecisão e as descomprometidas da falta de certeza de que pode render um comprometimento. Sim, complicado.Restam as pessoas compromissadas como elas mesmas ou as simplesmente pessoas, que são todas e nenhuma ao mesmo tempo. Agora imagine como é uma pessoa compromissada namorando outra.... “Oi, te dou um beijo naquela reunião das três?” “Amor, faz um relatório do seu adultério?” É claro que isso é só um exagero, mas a coisa é meio por aí. Corre-se o risco de fazer sexo com hora marcada e passar o aniversário de namoro fazendo planilhas – ao mesmo tempo em que você goza da sensação de que se conseguiu conquistar uma pessoa compromissada, coisa difícil de acontecer. Mas quando acontece e você consegue tirar a planilha da mão dele, o que só depende da sua capacidade e poder de sedução, ah, queridaaa! Aí a coisa pega fogo, você tem a certeza do gostar, do construir, do vou estar aqui e isso enche muita gente de tesão. Que o diga eu. As pessoas compromissadas são aquelas maçãs do alto do pé daquele ditado popular bem famoso. Trepe e alcance-as, ou vice-versa.
Escrito por Hélio Filho às 13h18
(1) Apenas 1 comentário
O que querem as pessoas descomprometidas?
19/08/2009
Primeiro é bom separar os descomprometidos, aqueles que não namoram, dos descompromissados, aqueles que nem querem saber de namorar. As pessoas descomprometidas buscam sua metade platônica, o calor do abraço no começo do sono. É claro que essa busca é cheia de escolhas erradas, expectativas nunca atendidas e desejos que só existem de um lado da relação. Administrar isso, esse espaço entre o ideal e o real, é ser tolerante, desejar a companhia de verdade.As pessoas descomprometidas muitas vezes abrem mão de suas convicções mais fortes em nome de um possível comprometimento. Não sabem viver sem se dedicar, dividir, somar. Então querem ficar completas com alguém que goste mais do recheio do que do biscoito, já que você gosta mais do biscoito do que do recheio. Querem alguém que goste mais de drama do que de ficção científica, já que você tem horror ao espaço sideral. Mas nem sempre conseguem.O que querem as pessoas descomprometidas é suprir a necessidade que têm de jorrar seu amor para além de si mesmas, em uma entrega profunda que só um sentimento assim proporciona. Mas nem sempre elas conseguem, repito. Nasce daí uma frustração, uma descrença no comprometimento, no ideal de amor, uma queda da poesia romântica embalada por anos no coração do amante. Essa é a hora em que fica claro que o autoconhecimento é tudo nessa vida. Basta se conhecer para saber que a frustração é algo superficial, que só cultiva rancor. Basta se conhecer para saber que você pode ser uma pessoa muita mais bonita, por dentro e por fora, do que você imagina. Basta se conhecer para se valorizar, não cair na armadilha de namorar alguém por carência, medo da solidão. Basta se conhecer para adorar sua própria companhia, ficar bem consigo e, aí sim, ficar bem com os outros. As pessoas descomprometidas buscam se comprometer, mas muitas vezes ficam no meio do caminho por medo dessa frustração, do “não deu certo mais uma vez”. Não pode. O medo afasta a possibilidade de uma conversa gostosa no meio da noite, um calorzinho de tesão quando o telefone toca ou os sonhos loucos com alguém com quem quer se comprometer. As pessoas descomprometidas só querem ser comprometidas, falta só com quem. Agora, o que querem as pessoas descompromissadas? Ah, isso eu conto no próximo post.
Escrito por Hélio Filho às 17h32
(1) Apenas 1 comentário
terça-feira, 18 de agosto de 2009
O que querem as pessoas comprometidas?
18/08/2009
O mundo gay, se é que existe um que não seja apenas uma parcela do mundo como um todo, é mesmo muito engraçado. Existem regras, não sei se dá para chamar assim, normas de conduta aceitáveis bem diferentes do chamado mundo heterossexual (branco, judaico-cristão, capitalista). São comportamentos que provam à toda hora que o mundo é mesmo feito de escolhas. Existem casais, muitos, que levam o tal do relacionamento aberto, onde não existe cerca para pular, camisa para costurar para fora ou testa para colocar um belo chifre. Não chega a ser normal, mas é comum e eu admiro quem tem a sinceridade de dizer na lata a verdade quando te conhece. E toda bicha pode topar com um deles por aí, a metade de um casal soltinho. Quando rola a sinceridade e você sabe até onde dá para ir, ou até onde vai para dar, não tem crise para quem é solteiro. Afinal, você é solteiro, quem é comprometido é ele, tudo é consentido e entre maiores de idade e depois do suspiro profundo do orgasmo você continua não precisando dar satisfação (até porque já deu, já satisfez). Mas nem sempre essas pessoas pensam assim e acabam fazendo um rolo na sua cabeça.Um rolo porque ao mesmo tempo em que está bem definido, claro, límpido, óbvio que só vai rolar um lerê de cama já que ele já tem namorado, nem sempre o ele da história se dá conta disso. Eu acho que é porque algumas pessoas precisam muito estar no controle da situação, e nesta situação o controle é do solteiro, convenhamos. Então tem gente que além de manter o jardim de casa quer aparar a grama do vizinho, não só visitar. E então tudo se complica.Complica porque a linha que separa o te ligar para um “boa noite” do “vem cá meu bofe gostoso” fica tão tênue que some. Aí você não sabe se embarca na onda gostosa de uma conquista sem futuro (ou não, vai saber) ou finca o pé no chão e continua nos poucos momentos intensos. Como bom capricorniano, fico com a segunda. E fico porque eu sou humano, tenho sentimentos e eles podem ser cativados por palavras doces, toques de arrepiar cada fio de pêlo e momentos divididos que batem fundo no coração mesmo que o tempo passe; os momentos de eternidade, que certa vez ouvi de uma metade dessas. Então, meu conselho, que se fosse bom eu alugaria (porque vender nessa crise tá bravo), é aproveitar cada coisa conforme seu propósito. Entrar em cada situação com tudo muito bem esclarecido. É só sexo? É sexo e papo? É sexo, papo e companhia? Vale repetir a sinceridade de dizer que é comprometido para dizer também se é só uma visita ou se vai ficar para o jantar. E dizer o que quer, com todas as letras, para eu nunca mais fazer a pergunta do título.
18/08/2009
O mundo gay, se é que existe um que não seja apenas uma parcela do mundo como um todo, é mesmo muito engraçado. Existem regras, não sei se dá para chamar assim, normas de conduta aceitáveis bem diferentes do chamado mundo heterossexual (branco, judaico-cristão, capitalista). São comportamentos que provam à toda hora que o mundo é mesmo feito de escolhas. Existem casais, muitos, que levam o tal do relacionamento aberto, onde não existe cerca para pular, camisa para costurar para fora ou testa para colocar um belo chifre. Não chega a ser normal, mas é comum e eu admiro quem tem a sinceridade de dizer na lata a verdade quando te conhece. E toda bicha pode topar com um deles por aí, a metade de um casal soltinho. Quando rola a sinceridade e você sabe até onde dá para ir, ou até onde vai para dar, não tem crise para quem é solteiro. Afinal, você é solteiro, quem é comprometido é ele, tudo é consentido e entre maiores de idade e depois do suspiro profundo do orgasmo você continua não precisando dar satisfação (até porque já deu, já satisfez). Mas nem sempre essas pessoas pensam assim e acabam fazendo um rolo na sua cabeça.Um rolo porque ao mesmo tempo em que está bem definido, claro, límpido, óbvio que só vai rolar um lerê de cama já que ele já tem namorado, nem sempre o ele da história se dá conta disso. Eu acho que é porque algumas pessoas precisam muito estar no controle da situação, e nesta situação o controle é do solteiro, convenhamos. Então tem gente que além de manter o jardim de casa quer aparar a grama do vizinho, não só visitar. E então tudo se complica.Complica porque a linha que separa o te ligar para um “boa noite” do “vem cá meu bofe gostoso” fica tão tênue que some. Aí você não sabe se embarca na onda gostosa de uma conquista sem futuro (ou não, vai saber) ou finca o pé no chão e continua nos poucos momentos intensos. Como bom capricorniano, fico com a segunda. E fico porque eu sou humano, tenho sentimentos e eles podem ser cativados por palavras doces, toques de arrepiar cada fio de pêlo e momentos divididos que batem fundo no coração mesmo que o tempo passe; os momentos de eternidade, que certa vez ouvi de uma metade dessas. Então, meu conselho, que se fosse bom eu alugaria (porque vender nessa crise tá bravo), é aproveitar cada coisa conforme seu propósito. Entrar em cada situação com tudo muito bem esclarecido. É só sexo? É sexo e papo? É sexo, papo e companhia? Vale repetir a sinceridade de dizer que é comprometido para dizer também se é só uma visita ou se vai ficar para o jantar. E dizer o que quer, com todas as letras, para eu nunca mais fazer a pergunta do título.
Terra
14/08/2009
É engraçado pensar que a Terra está viva. É claro que isso sempre foi assim, ninguém nunca ensinou o contrário (a não ser alguns mais pessimistas), mas sentir isso fisicamente é diferente. E na Amazônia isso fica claro, é um tapa na cara de realidade, a Terra está viva e vibra. Andando pelo enorme Rio Solimões dá para sentir o coração do planeta literalmente vibrando, e juro que não era o motor do barco.A sensação que dá é que a selva te abraça, bem Mãe Natureza mesmo. O legal é ir para curtir essas coisas, se conectar mesmo com a natureza, sentir a textura da folha, pegar no tronco da árvore centenária e se deslumbrar com o espelho sem fim que a água forma. Na selva amazônica tudo parece estar sobre uma pintura impressionista, como se a árvore real quisesse dizer que até ela pode ser bem mais do que simplesmente é ali, naquela hora. A gente sempre pode se projetar para fora de si mesmo. E o céu de noite não tem adjetivo que classifique. Para quem há um tempinho não vê as estrelas sem muita luz por perto, olhar para o céu da noite amazônica foi como entrar em um telescópio sem destino, com a única missão de ficar apreciando cada brilho de cada pequena, grande, média, ofuscada ou brilhante estrela. E tem milhões delas, infinitas, para fazer os olhos sumirem no meio de uma manta de pequenos pontos de diamantes em um veludo negro.Quando se entra na selva, ah, aí sim, aí você sente realmente quem é, um animal mesmo, inserido em um sistema perfeito orquestrado por essa energia do coração da Terra. Como deveria ser, como era. O Homem volta a ficar impotente diante de tantas árvores gigantes, sucuris enormes e uma riqueza de vegetação que só mesmo quem mora lá faz tempo para conseguir caminhar por ela sem se perder. Tudo é verde, selvagem.E eu curti mesmo essa viagem de natureza, me deixei levar e tive uma experiência inenarrável, contada apenas na boca de siri para alguns poucos amigos. Coisas que só a maior floresta do mundo pode reservar. Essa conexão com a natureza eu tenho desde quando morava por muito tempo no Pantanal, mas ficou mais forte, mais elaborada e esclarecedora. É bom se dar conta de algumas coisas enquanto é tempo, como ir para a Amazônia antes que tudo lá vire propriedade de ONGs internacionais.
Escrito por Hélio Filho às 15h27
(1) Apenas 1 comentário
Muito
11/08/2009
Voltei da Amazônia com tanta coisa para pensar que preciso de mais um dia para postar sobre a viagem, ok? Beijomeliga (se tiver meu número).
14/08/2009
É engraçado pensar que a Terra está viva. É claro que isso sempre foi assim, ninguém nunca ensinou o contrário (a não ser alguns mais pessimistas), mas sentir isso fisicamente é diferente. E na Amazônia isso fica claro, é um tapa na cara de realidade, a Terra está viva e vibra. Andando pelo enorme Rio Solimões dá para sentir o coração do planeta literalmente vibrando, e juro que não era o motor do barco.A sensação que dá é que a selva te abraça, bem Mãe Natureza mesmo. O legal é ir para curtir essas coisas, se conectar mesmo com a natureza, sentir a textura da folha, pegar no tronco da árvore centenária e se deslumbrar com o espelho sem fim que a água forma. Na selva amazônica tudo parece estar sobre uma pintura impressionista, como se a árvore real quisesse dizer que até ela pode ser bem mais do que simplesmente é ali, naquela hora. A gente sempre pode se projetar para fora de si mesmo. E o céu de noite não tem adjetivo que classifique. Para quem há um tempinho não vê as estrelas sem muita luz por perto, olhar para o céu da noite amazônica foi como entrar em um telescópio sem destino, com a única missão de ficar apreciando cada brilho de cada pequena, grande, média, ofuscada ou brilhante estrela. E tem milhões delas, infinitas, para fazer os olhos sumirem no meio de uma manta de pequenos pontos de diamantes em um veludo negro.Quando se entra na selva, ah, aí sim, aí você sente realmente quem é, um animal mesmo, inserido em um sistema perfeito orquestrado por essa energia do coração da Terra. Como deveria ser, como era. O Homem volta a ficar impotente diante de tantas árvores gigantes, sucuris enormes e uma riqueza de vegetação que só mesmo quem mora lá faz tempo para conseguir caminhar por ela sem se perder. Tudo é verde, selvagem.E eu curti mesmo essa viagem de natureza, me deixei levar e tive uma experiência inenarrável, contada apenas na boca de siri para alguns poucos amigos. Coisas que só a maior floresta do mundo pode reservar. Essa conexão com a natureza eu tenho desde quando morava por muito tempo no Pantanal, mas ficou mais forte, mais elaborada e esclarecedora. É bom se dar conta de algumas coisas enquanto é tempo, como ir para a Amazônia antes que tudo lá vire propriedade de ONGs internacionais.
Escrito por Hélio Filho às 15h27
(1) Apenas 1 comentário
Muito
11/08/2009
Voltei da Amazônia com tanta coisa para pensar que preciso de mais um dia para postar sobre a viagem, ok? Beijomeliga (se tiver meu número).
Chairlift para o friozinho
24/07/2009
Chairlift é uma banda de Nova York que toca um som bem legal, meio lounge, mas nada daquelas músicas para segurar taça de champagne e posar para a foto. Depois de dois dias de chuva sem parar em São Paulo, o fim de semana promete ser calminho. Pegue seu edredon, a caneca de chá/café/seiláoquê e dá um play no vídeo abaixo, "Planet Health".
Escrito por Hélio Filho às 18h21
(2) Vários Comentários
Sónusucu
21/07/2009
E não é que hoje faz nove meses que eu parei de beber completamente? O tempo passa tão rápido que a gente nem vê, só sente que se acostumou a ir para a pixxxta com um gelado refrigerante na mão, ou água de côco, delícia. Parei de beber e suas consequências, aquilo de uma coisa puxa a outra, sabe? E sim, eu vou para a balada normalmente, danço a noite toda e me divirto, ao contrário do que a maioria das pessoas acredita.Dá sim para se divertir sem beber, sem isso ou aquilo. Mas não é fácil, você só se diverte de cara limpa depois de ter sujado a cara, quando está bem consigo, e estar bem consigo acaba se tornando uma consequência. Ser abstêmio não traz só bons resultados no corpo, na saúde, mas na mente também. Tudo fica mais claro de ser visto, você consegue enxergar em perspectiva e lançar o olhar além do copo, da mesa.Mas isso não é uma crítica para quem gosta de meter o pé na jaca, pelo contrário, cada um faz o que acha que faz a si mais feliz. Quando eu usava essa fruta grande de pantufas aos fins de semana era bem legal, adorava voltar para casa meio-dia, zzzuper bem, daquele jeito. É legal, é gostoso e quem achar que deve tem todo o direito de se jogar.Prova disso é que acabei ficando de irmão são todas as vezes que saio (quatro vezes neste ano), jogo água na nuca do amigo para refrescar, dou a mão para o outro segurar enquanto balança a cabeça sem parar sem nexo algum, guardo o dinheiro do que vai entrar no dark, abano quem está virando o olho e fico sempre atento às elzeiras que querem se aproveitar das jogadas. E é legal, é uma forma de demonstrar carinho e cuidado com os amigos, sem julgar, como deve ser. Passou mal? Compra uma Coca-Cola gelada pro amigo e sente-o para um descanso.Como nem tudo são rosas, tem a parte ruim de não conseguir conversar muito com as pessoas simplesmente porque você ainda está em um mundo tridimensional e não foi parar na sétima dimensão, aquela onde você pega o passaporte na cabine fechada do banheiro. Aí fica f%$# mesmo. Primeiro porque o gato não pára de dançar para falar com você direito, segundo que a dicção fica completamente alterada com os maxilares rijos o tempo todo, terceiro que o suadouro da sudorese é um pouco nojento e quarto que se você conseguir superar tudo isso ainda corre o risco de ter uma noite bem “mole” por causa dos efeitos colaterais dessa sétima dimensão. Mas ok, tem gente interessada em tudo e com certeza a realidade prova que esse povo tem sua cara-metade. Nove meses depois, eu agora espero a noite de sexta-feira ansioso para dormir bem cedo e ter uma boa e bem longa noite de sono que acaba só por volta das 10 da manhã do sábado. Aliás, a manhã de sábado sem álcool nas veias é tão linda que por si só valeria a abstinência, o sol, o calor e um dia inteiro a ser construído com calma. Sem contar que sua cabeça está leve, seu nariz consegue respirar e sua consciência não vai te golpear flashes vergonhosos da noite passada durante todo o dia. Um brinde ao suco de laranja na balada!
24/07/2009
Chairlift é uma banda de Nova York que toca um som bem legal, meio lounge, mas nada daquelas músicas para segurar taça de champagne e posar para a foto. Depois de dois dias de chuva sem parar em São Paulo, o fim de semana promete ser calminho. Pegue seu edredon, a caneca de chá/café/seiláoquê e dá um play no vídeo abaixo, "Planet Health".
Escrito por Hélio Filho às 18h21
(2) Vários Comentários
Sónusucu
21/07/2009
E não é que hoje faz nove meses que eu parei de beber completamente? O tempo passa tão rápido que a gente nem vê, só sente que se acostumou a ir para a pixxxta com um gelado refrigerante na mão, ou água de côco, delícia. Parei de beber e suas consequências, aquilo de uma coisa puxa a outra, sabe? E sim, eu vou para a balada normalmente, danço a noite toda e me divirto, ao contrário do que a maioria das pessoas acredita.Dá sim para se divertir sem beber, sem isso ou aquilo. Mas não é fácil, você só se diverte de cara limpa depois de ter sujado a cara, quando está bem consigo, e estar bem consigo acaba se tornando uma consequência. Ser abstêmio não traz só bons resultados no corpo, na saúde, mas na mente também. Tudo fica mais claro de ser visto, você consegue enxergar em perspectiva e lançar o olhar além do copo, da mesa.Mas isso não é uma crítica para quem gosta de meter o pé na jaca, pelo contrário, cada um faz o que acha que faz a si mais feliz. Quando eu usava essa fruta grande de pantufas aos fins de semana era bem legal, adorava voltar para casa meio-dia, zzzuper bem, daquele jeito. É legal, é gostoso e quem achar que deve tem todo o direito de se jogar.Prova disso é que acabei ficando de irmão são todas as vezes que saio (quatro vezes neste ano), jogo água na nuca do amigo para refrescar, dou a mão para o outro segurar enquanto balança a cabeça sem parar sem nexo algum, guardo o dinheiro do que vai entrar no dark, abano quem está virando o olho e fico sempre atento às elzeiras que querem se aproveitar das jogadas. E é legal, é uma forma de demonstrar carinho e cuidado com os amigos, sem julgar, como deve ser. Passou mal? Compra uma Coca-Cola gelada pro amigo e sente-o para um descanso.Como nem tudo são rosas, tem a parte ruim de não conseguir conversar muito com as pessoas simplesmente porque você ainda está em um mundo tridimensional e não foi parar na sétima dimensão, aquela onde você pega o passaporte na cabine fechada do banheiro. Aí fica f%$# mesmo. Primeiro porque o gato não pára de dançar para falar com você direito, segundo que a dicção fica completamente alterada com os maxilares rijos o tempo todo, terceiro que o suadouro da sudorese é um pouco nojento e quarto que se você conseguir superar tudo isso ainda corre o risco de ter uma noite bem “mole” por causa dos efeitos colaterais dessa sétima dimensão. Mas ok, tem gente interessada em tudo e com certeza a realidade prova que esse povo tem sua cara-metade. Nove meses depois, eu agora espero a noite de sexta-feira ansioso para dormir bem cedo e ter uma boa e bem longa noite de sono que acaba só por volta das 10 da manhã do sábado. Aliás, a manhã de sábado sem álcool nas veias é tão linda que por si só valeria a abstinência, o sol, o calor e um dia inteiro a ser construído com calma. Sem contar que sua cabeça está leve, seu nariz consegue respirar e sua consciência não vai te golpear flashes vergonhosos da noite passada durante todo o dia. Um brinde ao suco de laranja na balada!
O Picasso do moreno
08/07/2009
Estava eu saindo de minha avarandada casa hoje pela manhã rumo à Redação deste site que você está lendo agora quando tive uma visão bela, quase renascentista (não fossem os buracos imperfeitos da calçada): um moreno alto, bonito e sensual com um corpo de dar inveja ao Davi. Mas não pára por aí, ele estava lavando seu carro, de camiseta branca apertada, calça marcando bem as curvas corporais (principalmente o delicioso kibe) e um cinto que, para minha alegria, estava um pouco largo demais.Lá estava esse moreno lindo, quase em frente da minha casa, (se estivesse em frente, ia fazer um café na hora!) protagonizando aquela cena quase ficcional. Parecia bastante uma cena daquela antiga série da Globo “A Desinibida do Grajaú”, onde a mulher em questão (acho que a atriz era a Claúdia Alencar) ia lavar seu carro e, propositalmente, transformava isso em um show para os olhos masculinos (e das bolachas também, claro). E o moreno lavava seu Xsara Picasso com carinho, talvez sem querer, mas provocando.Jogava água em seu Picasso e seu Picasso ficava molhadinho. O líquido escorria por todos os lugares do Picasso, deslizavam em ondas que abraçavam aquela coisa enorme, linda, me despertando uma vontade louca de subir no Picasso do moreno e ficar lá o dia todo aproveitando essa sensação deliciosa de estar sentado em um Picasso. Diminui o ritmo do passo para não passar tão logo por ele, queria olhar mais. Oras, não é todo dia que um homem lindo daqueles decide lavar o carro quase em frente de casa, tinha que aproveitar. No máximo, o borracheiro da esquina lava seu calhambeque de sábado para levar a família para ver a avó em alguma cidade aos arredores de São Paulo. Um moreno com um Picasso nunca pode ser menosprezado!E fui subindo, subindo, olhando o moreno, o Picasso, aquele líquido escorrendo fartamente do Picasso. Uma loucura. Como o moreno não ia pagar minhas contas, tive que vir trabalhar e passei pelo moreno, abandonando aquele antes tão privilegiado campo de visão. Continuei subindo a ladeira da minha casa rumo ao metrô. Claro que dei uma olhadinha ou outra para trás para ter certeza de que não era um sonho atrasado, que se recusou a ir embora quando eu levantei da cama.Continuei subindo, mas agora muito mais animado. Afinal, tinha um moreno delicioso com seu Picasso bem atrás de mim.
08/07/2009
Estava eu saindo de minha avarandada casa hoje pela manhã rumo à Redação deste site que você está lendo agora quando tive uma visão bela, quase renascentista (não fossem os buracos imperfeitos da calçada): um moreno alto, bonito e sensual com um corpo de dar inveja ao Davi. Mas não pára por aí, ele estava lavando seu carro, de camiseta branca apertada, calça marcando bem as curvas corporais (principalmente o delicioso kibe) e um cinto que, para minha alegria, estava um pouco largo demais.Lá estava esse moreno lindo, quase em frente da minha casa, (se estivesse em frente, ia fazer um café na hora!) protagonizando aquela cena quase ficcional. Parecia bastante uma cena daquela antiga série da Globo “A Desinibida do Grajaú”, onde a mulher em questão (acho que a atriz era a Claúdia Alencar) ia lavar seu carro e, propositalmente, transformava isso em um show para os olhos masculinos (e das bolachas também, claro). E o moreno lavava seu Xsara Picasso com carinho, talvez sem querer, mas provocando.Jogava água em seu Picasso e seu Picasso ficava molhadinho. O líquido escorria por todos os lugares do Picasso, deslizavam em ondas que abraçavam aquela coisa enorme, linda, me despertando uma vontade louca de subir no Picasso do moreno e ficar lá o dia todo aproveitando essa sensação deliciosa de estar sentado em um Picasso. Diminui o ritmo do passo para não passar tão logo por ele, queria olhar mais. Oras, não é todo dia que um homem lindo daqueles decide lavar o carro quase em frente de casa, tinha que aproveitar. No máximo, o borracheiro da esquina lava seu calhambeque de sábado para levar a família para ver a avó em alguma cidade aos arredores de São Paulo. Um moreno com um Picasso nunca pode ser menosprezado!E fui subindo, subindo, olhando o moreno, o Picasso, aquele líquido escorrendo fartamente do Picasso. Uma loucura. Como o moreno não ia pagar minhas contas, tive que vir trabalhar e passei pelo moreno, abandonando aquele antes tão privilegiado campo de visão. Continuei subindo a ladeira da minha casa rumo ao metrô. Claro que dei uma olhadinha ou outra para trás para ter certeza de que não era um sonho atrasado, que se recusou a ir embora quando eu levantei da cama.Continuei subindo, mas agora muito mais animado. Afinal, tinha um moreno delicioso com seu Picasso bem atrás de mim.
Amigo se guarda na prateleira
01/07/2009
Bill Lee (dir.) conversa com um de seus amigos exóticosAmigos são ótimas fontes para se descobrir coisas novas. Sempre tem alguém que leu um livro incrível e vai te falar, viu um filme super legal e vai te indicar ou assistiu a uma peça e faz questão que você veja. E comigo não é diferente. Meus amigos são tão diferentes entre si que formam uma massa só, que eu adoro, uma bagunça de profissões, orientações sexuais e gostos. Essas diferenças garantem a mim uma seara farta de dicas – nem sempre boas, confesso (Vivi, música celta no jantar não rola!).A última que segui foi assistir a um filme que minha amiga Vavá indicou. Já ia fazer dois anos que ela me falava dele, sempre super empolgada, dizendo que eu não podia deixar de ver. Pois bem, peguei o DVD emprestado e fui assistir. No primeiro minuto do filme eu já pensei: “Vavá é foda, sabe bem do que os amigos gostam”. O filme rolou e eu adorei.Mas qual era o filme? “Mistérios e Paixões” (Naked Lunch), do David Cronenberg. Não é lançamento, pelo contrário, é de 1991 e meio difícil conseguir achar para locar. Sabe-se lá como (e melhor e mais seguro eu não saber mesmo), Vavá tinha e me emprestou. Baseado no romance autobiográfico de mesmo nome do escritor outsider William S. Burroughs, o filme conta a história de um homem que sonha em ser escritor, mas na realidade é exterminador de insetos na Nova York dos anos 1950. A mulher dele fica viciada em injetar o inseticida (ui! Colocadona! Inseticida bafo!) e faz o marido experimentar. Daí pra frente ele entra em uma sucessão interminável de viagens cada vez mais loucas. É claro que o filme é só uma metáfora para o mundo louco que se pode entrar com o uso de certas substâncias. Bill Lee (o ator Peter Weller) começa a viajar que sua máquina de escrever é um inseto gigante (hilário e mal-humorado) membro de uma corporação secreta para a qual ele deve fazer relatórios. Só que essa corporação, a Interzone, na verdade é o limbo onde entram os adictos. Vale a pena assistir ao filme com essa visão desde o começo para catar bem a moral da história.E os homossexuais entram com tudo (ui, de novo) na história. Considerada uma porta de entrada para a Interzone (o mundo das drogas), a homossexualidade é louvada em um mundo bem povoado por gays vulneráveis ao vício. Em certos momentos Bill chega a questionar se não seria homossexual, coisa que não fica muuuito clara não, viu? Quem não viu deve ver, e quem viu pode rever, duvido que deu para entender tudo em uma assistida apenas. Eu vou ver de novo, adoro a parte em que o inseto gigante faz piadas nonsense!
01/07/2009
Bill Lee (dir.) conversa com um de seus amigos exóticosAmigos são ótimas fontes para se descobrir coisas novas. Sempre tem alguém que leu um livro incrível e vai te falar, viu um filme super legal e vai te indicar ou assistiu a uma peça e faz questão que você veja. E comigo não é diferente. Meus amigos são tão diferentes entre si que formam uma massa só, que eu adoro, uma bagunça de profissões, orientações sexuais e gostos. Essas diferenças garantem a mim uma seara farta de dicas – nem sempre boas, confesso (Vivi, música celta no jantar não rola!).A última que segui foi assistir a um filme que minha amiga Vavá indicou. Já ia fazer dois anos que ela me falava dele, sempre super empolgada, dizendo que eu não podia deixar de ver. Pois bem, peguei o DVD emprestado e fui assistir. No primeiro minuto do filme eu já pensei: “Vavá é foda, sabe bem do que os amigos gostam”. O filme rolou e eu adorei.Mas qual era o filme? “Mistérios e Paixões” (Naked Lunch), do David Cronenberg. Não é lançamento, pelo contrário, é de 1991 e meio difícil conseguir achar para locar. Sabe-se lá como (e melhor e mais seguro eu não saber mesmo), Vavá tinha e me emprestou. Baseado no romance autobiográfico de mesmo nome do escritor outsider William S. Burroughs, o filme conta a história de um homem que sonha em ser escritor, mas na realidade é exterminador de insetos na Nova York dos anos 1950. A mulher dele fica viciada em injetar o inseticida (ui! Colocadona! Inseticida bafo!) e faz o marido experimentar. Daí pra frente ele entra em uma sucessão interminável de viagens cada vez mais loucas. É claro que o filme é só uma metáfora para o mundo louco que se pode entrar com o uso de certas substâncias. Bill Lee (o ator Peter Weller) começa a viajar que sua máquina de escrever é um inseto gigante (hilário e mal-humorado) membro de uma corporação secreta para a qual ele deve fazer relatórios. Só que essa corporação, a Interzone, na verdade é o limbo onde entram os adictos. Vale a pena assistir ao filme com essa visão desde o começo para catar bem a moral da história.E os homossexuais entram com tudo (ui, de novo) na história. Considerada uma porta de entrada para a Interzone (o mundo das drogas), a homossexualidade é louvada em um mundo bem povoado por gays vulneráveis ao vício. Em certos momentos Bill chega a questionar se não seria homossexual, coisa que não fica muuuito clara não, viu? Quem não viu deve ver, e quem viu pode rever, duvido que deu para entender tudo em uma assistida apenas. Eu vou ver de novo, adoro a parte em que o inseto gigante faz piadas nonsense!
A queda
18/06/2009
Queria muito falar sobre a Parada, mas não fazer mais um balanço, apontar erros e tal. Quero falar sobre o que talvez para mim foi o maior exemplo que eu vi durante todos os eventos da programação inteira. Foi no Gay Day, do Playcenter, no sábado, 13. Os gogo-dancers da Ultra Diesel começavam a dançar pro povo e no fundo do palco uma drag queen vestida toda de preto, com tecidos brilhantes e esvoaçantes, se preparava para entrar e fazer uma performance com eles. Esse fundo do palco era fechado com um tecido, mas que parecia uma parede naquele escuro e no adiantado da hora. Sem perceber isso, ela se encostou ali e o tecido foi cedendo, cedendo, cedendo e ela quase caindo.Ela estava do meu lado e na hora eu tentei segurar de todos os jeitos. Juntava as pernas da bicha e puxava, puxava o tecido, tentava puxar qualquer coisa para que ela não caísse, até a peruca, que nunca cai da cabeça das drags. Não consegui e ela despencou de cima do palco e caiu de costas no chão, com direito a barulho abafado e tudo. Corri para a escada para descer e ajudá-la, ver se estava tudo bem. Nem cheguei à escada.Antes que eu pudesse falar “meu Deus, ela caiu!”, a fofa já tinha levantado, sacudido a poeira e subia belíííssima a escada do palco. Com cara de “inhaim” e como se nada tivesse acontecido. Ela nem gritou, caiu e levantou. Pá-pum! Quando subiu no palco já entrou dançando, batendo cabelo, arrasando no salto. E assim foi durante o tempo todo que os ultradancers se apresentaram. Fiquei bege, não, acrílico com aquilo.Principalmente porque depois descobri que ela tinha se machucado um pouquinho sim, sentia dores, mas mesmo assim foi cumprir seu papel dentro do caldeirão da diversidade. Isso sim é não se deixar abater pelas adversidades, é ter força de vontade e consciência de que quando se cai, do chão não passa e o melhor é mesmo sacudir a poeira e dar a volta por cima. Parabéns para ela.
Escrito por Hélio Filho às 13h15
(1) Apenas 1 comentário
Parou
16/06/2009
É sempre complicado falar da Parada depois que ela é realizada porque cada um tem sua visão, como já disse aqui antes. Cada um viu um ponto mais positivo e outro mais negativo. Eu gostei mais do que desgostei. Achei legal neste ano ter um clima gostoso, por volta dos 15 graus, um pouco menos de gente e mais espaço para andar. Aliás, para quem cobre a descida dos trios na Consolação e sobe e desce o tempo todo a rua, esse espaço foi vital. Devo ter caminhado uns bons quilômetros, com direito a pé pisoteado e meio virado. Mas valeu a pena.É claro que vários problemas ocorreram, como roubos, furtos, brigas (algumas bem sérias) e até uma bomba. São condenáveis, sempre, mas também esperados. É importante dizer que isso não acontece só na Parada, grandes eventos onde há bebidas alcoólicas e animação também registram ocorrências graves. Quem não se lembra da quebradeira no centro paulistano na Virada Cultural de 2007? Na edição deste ano, uma amiga viu um homem levar uma pedrada na cabeça e cair no chão durante um arrastão de meninos de rua marginalizados. A coisa fica grande com o preconceito, porque “é coisa de viado”. É óbvio que é preciso cada vez mais segurança e mais do que necessário que os números de ocorrência caiam a cada ano, chegando ao tão almejado zero. Mas não é justo também ficar essa ideia de que só a Parada é violenta, só lá as pessoas exageram no vinho chapinha, só lá as pessoas são furtadas e roubadas. É burrice olhar apenas o pontinho preto na parede branca. Tem muita coisa ainda para refletir sobre um dos maiores eventos cívicos do mundo, mas fica para outro post.
18/06/2009
Queria muito falar sobre a Parada, mas não fazer mais um balanço, apontar erros e tal. Quero falar sobre o que talvez para mim foi o maior exemplo que eu vi durante todos os eventos da programação inteira. Foi no Gay Day, do Playcenter, no sábado, 13. Os gogo-dancers da Ultra Diesel começavam a dançar pro povo e no fundo do palco uma drag queen vestida toda de preto, com tecidos brilhantes e esvoaçantes, se preparava para entrar e fazer uma performance com eles. Esse fundo do palco era fechado com um tecido, mas que parecia uma parede naquele escuro e no adiantado da hora. Sem perceber isso, ela se encostou ali e o tecido foi cedendo, cedendo, cedendo e ela quase caindo.Ela estava do meu lado e na hora eu tentei segurar de todos os jeitos. Juntava as pernas da bicha e puxava, puxava o tecido, tentava puxar qualquer coisa para que ela não caísse, até a peruca, que nunca cai da cabeça das drags. Não consegui e ela despencou de cima do palco e caiu de costas no chão, com direito a barulho abafado e tudo. Corri para a escada para descer e ajudá-la, ver se estava tudo bem. Nem cheguei à escada.Antes que eu pudesse falar “meu Deus, ela caiu!”, a fofa já tinha levantado, sacudido a poeira e subia belíííssima a escada do palco. Com cara de “inhaim” e como se nada tivesse acontecido. Ela nem gritou, caiu e levantou. Pá-pum! Quando subiu no palco já entrou dançando, batendo cabelo, arrasando no salto. E assim foi durante o tempo todo que os ultradancers se apresentaram. Fiquei bege, não, acrílico com aquilo.Principalmente porque depois descobri que ela tinha se machucado um pouquinho sim, sentia dores, mas mesmo assim foi cumprir seu papel dentro do caldeirão da diversidade. Isso sim é não se deixar abater pelas adversidades, é ter força de vontade e consciência de que quando se cai, do chão não passa e o melhor é mesmo sacudir a poeira e dar a volta por cima. Parabéns para ela.
Escrito por Hélio Filho às 13h15
(1) Apenas 1 comentário
Parou
16/06/2009
É sempre complicado falar da Parada depois que ela é realizada porque cada um tem sua visão, como já disse aqui antes. Cada um viu um ponto mais positivo e outro mais negativo. Eu gostei mais do que desgostei. Achei legal neste ano ter um clima gostoso, por volta dos 15 graus, um pouco menos de gente e mais espaço para andar. Aliás, para quem cobre a descida dos trios na Consolação e sobe e desce o tempo todo a rua, esse espaço foi vital. Devo ter caminhado uns bons quilômetros, com direito a pé pisoteado e meio virado. Mas valeu a pena.É claro que vários problemas ocorreram, como roubos, furtos, brigas (algumas bem sérias) e até uma bomba. São condenáveis, sempre, mas também esperados. É importante dizer que isso não acontece só na Parada, grandes eventos onde há bebidas alcoólicas e animação também registram ocorrências graves. Quem não se lembra da quebradeira no centro paulistano na Virada Cultural de 2007? Na edição deste ano, uma amiga viu um homem levar uma pedrada na cabeça e cair no chão durante um arrastão de meninos de rua marginalizados. A coisa fica grande com o preconceito, porque “é coisa de viado”. É óbvio que é preciso cada vez mais segurança e mais do que necessário que os números de ocorrência caiam a cada ano, chegando ao tão almejado zero. Mas não é justo também ficar essa ideia de que só a Parada é violenta, só lá as pessoas exageram no vinho chapinha, só lá as pessoas são furtadas e roubadas. É burrice olhar apenas o pontinho preto na parede branca. Tem muita coisa ainda para refletir sobre um dos maiores eventos cívicos do mundo, mas fica para outro post.
Mâmâmâmá!!!
10/06/2009
A Parada é no domingo, 14, e todos os anos tem uma música que marca o evento. No ano passado eu lembro que era “Touch my body”, da Mariah Carey (que me faz lembrar do Erik até hoje). Neste ano eu aposto na mâmâmâmásérrima Lady Gaga neste posto, com “Pocker Face”, para ser mais exato. Desde “Just Dance” ela vem arrasando no meio das bichas e o novo sucesso conquistou de vez.Eu adoro, adoro mesmo. Lady Gaga é muito gay, muito montada, brilhante, produzida, maquiada, exagerada, faz carão sem parar e o refrão de “Poker Face” tem aquele mâmâmâmá em voz masculina que é muuuito parente do “inhai” das travestis. Disseram para mim que ela já trabalhou em lugar gay como dançarina, acho que sei de onde vem a inspiração tão gay para suas performances. Lembra um pouco a Cher.Como não poderia ser diferente, já vi umas três drags imitando Lady Gaga, claro que com o povo todo adorando. Aposto em “Poker Face” como música da Parada de São Paulo 2009. Mâmâmâmá!
Mâmâmâmá!
Escrito por Hélio Filho às 18h11
(1) Apenas 1 comentário
O que você espera da Parada de São Paulo?
09/06/2009
Segundo dados oficiais, 320 mil visitantes chegam à cidade para esse fervo, sendo que 70% são do interior do Estado, 25% de outras localidades brasileiras e 5% são estrangeiros. A cidade enche, os lugares gays idem. Carne, muita carne. Como é no feriadão, muita gente fica cheia de tempo livre para aproveitar toda a programação, que não pára a partir de amanhã. Para nós aqui do Mix, a Parada é sinônimo de muito trabalho, correria para estar em todos os lugares ao mesmo tempo e informar sobre tudo.Eu gosto de ficar com a cobertura do circuito mais normalzinho, menos estrelado de grandes atrações. Jogo esse corpinho não-malhado no meio dos ursos, sapas e o povo do centrão, um fervo só. Pela segunda vez vou à Diva, festa das bolachas na The Week. Infelizmente este ano minha amiga Vavá não poderá ir. Que pena, no ano passado ela adorou o churrascão com pagode das sapas, mesmo sendo vegetariana e heterossexual. Mas ela já prometeu passar na Paulista no fim da Parada. É engraçado ver como cada um vai ter uma visão da Parada. Para os militantes, será um momento de grande visibilidade, muito importante para a comunidade LGBT. Para os menos politizados, será uma sequência de festas, pegação e muita ferveção aguardada desde a última Parada. Para quem mora na Paulista, talvez um problema – e por aí vai. O mais legal é sempre saber que você faz sua festa, politizada ou não, fervida ou não, cheia de gente ou não.
10/06/2009
A Parada é no domingo, 14, e todos os anos tem uma música que marca o evento. No ano passado eu lembro que era “Touch my body”, da Mariah Carey (que me faz lembrar do Erik até hoje). Neste ano eu aposto na mâmâmâmásérrima Lady Gaga neste posto, com “Pocker Face”, para ser mais exato. Desde “Just Dance” ela vem arrasando no meio das bichas e o novo sucesso conquistou de vez.Eu adoro, adoro mesmo. Lady Gaga é muito gay, muito montada, brilhante, produzida, maquiada, exagerada, faz carão sem parar e o refrão de “Poker Face” tem aquele mâmâmâmá em voz masculina que é muuuito parente do “inhai” das travestis. Disseram para mim que ela já trabalhou em lugar gay como dançarina, acho que sei de onde vem a inspiração tão gay para suas performances. Lembra um pouco a Cher.Como não poderia ser diferente, já vi umas três drags imitando Lady Gaga, claro que com o povo todo adorando. Aposto em “Poker Face” como música da Parada de São Paulo 2009. Mâmâmâmá!
Mâmâmâmá!
Escrito por Hélio Filho às 18h11
(1) Apenas 1 comentário
O que você espera da Parada de São Paulo?
09/06/2009
Segundo dados oficiais, 320 mil visitantes chegam à cidade para esse fervo, sendo que 70% são do interior do Estado, 25% de outras localidades brasileiras e 5% são estrangeiros. A cidade enche, os lugares gays idem. Carne, muita carne. Como é no feriadão, muita gente fica cheia de tempo livre para aproveitar toda a programação, que não pára a partir de amanhã. Para nós aqui do Mix, a Parada é sinônimo de muito trabalho, correria para estar em todos os lugares ao mesmo tempo e informar sobre tudo.Eu gosto de ficar com a cobertura do circuito mais normalzinho, menos estrelado de grandes atrações. Jogo esse corpinho não-malhado no meio dos ursos, sapas e o povo do centrão, um fervo só. Pela segunda vez vou à Diva, festa das bolachas na The Week. Infelizmente este ano minha amiga Vavá não poderá ir. Que pena, no ano passado ela adorou o churrascão com pagode das sapas, mesmo sendo vegetariana e heterossexual. Mas ela já prometeu passar na Paulista no fim da Parada. É engraçado ver como cada um vai ter uma visão da Parada. Para os militantes, será um momento de grande visibilidade, muito importante para a comunidade LGBT. Para os menos politizados, será uma sequência de festas, pegação e muita ferveção aguardada desde a última Parada. Para quem mora na Paulista, talvez um problema – e por aí vai. O mais legal é sempre saber que você faz sua festa, politizada ou não, fervida ou não, cheia de gente ou não.
O rei
02/06/2009
Preciso assumir que sim, eu gosto de Roberto Carlos, o rei. E nem é da fase mais conceitual, Jovem Guarda, é do período chamado carinhosamente de “romântico”, mas que para a maioria é brega mesmo. Domingo é claro que eu assisti ao especial da Globo com um monte de cantoras interpretando as músicas dele. E eu conhecia quase todas, só nunca tinha ouvido uma que a Hebe cantou. Só para registrar (mesmo que eu me arrependa de ter revelado isso), também sou fã da Hebe e tenho um CD dela em casa, e foi comprado, não ganhei.É em momentos como esse, Hebe na Globo, que dá para perceber o poder que alguns artistas têm. Eu poderia citar Madonna, Michael Jackson, Roberto Carlos e Chico Buarque para exemplificar bem como o alcance deles é universal. Acredito que o SBT possa até ter feito algum c* doce para liberar a Hebe, mas Roberto Carlos é mais forte do que qualquer concorrência e Hebe foi, e arrasou (ainda estou bege com os brincos e o colar que ela usou).Além dela, um povo mais feliz, colorido, como Ana Carolina, Marina Lima e Mart’nália – só para ficar nas publicamente diferentes – também foi, e o rei adorou. Adorou porque ele sabe que suas músicas falam de amor de todas as maneiras, orientações, falam de como é gostoso ter alguém – e brigar com esse alguém e tudo o mais que o amor traz. Roberto é rei, pode não ser muito aceito por quem não gosta de músicas, digamos, fáceis, mas ele tem magnetismo, poder de persuasão. Só não gostei de algumas coisas, como a Sandy como um todo, o exagero dramático de Marília Pêra (que quase ficou sem pescoço) e o jeito da Alcione, que parecia levemente animada pelo álcool e emendava uma palavra na outra. Quando eu estou aqui...
02/06/2009
Preciso assumir que sim, eu gosto de Roberto Carlos, o rei. E nem é da fase mais conceitual, Jovem Guarda, é do período chamado carinhosamente de “romântico”, mas que para a maioria é brega mesmo. Domingo é claro que eu assisti ao especial da Globo com um monte de cantoras interpretando as músicas dele. E eu conhecia quase todas, só nunca tinha ouvido uma que a Hebe cantou. Só para registrar (mesmo que eu me arrependa de ter revelado isso), também sou fã da Hebe e tenho um CD dela em casa, e foi comprado, não ganhei.É em momentos como esse, Hebe na Globo, que dá para perceber o poder que alguns artistas têm. Eu poderia citar Madonna, Michael Jackson, Roberto Carlos e Chico Buarque para exemplificar bem como o alcance deles é universal. Acredito que o SBT possa até ter feito algum c* doce para liberar a Hebe, mas Roberto Carlos é mais forte do que qualquer concorrência e Hebe foi, e arrasou (ainda estou bege com os brincos e o colar que ela usou).Além dela, um povo mais feliz, colorido, como Ana Carolina, Marina Lima e Mart’nália – só para ficar nas publicamente diferentes – também foi, e o rei adorou. Adorou porque ele sabe que suas músicas falam de amor de todas as maneiras, orientações, falam de como é gostoso ter alguém – e brigar com esse alguém e tudo o mais que o amor traz. Roberto é rei, pode não ser muito aceito por quem não gosta de músicas, digamos, fáceis, mas ele tem magnetismo, poder de persuasão. Só não gostei de algumas coisas, como a Sandy como um todo, o exagero dramático de Marília Pêra (que quase ficou sem pescoço) e o jeito da Alcione, que parecia levemente animada pelo álcool e emendava uma palavra na outra. Quando eu estou aqui...
14/05/2009
As coisas andam bem corridas por aqui por conta da Junior 11. Queria só registrar que amei os novos trens do metrô paulistano - principalmente porque eles têm uma ótima iluminação. Para quem é como eu e não entra no vagão sem algo para ler, é uma boa ajuda. Meu brigado ao responsável e minha desculpa aos oftamologistas.
As coisas andam bem corridas por aqui por conta da Junior 11. Queria só registrar que amei os novos trens do metrô paulistano - principalmente porque eles têm uma ótima iluminação. Para quem é como eu e não entra no vagão sem algo para ler, é uma boa ajuda. Meu brigado ao responsável e minha desculpa aos oftamologistas.
Pimba!
06/05/2009
A cada milésimo de segundo, uma banda, cantor, cantora ou sei lá mais qual tipo de agremiação musical pipoca na internet. É claro que 90% disso você joga fora porque é pura mistura de tudo que faz sucesso com uma pseudo-pincelada própria. Hoje em dia até a Mallu Magalhães canta (nem vou falar na Ângela Bismarchi – nem sei escrever o sobrenome). O mais legal para mim é quando em meio a esse monte de gente PIMBA (pseudo-intelectual metido à besta alternativa) eu encontro alguém que vale a pena, que revisita algumas coisas, tem influências, mas faz um som original. Entre essas pencas de novidades que abastecem os iPods de gente que quer ser moderna, uma que realmente vale a pena é o Noisettes. Eles são britânicos, animados, superlativos e colocam qualquer um pra dançar, até aquela sua tia-avó de 112 anos. Eles misturam punk, soul dos anos 80 e glam rock com a voz de verdade de Shingai Shoniwa (que também é baixista). Remelexo puro sem ser PIMBA. Aqui você confere o clipe de "Don't Upset The Rhythm".
Escrito por Hélio Filho às 18h33
(2) Vários Comentários
Família
04/05/2009
Todo mundo tem uma família, isso é óbvio, mas ninguém tem a família que eu tenho, a melhor de todas. A gente briga, fala mal um do outro, mas quando um precisa, todo mundo corre para ajudar, seja como for, sempre como pode. Não somos perfeitos e nem pretendemos ser. Minha mãe às vezes estressa todo mundo. Minha avó às vezes faz uns rolos que duram anos para serem desfeitos, mas estamos sempre juntos, sempre rindo um do outro e falando mal dos parentes mais distantes. Isso é família.No feriado voltei para a Amazônia, para a casa da minha irmã em Mato Grosso, quase na pontinha norte do Estado. Fui batizar minha sobrinha e fiquei pensando que minha família toda sabe que eu sou gay, mas nunca me cobrou nem questionou nada. Tudo bem que minha avó de 81 anos ainda me pergunta se eu tenho namoradA, mas ela é ainda da época em que as pessoas se conheciam pelos sobrenomes e a televisão nem existia no Brasil. Em um fim de semana super familiar, eu pude perceber que por mais careta e ultrapassado que pareça, aquele ditado de que a família é a base de tudo é verdade. Receber um abraço de um irmão, no meu caso, de três irmãs, não tem preço, ainda mais se for verdadeiro, sem querer algo mais, sem segundas intenções ou veneno. Abraço de amor, abraço de quem se gosta muito e não saberia viver sem aquela pessoa – mesmo que brigue com ela a cada cinco minutos por bobeiras. O que dizer então de sobrinhas que correm para te abraçar quando você chega? Abraço grátis, sincero, puro e sempre cheio de sorrisos falhos de dentinhos de leite que estão caindo. Quem nunca recebeu um abraço desses com certeza vai achar meu post careta, piegas, uó... Uma pena, seria muito bom se todo mundo pudesse sentir aqueles bracinhos frágeis e pequenos em volta do seu pescoço, o beijo grudento com gosto de pirulito, o grito de alegria a cada brincadeira, por mais simples que for. Isso renova a alma de qualquer pessoa, joga pra longe qualquer problema. É como se aquele pequeno ser te sugasse para o mundo fantástico dele onde tudo é como deveria ser aqui na vida real, simples.Nós, gays, muitas vezes temos que sair de casa para podermos ser nós mesmos, o que aconteceu comigo. Para viver plenamente como sou realmente, me distanciei de casa por respeito. Minha família me aceita, me acolhe, mas não é obrigada a achar legal algumas coisas que para os gays o são. E é esse justamente o segredo para se ter uma boa relação: respeito. Eu as respeito e elas me respeitam. Não vou obrigar minha mãe a achar drag queens divertidas. Minha avó não precisa falar “ai que luxo” para eu saber que ela me ama, até porque ela ama o neto dela, que antes de tudo é gente.Como se não bastasse, minha irmã me convidou para ser padrinho de uma de suas gêmeas. Achei bem legal ela ter essa confiança em mim, confiança no sentido de que eu posso sim ser responsável por uma criança. Foi uma prova de respeito, de amor e de confiança, com certeza. Cada vez que vejo minha família me dou conta de quem realmente sou. Cada vez que brinco com minhas sobrinhas e priminhas volto a ser criança para amadurecer mais ainda. Cada vez que eu lembro da minha família eu lembro também que nunca estarei sozinho porque ela sempre estará de braços abertos me esperando, com o respeito que eu conquistei ao longo dos anos. Isso não tem preço. Quem não tem nem isso, não tem nada.
06/05/2009
A cada milésimo de segundo, uma banda, cantor, cantora ou sei lá mais qual tipo de agremiação musical pipoca na internet. É claro que 90% disso você joga fora porque é pura mistura de tudo que faz sucesso com uma pseudo-pincelada própria. Hoje em dia até a Mallu Magalhães canta (nem vou falar na Ângela Bismarchi – nem sei escrever o sobrenome). O mais legal para mim é quando em meio a esse monte de gente PIMBA (pseudo-intelectual metido à besta alternativa) eu encontro alguém que vale a pena, que revisita algumas coisas, tem influências, mas faz um som original. Entre essas pencas de novidades que abastecem os iPods de gente que quer ser moderna, uma que realmente vale a pena é o Noisettes. Eles são britânicos, animados, superlativos e colocam qualquer um pra dançar, até aquela sua tia-avó de 112 anos. Eles misturam punk, soul dos anos 80 e glam rock com a voz de verdade de Shingai Shoniwa (que também é baixista). Remelexo puro sem ser PIMBA. Aqui você confere o clipe de "Don't Upset The Rhythm".
Escrito por Hélio Filho às 18h33
(2) Vários Comentários
Família
04/05/2009
Todo mundo tem uma família, isso é óbvio, mas ninguém tem a família que eu tenho, a melhor de todas. A gente briga, fala mal um do outro, mas quando um precisa, todo mundo corre para ajudar, seja como for, sempre como pode. Não somos perfeitos e nem pretendemos ser. Minha mãe às vezes estressa todo mundo. Minha avó às vezes faz uns rolos que duram anos para serem desfeitos, mas estamos sempre juntos, sempre rindo um do outro e falando mal dos parentes mais distantes. Isso é família.No feriado voltei para a Amazônia, para a casa da minha irmã em Mato Grosso, quase na pontinha norte do Estado. Fui batizar minha sobrinha e fiquei pensando que minha família toda sabe que eu sou gay, mas nunca me cobrou nem questionou nada. Tudo bem que minha avó de 81 anos ainda me pergunta se eu tenho namoradA, mas ela é ainda da época em que as pessoas se conheciam pelos sobrenomes e a televisão nem existia no Brasil. Em um fim de semana super familiar, eu pude perceber que por mais careta e ultrapassado que pareça, aquele ditado de que a família é a base de tudo é verdade. Receber um abraço de um irmão, no meu caso, de três irmãs, não tem preço, ainda mais se for verdadeiro, sem querer algo mais, sem segundas intenções ou veneno. Abraço de amor, abraço de quem se gosta muito e não saberia viver sem aquela pessoa – mesmo que brigue com ela a cada cinco minutos por bobeiras. O que dizer então de sobrinhas que correm para te abraçar quando você chega? Abraço grátis, sincero, puro e sempre cheio de sorrisos falhos de dentinhos de leite que estão caindo. Quem nunca recebeu um abraço desses com certeza vai achar meu post careta, piegas, uó... Uma pena, seria muito bom se todo mundo pudesse sentir aqueles bracinhos frágeis e pequenos em volta do seu pescoço, o beijo grudento com gosto de pirulito, o grito de alegria a cada brincadeira, por mais simples que for. Isso renova a alma de qualquer pessoa, joga pra longe qualquer problema. É como se aquele pequeno ser te sugasse para o mundo fantástico dele onde tudo é como deveria ser aqui na vida real, simples.Nós, gays, muitas vezes temos que sair de casa para podermos ser nós mesmos, o que aconteceu comigo. Para viver plenamente como sou realmente, me distanciei de casa por respeito. Minha família me aceita, me acolhe, mas não é obrigada a achar legal algumas coisas que para os gays o são. E é esse justamente o segredo para se ter uma boa relação: respeito. Eu as respeito e elas me respeitam. Não vou obrigar minha mãe a achar drag queens divertidas. Minha avó não precisa falar “ai que luxo” para eu saber que ela me ama, até porque ela ama o neto dela, que antes de tudo é gente.Como se não bastasse, minha irmã me convidou para ser padrinho de uma de suas gêmeas. Achei bem legal ela ter essa confiança em mim, confiança no sentido de que eu posso sim ser responsável por uma criança. Foi uma prova de respeito, de amor e de confiança, com certeza. Cada vez que vejo minha família me dou conta de quem realmente sou. Cada vez que brinco com minhas sobrinhas e priminhas volto a ser criança para amadurecer mais ainda. Cada vez que eu lembro da minha família eu lembro também que nunca estarei sozinho porque ela sempre estará de braços abertos me esperando, com o respeito que eu conquistei ao longo dos anos. Isso não tem preço. Quem não tem nem isso, não tem nada.
Parapapá!
27/04/2009
Obviamente, voltei do Pará, até porque não era meu intuito, nem nunca foi, ficar por lá. Não que eu diga que nunca mais volto lá, mas posso garantir que não fiquei muito entusiasmado com Belém. Deve ser porque estava bem gripado, nem consegui sair do hotel direito e visitas turísticas passaram longe do meu roteiro. Foram cinco dias em um hotel com mais umas 250 pessoas da diversidade da diversidade da diversidade da diversidade sexual. Podia-se ver, e ouvir, de tudo, mas nem tudo pode ser falado, claro.Do que é publicável, posso dizer que o movimento militante deu uma boa amadurecida. As pessoas estavam realmente engajadas e preocupadas com o que faziam (não que isso não acontecesse antes), queriam construir algo concreto e se jogaram nos grupos de trabalho, discussões e palestras dos cinco dias de programação. Até mesmo as tradicionais brigas, naturais em espaços tão democráticos, ficaram bem minimizadas. Parecia que o povo estava mais preocupado com a causa do que com o ego. Ótimo!Dá para dizer também sem sombra de dúvida que as lésbicas vêm com tudo. Elas pulverizaram sua participação no congresso e cada pequena roda de discussão tinha uma delas lá, falando, discutindo e opinando. Com reuniões pontuais off-programação, as fofas conseguiram se articular, não discutiram e afinaram um discurso que foi transposto para a Carta de Belém, documento final do evento. Ponto para as mulheres. Eu adoro sapas e poderia ficar aqui horas dizendo de como foi legal a participação delas no congresso, de como a perspicácia feminina, essa sensibilidade aguçada e sua organização natural estão moldando o segmento que futuramente vai sim desbancar os gays masculinos. Aposto que na próxima eleição da ABGLT, no segundo semestre deste ano, vai dar lésbica na cabeça. E acho isso ótimo.Mas como não posso ficar horas dizendo isso, é bom falar também de outro povo que começou a dar as caras: os bissexuais. Foram só oito em Belém, mas pelo menos já se forma um início de organização. O que eu não achei nem um pouco legal foi ouvir comentários bem preconceituosos sobre eles, mas deixa pra lá porque falácia é falácia. Eles estão se organizando, conquistando espaço e para quem não acredita na bissexualidade é bom começar a abrir a cabeça (absurdo ter que dizer isso dentro de um movimento que deve agregar a todos sem preconceito). Eu acredito em bissexuais, assim como não duvido de mais nada relacionado à sexualidade humana. Depois desse curso intensivo de diversidade sexual em cinco dias, convivendo com os mais diferentes gostos, posso dizer que o ser humano é mesmo inclassificável. Tem gente pra tudo e querendo fazer de tudo (desde que seja consentido e com maiores de idade, hein?). O mais legal é que sempre vai ter alguém, um grupo, uma ONG, que estará de olho para que os direitos de todo esse povo sejam garantidos, ou pelo menos estejam no caminho de.
27/04/2009
Obviamente, voltei do Pará, até porque não era meu intuito, nem nunca foi, ficar por lá. Não que eu diga que nunca mais volto lá, mas posso garantir que não fiquei muito entusiasmado com Belém. Deve ser porque estava bem gripado, nem consegui sair do hotel direito e visitas turísticas passaram longe do meu roteiro. Foram cinco dias em um hotel com mais umas 250 pessoas da diversidade da diversidade da diversidade da diversidade sexual. Podia-se ver, e ouvir, de tudo, mas nem tudo pode ser falado, claro.Do que é publicável, posso dizer que o movimento militante deu uma boa amadurecida. As pessoas estavam realmente engajadas e preocupadas com o que faziam (não que isso não acontecesse antes), queriam construir algo concreto e se jogaram nos grupos de trabalho, discussões e palestras dos cinco dias de programação. Até mesmo as tradicionais brigas, naturais em espaços tão democráticos, ficaram bem minimizadas. Parecia que o povo estava mais preocupado com a causa do que com o ego. Ótimo!Dá para dizer também sem sombra de dúvida que as lésbicas vêm com tudo. Elas pulverizaram sua participação no congresso e cada pequena roda de discussão tinha uma delas lá, falando, discutindo e opinando. Com reuniões pontuais off-programação, as fofas conseguiram se articular, não discutiram e afinaram um discurso que foi transposto para a Carta de Belém, documento final do evento. Ponto para as mulheres. Eu adoro sapas e poderia ficar aqui horas dizendo de como foi legal a participação delas no congresso, de como a perspicácia feminina, essa sensibilidade aguçada e sua organização natural estão moldando o segmento que futuramente vai sim desbancar os gays masculinos. Aposto que na próxima eleição da ABGLT, no segundo semestre deste ano, vai dar lésbica na cabeça. E acho isso ótimo.Mas como não posso ficar horas dizendo isso, é bom falar também de outro povo que começou a dar as caras: os bissexuais. Foram só oito em Belém, mas pelo menos já se forma um início de organização. O que eu não achei nem um pouco legal foi ouvir comentários bem preconceituosos sobre eles, mas deixa pra lá porque falácia é falácia. Eles estão se organizando, conquistando espaço e para quem não acredita na bissexualidade é bom começar a abrir a cabeça (absurdo ter que dizer isso dentro de um movimento que deve agregar a todos sem preconceito). Eu acredito em bissexuais, assim como não duvido de mais nada relacionado à sexualidade humana. Depois desse curso intensivo de diversidade sexual em cinco dias, convivendo com os mais diferentes gostos, posso dizer que o ser humano é mesmo inclassificável. Tem gente pra tudo e querendo fazer de tudo (desde que seja consentido e com maiores de idade, hein?). O mais legal é que sempre vai ter alguém, um grupo, uma ONG, que estará de olho para que os direitos de todo esse povo sejam garantidos, ou pelo menos estejam no caminho de.
Pará
18/04/2009
E vim parar em Belém do Pará, sim, da Fafá. Vim para cobrir o III Congresso da ABGLT, que está sendo realizado em um hotel bem à beira de um rio que eu não lembro o nome, mesmo o povo daqui tendo me falado vááárias vezes. Enfim, falta de memória provocada à parte, dá para dizer que, claro, aqui as coisas são bem diferentes. Claro, é a região Norte, não tem muito a ver com a as outras e isso é maravilhoso, um congresso de diversidade em uma região bem diferente do eixo Rio-São Paulo. Ainda bem, assim ganho, não só eu, mas todos os participantes, uma chance de conhecer coisas novas, ver gente diferente (beeem diferente), tomar suco de cupuaçu e comer a melhor farinha do Brasil. Entendi porque Fafá é bem fortinha, a farinha daqui é incrível. Mas a impressão que me dá, deve ser pela proximidade do rio, é a mesma de estar no Pantanal, úmido, quente e bem chuvoso. Tem bastante coisa para contar, mas tem tanta discussão por aqui e tanta votação que fico por aqui.
Escrito por Hélio Filho às 16h13
(3) Vários Comentários
Kgada
16/04/2009
Sou muito desajeitado. Estava eu andando ontem em casa rumo à lavanderia e dei um passo em falso no degrau. Machuquei meu pé e estou parecendo a Shirley de “Torre de Babel” (lembra da Karina Barum?). Eu hein. Além disso, fui vítima de mais uma inversão térmica paulistana e fiquei meio constipado, que ebó. Jesus é maior! Mas é isso aí, andando devagar e sempre se chega ao longe. Até porque não tem outro jeito de andar nessa situação.
Escrito por Hélio Filho às 18h10
(2) Vários Comentários
Baby
14/04/2009
Minha hegemonia foi quebrada. Depois de 25 anos sendo o caçula da casa, meu pai, que é separado da minha mãe, me diz hoje que eu terei uma irmãzinha. Essas coisas dão um nó na cabeça de qualquer um. É realmente a nova composição da família brasileira, que inclui famílias com dois pais, duas mães e assim por diante. De repente, uma irmã, outra, porque eu já tenho três – mais velhas. Mas essa será mais nova, o clima deve ser bem diferente, outra onda. É esperar para ver.Eu bem que achava estranho ele sair lá dos confins do Tocantins para vir até São Paulo quase todo mês no ano passado. Não quis me contar o que estava fazendo por medo que eu o reprovasse por ter mais de 60 anos e querer ser pai de novo. Eu julgar? De modo algum, sou gay e isso significa (no meu caso, pelo menos) que eu quero que todo mundo viva sua vida do jeito que bem entender, desde que respeite o próximo. Bobo ele, mas entendo.Minha madrasta, que não é má e com quem eu passo horas conversando sobre esmalte e cabelo (eu a adoro, mas ela precisa de uns toques), já está de seis meses, o que significa que provavelmente minha nova irmã será leonina, e com leoninas eu me dou bem – que o diga Vavá, Maria Elisa e Maria Fernanda. Claro que ela vai adorar receber elogios e nunca vai se conformar em ser a segunda pessoa mais requisitada da festa, tudo bem, estou acostumado. Mas o melhor foi uma deixa que meu pai, que jura não saber que eu sou gay, soltou. Ele queria mais um menino - até porque o que ele fez há 25 anos saiu meio diferente do que ele esperava -, mas veio outra menina, a quarta filha dele. Ele está feliz, mas confessou super naturalmente: “queria um menino agora, só tenho mulher em casa”. É claro que eu fiz a egípcia e nem dei confiança. Gostei do tom da voz dele, sem reprovação, como quem está brincando mesmo.Eu sei que ele queria outro menino não porque não goste de mim, mas porque eu sempre fugi de ficar fazendo aquele monte de trabalhos super masculinos e nunca consegui ficar muito tempo nas rodas de conversa dos amigos dele. Se algum ainda fosse interessante, quem sabe. Não foi dessa vez que meu pai vai ter uma nora (minha mãe ama pensar que nunca terá uma nora), a não ser que minha irmã mais nova seja bolacha, seria bem legal.
18/04/2009
E vim parar em Belém do Pará, sim, da Fafá. Vim para cobrir o III Congresso da ABGLT, que está sendo realizado em um hotel bem à beira de um rio que eu não lembro o nome, mesmo o povo daqui tendo me falado vááárias vezes. Enfim, falta de memória provocada à parte, dá para dizer que, claro, aqui as coisas são bem diferentes. Claro, é a região Norte, não tem muito a ver com a as outras e isso é maravilhoso, um congresso de diversidade em uma região bem diferente do eixo Rio-São Paulo. Ainda bem, assim ganho, não só eu, mas todos os participantes, uma chance de conhecer coisas novas, ver gente diferente (beeem diferente), tomar suco de cupuaçu e comer a melhor farinha do Brasil. Entendi porque Fafá é bem fortinha, a farinha daqui é incrível. Mas a impressão que me dá, deve ser pela proximidade do rio, é a mesma de estar no Pantanal, úmido, quente e bem chuvoso. Tem bastante coisa para contar, mas tem tanta discussão por aqui e tanta votação que fico por aqui.
Escrito por Hélio Filho às 16h13
(3) Vários Comentários
Kgada
16/04/2009
Sou muito desajeitado. Estava eu andando ontem em casa rumo à lavanderia e dei um passo em falso no degrau. Machuquei meu pé e estou parecendo a Shirley de “Torre de Babel” (lembra da Karina Barum?). Eu hein. Além disso, fui vítima de mais uma inversão térmica paulistana e fiquei meio constipado, que ebó. Jesus é maior! Mas é isso aí, andando devagar e sempre se chega ao longe. Até porque não tem outro jeito de andar nessa situação.
Escrito por Hélio Filho às 18h10
(2) Vários Comentários
Baby
14/04/2009
Minha hegemonia foi quebrada. Depois de 25 anos sendo o caçula da casa, meu pai, que é separado da minha mãe, me diz hoje que eu terei uma irmãzinha. Essas coisas dão um nó na cabeça de qualquer um. É realmente a nova composição da família brasileira, que inclui famílias com dois pais, duas mães e assim por diante. De repente, uma irmã, outra, porque eu já tenho três – mais velhas. Mas essa será mais nova, o clima deve ser bem diferente, outra onda. É esperar para ver.Eu bem que achava estranho ele sair lá dos confins do Tocantins para vir até São Paulo quase todo mês no ano passado. Não quis me contar o que estava fazendo por medo que eu o reprovasse por ter mais de 60 anos e querer ser pai de novo. Eu julgar? De modo algum, sou gay e isso significa (no meu caso, pelo menos) que eu quero que todo mundo viva sua vida do jeito que bem entender, desde que respeite o próximo. Bobo ele, mas entendo.Minha madrasta, que não é má e com quem eu passo horas conversando sobre esmalte e cabelo (eu a adoro, mas ela precisa de uns toques), já está de seis meses, o que significa que provavelmente minha nova irmã será leonina, e com leoninas eu me dou bem – que o diga Vavá, Maria Elisa e Maria Fernanda. Claro que ela vai adorar receber elogios e nunca vai se conformar em ser a segunda pessoa mais requisitada da festa, tudo bem, estou acostumado. Mas o melhor foi uma deixa que meu pai, que jura não saber que eu sou gay, soltou. Ele queria mais um menino - até porque o que ele fez há 25 anos saiu meio diferente do que ele esperava -, mas veio outra menina, a quarta filha dele. Ele está feliz, mas confessou super naturalmente: “queria um menino agora, só tenho mulher em casa”. É claro que eu fiz a egípcia e nem dei confiança. Gostei do tom da voz dele, sem reprovação, como quem está brincando mesmo.Eu sei que ele queria outro menino não porque não goste de mim, mas porque eu sempre fugi de ficar fazendo aquele monte de trabalhos super masculinos e nunca consegui ficar muito tempo nas rodas de conversa dos amigos dele. Se algum ainda fosse interessante, quem sabe. Não foi dessa vez que meu pai vai ter uma nora (minha mãe ama pensar que nunca terá uma nora), a não ser que minha irmã mais nova seja bolacha, seria bem legal.
O fim
07/04/2009
Hoje termina o Big Brother Brasil, a nona edição, a que vem antes da décima, que com certeza já deve estar programada. Estou torcendo para a Priscila - que é de Campo Grande (MS), onde morei por anos -, que me fez perceber que a cidade produz um tipo de humor específico. Muita gente não entende nada das piadas dela justamente por esse jeito - enquanto eu racho de rir e morro de saudades dos amigos pantaneiros engraçados. É uma coisa bem sincera, de gente que não precisa se preocupar com a violência urbana, Campo Grande é super calma. Como não tem esse estresse, você se sente melhor para tirar sarro de você mesmo, estar de bem com a vida, relevar o estresse dos outros e rir da cara dos estressados, além de fazer muitas piadas com isso. Campo-grandenses são assim, leves, riem de tudo na roda do tradicional tereré e querem sempre que todo mundo se sinta bem. Às vezes passamos por falsos por querer que todo mundo esteja bem, problema de quem acha. Quem vê o pôr-do-sol pantaneiro sabe que tem coisas bem maiores do que preocupações fúteis.Pode ser o jeito interiorano, o humor descompromissado e autodepreciativo, seja o pôr-do-sol (dá um Google e confere), a falta de estresse, seja lá o que for, estou torcendo para a Priscila ganhar, só espero que não tenha nenhum carro dos Bombeiros esperando por ela quando voltar à Cidade Morena para desfilar pela avenida principal. Tadinha, ela não merece isso.
07/04/2009
Hoje termina o Big Brother Brasil, a nona edição, a que vem antes da décima, que com certeza já deve estar programada. Estou torcendo para a Priscila - que é de Campo Grande (MS), onde morei por anos -, que me fez perceber que a cidade produz um tipo de humor específico. Muita gente não entende nada das piadas dela justamente por esse jeito - enquanto eu racho de rir e morro de saudades dos amigos pantaneiros engraçados. É uma coisa bem sincera, de gente que não precisa se preocupar com a violência urbana, Campo Grande é super calma. Como não tem esse estresse, você se sente melhor para tirar sarro de você mesmo, estar de bem com a vida, relevar o estresse dos outros e rir da cara dos estressados, além de fazer muitas piadas com isso. Campo-grandenses são assim, leves, riem de tudo na roda do tradicional tereré e querem sempre que todo mundo se sinta bem. Às vezes passamos por falsos por querer que todo mundo esteja bem, problema de quem acha. Quem vê o pôr-do-sol pantaneiro sabe que tem coisas bem maiores do que preocupações fúteis.Pode ser o jeito interiorano, o humor descompromissado e autodepreciativo, seja o pôr-do-sol (dá um Google e confere), a falta de estresse, seja lá o que for, estou torcendo para a Priscila ganhar, só espero que não tenha nenhum carro dos Bombeiros esperando por ela quando voltar à Cidade Morena para desfilar pela avenida principal. Tadinha, ela não merece isso.
Big love
02/04/2009
Já disse aqui que acompanho Big Brother. Se na rua já fico parado observando as atitudes das pessoas (o que já me rendeu o apelido de Cara Congelada), imagine um programa que me disponibiliza isso em casa. Assisto mesmo, e gosto. E não tinha como não notar a delicada relação que existia entre Max e Flávio. Uma história de amizade, companheirismo, um presente na vida do outro nos momentos mais importantes, dividindo as dificuldades e se apoiando mutuamente. Lindo isso, não? O que te parece? O mais engraçado era ver a Francine p&¨%$ da cara porque o Flávio toda hora pulava entre ela e o Max. Mulher é mais sensível que homem, percebe rápido algumas coisas bem sutis. Sem contar que os dois viviam se cutucando com indiretas – às vezes bem diretas – e piadinhas. Mas Max não é gay, pelo que ele disse. No dia da mentira disse que era, depois revelou que era brincadeira. Max é esperto, muito.
02/04/2009
Já disse aqui que acompanho Big Brother. Se na rua já fico parado observando as atitudes das pessoas (o que já me rendeu o apelido de Cara Congelada), imagine um programa que me disponibiliza isso em casa. Assisto mesmo, e gosto. E não tinha como não notar a delicada relação que existia entre Max e Flávio. Uma história de amizade, companheirismo, um presente na vida do outro nos momentos mais importantes, dividindo as dificuldades e se apoiando mutuamente. Lindo isso, não? O que te parece? O mais engraçado era ver a Francine p&¨%$ da cara porque o Flávio toda hora pulava entre ela e o Max. Mulher é mais sensível que homem, percebe rápido algumas coisas bem sutis. Sem contar que os dois viviam se cutucando com indiretas – às vezes bem diretas – e piadinhas. Mas Max não é gay, pelo que ele disse. No dia da mentira disse que era, depois revelou que era brincadeira. Max é esperto, muito.
Friagem
27/03/2009
O frio percorria sua espinha em uma velocidade muito rápida. Sua pele já começava a ficar vermelha e seus lábios roxos. A circulação sanguínea agonizava, pedia ajuda a algum calor próximo para se manter correndo pelas veias e artérias daquele corpo quase morto. Apenas a neblina fria podia ser vista dentro daquele lugar. O amontoado de carne e músculos ficava invisível, quase querendo se esconder da morte. Levantou a muito custo o braço esquerdo e esticou seu dedo anelar o mais que pôde para alcançar o botão. Não conseguiu. Uma nova tentativa com mais força e determinação, que surgem ninguém sabe de onde nessas horas, alcançou o botão, mas apenas o tocou, sem sucesso novamente. Cada vez mais frio o lugar ia ficando e as esperanças dele iam embora com o resto de calor de seu corpo comprido, com pêlos esparsos e nem magro nem gordo.As pontas do cabelo já começavam a denunciar uma espécie de geada que caía sobre sua cabeça, esfriando suas ideias, mas sem afastar o medo de morrer congelado. Ironicamente paralisado depois de uma vida cheia de atividades, correrias e trabalhos, se viu já sem esperanças de viver mais um dia. Forçou o abdômen, quase distendeu o pulso esquerdo e soltou um grito de determinação rumo ao botão congelante. Conseguiu tocá-lo, desligou o ar-condicionado, emudeceu o despertador e levantou da cama para mais um dia de sua rotina. “Tem dias que a noite é foda”, pensou ao escovar os dentes.
Escrito por Hélio Filho às 11h18
(1) Apenas 1 comentário
EnJoy
26/03/2009
Tenho uma tendência a desconfiar de encontros de músicos e sempre achar que é uma jogada comercial. Tipo unir Ana Carolina e Seu Jorge, não entendi nada disso até agora, ainda mais cantando Damien Rice. Mas gostei do Little Joy, do Strokes Fabrizio Moretti com o Los Hermanos Rodrigo Amarante e a moça Binki Shapiro. Tudo bem que ela é muuuito forçadamente folk/alternativa/indie/seiláoque, mas o som é legal. Claro que outro ponto que fica devendo é a criatividade de fazer algo novo, já que o som é uma previsível mistura de Strokes com Hermanos.Mas por isso é bom, às vezes parece vocal de Strokes com levada Hermanos e vice-versa. É como se tivessem feito um mash mesmo das duas bandas. Sempre gostei do Strokes e dos Hermanos, juntar os dois com um toque meio folk ficou muito legal. Mas senti a Binki meio perdida ali no meio, parece que ela está ali só para dar uma cara diferente, de trio que pega a estrada com seu violão embaixo do braço. No balanço geral, nota 8,5. Agora é esperar o próximo CD do Strokes, que deve sair este ano ainda. Já Los Hermanos nem sinalizou uma volta, mesmo que os fãs torçam muito. Aqui embaixo dá para conferir "No One's Better Sake".
27/03/2009
O frio percorria sua espinha em uma velocidade muito rápida. Sua pele já começava a ficar vermelha e seus lábios roxos. A circulação sanguínea agonizava, pedia ajuda a algum calor próximo para se manter correndo pelas veias e artérias daquele corpo quase morto. Apenas a neblina fria podia ser vista dentro daquele lugar. O amontoado de carne e músculos ficava invisível, quase querendo se esconder da morte. Levantou a muito custo o braço esquerdo e esticou seu dedo anelar o mais que pôde para alcançar o botão. Não conseguiu. Uma nova tentativa com mais força e determinação, que surgem ninguém sabe de onde nessas horas, alcançou o botão, mas apenas o tocou, sem sucesso novamente. Cada vez mais frio o lugar ia ficando e as esperanças dele iam embora com o resto de calor de seu corpo comprido, com pêlos esparsos e nem magro nem gordo.As pontas do cabelo já começavam a denunciar uma espécie de geada que caía sobre sua cabeça, esfriando suas ideias, mas sem afastar o medo de morrer congelado. Ironicamente paralisado depois de uma vida cheia de atividades, correrias e trabalhos, se viu já sem esperanças de viver mais um dia. Forçou o abdômen, quase distendeu o pulso esquerdo e soltou um grito de determinação rumo ao botão congelante. Conseguiu tocá-lo, desligou o ar-condicionado, emudeceu o despertador e levantou da cama para mais um dia de sua rotina. “Tem dias que a noite é foda”, pensou ao escovar os dentes.
Escrito por Hélio Filho às 11h18
(1) Apenas 1 comentário
EnJoy
26/03/2009
Tenho uma tendência a desconfiar de encontros de músicos e sempre achar que é uma jogada comercial. Tipo unir Ana Carolina e Seu Jorge, não entendi nada disso até agora, ainda mais cantando Damien Rice. Mas gostei do Little Joy, do Strokes Fabrizio Moretti com o Los Hermanos Rodrigo Amarante e a moça Binki Shapiro. Tudo bem que ela é muuuito forçadamente folk/alternativa/indie/seiláoque, mas o som é legal. Claro que outro ponto que fica devendo é a criatividade de fazer algo novo, já que o som é uma previsível mistura de Strokes com Hermanos.Mas por isso é bom, às vezes parece vocal de Strokes com levada Hermanos e vice-versa. É como se tivessem feito um mash mesmo das duas bandas. Sempre gostei do Strokes e dos Hermanos, juntar os dois com um toque meio folk ficou muito legal. Mas senti a Binki meio perdida ali no meio, parece que ela está ali só para dar uma cara diferente, de trio que pega a estrada com seu violão embaixo do braço. No balanço geral, nota 8,5. Agora é esperar o próximo CD do Strokes, que deve sair este ano ainda. Já Los Hermanos nem sinalizou uma volta, mesmo que os fãs torçam muito. Aqui embaixo dá para conferir "No One's Better Sake".
Se joga, pintosa!
18/03/2009
"Nhaimmm?"
A nova música das Pussycat Dolls, “I hate this part righ here”, não sai da minha cabeça. Outra que estou adorando é “Halo”, da Beyoncé. Engraçado é que nunca fui super fã delas. Se não fosse o Valter me dar o CD da Beyoncé eu nem compraria. Deve ser alguma fase mais pintosa, sei lá. O mais engraçado é que Britney, Pussycat, Rihana e mais um monte de cantoras/carão/corpão/megaprodução acabam sendo vistas como “música de pintosa”, de quem gosta de dublar na pixxxta da buatchy e bater o cabelón horrores na cara da colega do lado. Puro preconceito. Música é música, está aí para ser ouvida, interpretada e sentida, do seu jeito, sempre, claro.E qual o problema em ser pintosa? Hoje em dia fica meio antigo falar de homossexualidade, eu acho mais certo falar de homossexualidades, no plural mesmo. Os homossexuais são muito diferentes entre si. Basta comparar a pintosa com o ursão. Diversidade sexual é a palavra-chave, lembra?Eu gosto das pintosas, das bem afetadas que acreditam no franjão e nunca andam, sempre desfilam pela buatchy com cara de Victoria Beckham. Quer maior autoconfiança? Elas não estão nem aí se você vai achar a calça roxa dela que está grudadésima feia, nem vai se importar sobre seus comentários acerca do gigante óculos e pode até rir se você falar que ela é pintosa demais. Adoro os leques também, não me contenho e solto um “maravilhosaaaaa” toda vez que alguma delas os abrem fazendo questão de fazer aquele barulho típico. Depois abanam seus cabelões escovados e capricham nos passinhos à la drag queen com direito a muito remelexo.São bichas que fazem questão de deixar claro que tem sua feminilidade aflorada, sua meiguice visível e fragilidade exposta. Procuram, e encontram, quase sempre um amor que as proteja, pegue no colo, bem fofo mesmo. Aí você pensa que toda pintosa é passivona. Mas lembra daquele bofyscândalo que era mais másculo do que o Rambo e virou linda a bundinha para você na hora H? Como disse, homossexualidades...Aqui você confere “Halo”, da Beyoncé, achei bem afetuoso, romântico, íntimo.
18/03/2009
"Nhaimmm?"
A nova música das Pussycat Dolls, “I hate this part righ here”, não sai da minha cabeça. Outra que estou adorando é “Halo”, da Beyoncé. Engraçado é que nunca fui super fã delas. Se não fosse o Valter me dar o CD da Beyoncé eu nem compraria. Deve ser alguma fase mais pintosa, sei lá. O mais engraçado é que Britney, Pussycat, Rihana e mais um monte de cantoras/carão/corpão/megaprodução acabam sendo vistas como “música de pintosa”, de quem gosta de dublar na pixxxta da buatchy e bater o cabelón horrores na cara da colega do lado. Puro preconceito. Música é música, está aí para ser ouvida, interpretada e sentida, do seu jeito, sempre, claro.E qual o problema em ser pintosa? Hoje em dia fica meio antigo falar de homossexualidade, eu acho mais certo falar de homossexualidades, no plural mesmo. Os homossexuais são muito diferentes entre si. Basta comparar a pintosa com o ursão. Diversidade sexual é a palavra-chave, lembra?Eu gosto das pintosas, das bem afetadas que acreditam no franjão e nunca andam, sempre desfilam pela buatchy com cara de Victoria Beckham. Quer maior autoconfiança? Elas não estão nem aí se você vai achar a calça roxa dela que está grudadésima feia, nem vai se importar sobre seus comentários acerca do gigante óculos e pode até rir se você falar que ela é pintosa demais. Adoro os leques também, não me contenho e solto um “maravilhosaaaaa” toda vez que alguma delas os abrem fazendo questão de fazer aquele barulho típico. Depois abanam seus cabelões escovados e capricham nos passinhos à la drag queen com direito a muito remelexo.São bichas que fazem questão de deixar claro que tem sua feminilidade aflorada, sua meiguice visível e fragilidade exposta. Procuram, e encontram, quase sempre um amor que as proteja, pegue no colo, bem fofo mesmo. Aí você pensa que toda pintosa é passivona. Mas lembra daquele bofyscândalo que era mais másculo do que o Rambo e virou linda a bundinha para você na hora H? Como disse, homossexualidades...Aqui você confere “Halo”, da Beyoncé, achei bem afetuoso, romântico, íntimo.
Não lava roupa todo dia, que agonia
12/03/2009
Continua minha saga lar, doce lar. No capítulo de hoje, a máquina de lavar. Esse aparelho eletrônico que revolucionou a vida das mulheres e hoje é não apenas uma, mas duas mãos na roda de uma pessoa que mora sozinha. Na expectativa de estrear logo o negócio, deixei de ver que a água deve entrar por algum lugar, logo, era necessário que houvesse uma mangueira conectada à torneira e outra à máquina. Mas, oh céus, a mangueira não estava lá, era preciso comprar outra. Foi o que fiz, comprei e cheguei em casa o mais faceiro possível pensando: “hoje eu lavo minha própria roupa!”. Não rolou. Quando fui finalmente encaixar a nova mangueira ela simplesmente não encaixou. Virei, remexi, revirei e nada. Culpei a mangueira, a torneira e até a fabricante da máquina. Isso foi na terça-feira. Ontem, também conhecido como quarta-feira, fui até a loja onde comprei a mangueira, aqui perto do Mix, e expliquei para o senhorzinho vendedor que não encaixava, achando um absurdo ele ter me ludibriado para ganhar tão pouco. “E não vai encaixar enquanto você não tirar o adaptador dela, tem que ir rosqueando para tirar, assim, viu?” Hã? Um adaptador? E lá eu era obrigado a saber que tinha ali um adaptador de rosca que deveria ser removido? Rá, francamente! Com a cara no chão, rabo entre as pernas e rachando de rir com o Irving, saí feliz da loja pensando que finalmente chegava o dia em que eu iria lavar minha roupa. Não rolou parte II. Encaixei a mangueira e fui abrir a máquina. Para minha surpresa, e raiva por ter jogado R$ 7 fora, a mangueira original da máquina estava lá dentro. Como eu sempre digo, bicha burra sofre, muito. Tudo bem, a mangueira que sobrou fica de reserva, afinal, mangueira nunca é demais em casa, néam?Mas você deve estar se perguntando, por que não rolou? Simples, depois de tudo pronto para o grande momento da limpeza, no exato instante de ligar a máquina, colocar na tomada e mandar brasa, advinha... Não vou falar, advinha... Tá, eu falo. A tomada da máquina não é normal, tem três pinos que, segundo o tiozinho da loja, “é de faca” (seja lá o que significar isso). Hoje, no terceiro dia de luta por ter o direito intransferível de lavar roupa, consegui resolver (eu acho) a situação comprando um adaptador de tomada. Simples assim. Espero chegar em casa hoje e arrasar em minha primeira lavagem de roupa – sem confundir desinfetante com amaciante, de preferência.
Escrito por Hélio Filho às 16h14
(6) Vários Comentários
Paixão, não o nome do óleo da Sandy
11/03/2009
É sempre muito complicado mexer com as paixões das pessoas. Paixões não no sentido do bofe da hora, não, paixões como Política, futebol e religião. Não se discute, já fala o dito popular, cada um na sua. Concordo, ainda mais porque acho difícil se chegar a um consenso sobre uma coisa que só existe justamente pela falta dele. Como seria se todos fossem palmeirenses? Católicos? Marxistas? Paixões são temas complicados porque quem as têm também possui a certeza de que elas são as melhores, a mais tudo, maravilhosas, indiscutíveis ever. Para jornalistas, paixões são sempre ótimas pautas, mas escondem armadilhas dependendo de qual delas você está falando. A principal e mais perigosa, pelo menos na minha certeza, é a Política pelo único fato de que ela não existe mais em abundância, deu lugar à politicagem. Política, para Platão e Aristóteles, era fazer com que todos tivessem os mesmos direitos e o mesmo acesso a eles em um país, povo, nação. É igualar os desiguais. Não preciso falar que por aqui a coisa não anda por esse caminho sempre, né? Pois é, como virou um jogo de interesses, acabamos correndo o risco de cairmos em um buraco armado justamente pelos interessados.Por isso, quando um jornalista sai à rua para uma pauta de Política deve, em primeiro lugar, deixar a bandeira de seu partido – caso tenha – junto com a camiseta e os santinhos em casa, não digo nem na Redação, em casa mesmo. Em campo, somos os olhos, ouvidos e a mente inquieta de leitores que querem saber o que realmente importa, quem realmente está fazendo. Não podemos pertencer de modo algum, enquanto jornalistas, à ultrapassada noção de Direita-Esquerda, principalmente tomando partido.No movimento LGBT isso fica ainda mais complicado porque, além de partidários, os militantes têm a causa gay em si para se preocupar. Quando dois militantes discutem por qualquer motivo, deve ficar claro que cada um vai defender sua posição até o último instante, e isso é que faz desse ativista uma pessoa apta a estar na militância, essa força. Não tenho histórico militante e até agora não cresceu em mim esse interesse. Por isso não critico quem faz militância, quem grita, briga. Não tenho o direito de criticar algo que não faço melhor. Por isso, é importante sempre tomar cuidado ao falar de, com e sobre pessoas apaixonadas para não desmerecer o ponto de vista delas. O militante acredita que sua luta é a mais correta, ele se apaixona por ela, o que o faz seguir uma vida toda lutando contra as desigualdades. Cabe ao jornalista interpretar essa paixão, amenizá-la em seus excessos (porque toda paixão é excessiva, ainda bem) e trazê-la à luz dos fatos, quando você tem tempo e espaço para isso, claro. Será que realmente seu leitor quer saber sobre acusações pessoais que nada contribuem para um debate civilizado, além de sumirem no dia seguinte? É preciso muito cuidado para não ser levado pela onda. Observação e um pouco de astúcia podem fazer o jornalista ver que nem sempre tudo é o que parece e que uma derrota pode representar uma vitória futura muito melhor, conhecida desde a derrota anterior. A Política atual, diferente da grega, é uma cortina de fumaça onde nada fica muito claro, mas também nada te cega. Assopre, o vento da imparcialidade ajuda.
12/03/2009
Continua minha saga lar, doce lar. No capítulo de hoje, a máquina de lavar. Esse aparelho eletrônico que revolucionou a vida das mulheres e hoje é não apenas uma, mas duas mãos na roda de uma pessoa que mora sozinha. Na expectativa de estrear logo o negócio, deixei de ver que a água deve entrar por algum lugar, logo, era necessário que houvesse uma mangueira conectada à torneira e outra à máquina. Mas, oh céus, a mangueira não estava lá, era preciso comprar outra. Foi o que fiz, comprei e cheguei em casa o mais faceiro possível pensando: “hoje eu lavo minha própria roupa!”. Não rolou. Quando fui finalmente encaixar a nova mangueira ela simplesmente não encaixou. Virei, remexi, revirei e nada. Culpei a mangueira, a torneira e até a fabricante da máquina. Isso foi na terça-feira. Ontem, também conhecido como quarta-feira, fui até a loja onde comprei a mangueira, aqui perto do Mix, e expliquei para o senhorzinho vendedor que não encaixava, achando um absurdo ele ter me ludibriado para ganhar tão pouco. “E não vai encaixar enquanto você não tirar o adaptador dela, tem que ir rosqueando para tirar, assim, viu?” Hã? Um adaptador? E lá eu era obrigado a saber que tinha ali um adaptador de rosca que deveria ser removido? Rá, francamente! Com a cara no chão, rabo entre as pernas e rachando de rir com o Irving, saí feliz da loja pensando que finalmente chegava o dia em que eu iria lavar minha roupa. Não rolou parte II. Encaixei a mangueira e fui abrir a máquina. Para minha surpresa, e raiva por ter jogado R$ 7 fora, a mangueira original da máquina estava lá dentro. Como eu sempre digo, bicha burra sofre, muito. Tudo bem, a mangueira que sobrou fica de reserva, afinal, mangueira nunca é demais em casa, néam?Mas você deve estar se perguntando, por que não rolou? Simples, depois de tudo pronto para o grande momento da limpeza, no exato instante de ligar a máquina, colocar na tomada e mandar brasa, advinha... Não vou falar, advinha... Tá, eu falo. A tomada da máquina não é normal, tem três pinos que, segundo o tiozinho da loja, “é de faca” (seja lá o que significar isso). Hoje, no terceiro dia de luta por ter o direito intransferível de lavar roupa, consegui resolver (eu acho) a situação comprando um adaptador de tomada. Simples assim. Espero chegar em casa hoje e arrasar em minha primeira lavagem de roupa – sem confundir desinfetante com amaciante, de preferência.
Escrito por Hélio Filho às 16h14
(6) Vários Comentários
Paixão, não o nome do óleo da Sandy
11/03/2009
É sempre muito complicado mexer com as paixões das pessoas. Paixões não no sentido do bofe da hora, não, paixões como Política, futebol e religião. Não se discute, já fala o dito popular, cada um na sua. Concordo, ainda mais porque acho difícil se chegar a um consenso sobre uma coisa que só existe justamente pela falta dele. Como seria se todos fossem palmeirenses? Católicos? Marxistas? Paixões são temas complicados porque quem as têm também possui a certeza de que elas são as melhores, a mais tudo, maravilhosas, indiscutíveis ever. Para jornalistas, paixões são sempre ótimas pautas, mas escondem armadilhas dependendo de qual delas você está falando. A principal e mais perigosa, pelo menos na minha certeza, é a Política pelo único fato de que ela não existe mais em abundância, deu lugar à politicagem. Política, para Platão e Aristóteles, era fazer com que todos tivessem os mesmos direitos e o mesmo acesso a eles em um país, povo, nação. É igualar os desiguais. Não preciso falar que por aqui a coisa não anda por esse caminho sempre, né? Pois é, como virou um jogo de interesses, acabamos correndo o risco de cairmos em um buraco armado justamente pelos interessados.Por isso, quando um jornalista sai à rua para uma pauta de Política deve, em primeiro lugar, deixar a bandeira de seu partido – caso tenha – junto com a camiseta e os santinhos em casa, não digo nem na Redação, em casa mesmo. Em campo, somos os olhos, ouvidos e a mente inquieta de leitores que querem saber o que realmente importa, quem realmente está fazendo. Não podemos pertencer de modo algum, enquanto jornalistas, à ultrapassada noção de Direita-Esquerda, principalmente tomando partido.No movimento LGBT isso fica ainda mais complicado porque, além de partidários, os militantes têm a causa gay em si para se preocupar. Quando dois militantes discutem por qualquer motivo, deve ficar claro que cada um vai defender sua posição até o último instante, e isso é que faz desse ativista uma pessoa apta a estar na militância, essa força. Não tenho histórico militante e até agora não cresceu em mim esse interesse. Por isso não critico quem faz militância, quem grita, briga. Não tenho o direito de criticar algo que não faço melhor. Por isso, é importante sempre tomar cuidado ao falar de, com e sobre pessoas apaixonadas para não desmerecer o ponto de vista delas. O militante acredita que sua luta é a mais correta, ele se apaixona por ela, o que o faz seguir uma vida toda lutando contra as desigualdades. Cabe ao jornalista interpretar essa paixão, amenizá-la em seus excessos (porque toda paixão é excessiva, ainda bem) e trazê-la à luz dos fatos, quando você tem tempo e espaço para isso, claro. Será que realmente seu leitor quer saber sobre acusações pessoais que nada contribuem para um debate civilizado, além de sumirem no dia seguinte? É preciso muito cuidado para não ser levado pela onda. Observação e um pouco de astúcia podem fazer o jornalista ver que nem sempre tudo é o que parece e que uma derrota pode representar uma vitória futura muito melhor, conhecida desde a derrota anterior. A Política atual, diferente da grega, é uma cortina de fumaça onde nada fica muito claro, mas também nada te cega. Assopre, o vento da imparcialidade ajuda.
Vai!
06/03/2009
São Paulo vai parar e não vai demorar. Na verdade, daquelas bem verdadeiras sem a ótica dos otimistas, já parou. É impossível entrar em um vagão do metrô entre as 18 e 20 horas sem ser chutado, levar rasteira ou ficar vendo cara feia de gente mais feia te olhando torto porque você saca – belíssima - seu livro de bolso e nem confiança para o resto do povo. Faço isso, sempre. Nada como a leitura para abstrair as dezenas de braços com suas glândulas sudoríparas à toda! Tudo bem que o cheiro não melhora, mas você pode imaginar que está, sei lá, em Paris no século XVIII. Ih, não adiantou muito, o cheiro não muda muito. Mas ok. O pior não é o problema de falta de espaço e trens, é a falta de educação das pessoas. As coisas são tão simples e tem gente que complica. Se você não consegue entrar, não consegue, é questão de Física. Mas nem todo mundo sabe disso e acha que sim, claro que sim, você cabe naquele espaço que tem 1/125 do seu tamanho, e te empurram, forte, sem querer saber de mais nada. Pra frente e avante, oh homem da frente, entre! Pior, muito pior, é gente que não enxerga que na sua frente tem uma senhorinha toda fofa andando devagar. Ou que uma mulher grávida está se ajeitando no banco e por isso você ainda não sentou. Falta de educação é ruim em qualquer lugar, minha avó diz que educação cabe até na estrebaria, e cabe. Mas além de falta de educação esse povo tem falta de consciência coletiva. Como viver na maior cidade da América Latina e a quarta maior do planeta sem isso? Como viver em um lugar onde as pessoas que são empurradas alguns dias em outros são as que empurram. Se eu não passo pra frente o empurrão com destino ao vagão isso acaba. É a velha história de não fazer com os outros o que não quero que façam comigo, mas dessa vez mais visível, tocável, logo, deveria ser bem mais apreendida pelas pessoas. Mas não. E o metrô vai continuar lotado, as pessoas vão continuar me empurrando e as senhorinhas continuarão sofrendo com a pressa dos mocinhos. E olha que não faz um mês que o preço da passagem aumentou. Prestação de serviço público é mesmo uma piada porque o prestador enxerga em seu público um bando de gente apressada que não tem tempo de reclamar. Fica fácil. Ainda mais se você pensa que de ônibus é pior, de táxi bem pior e de carro próprio então, ai ai...
Escrito por Hélio Filho às 18h09
(2) Vários Comentários
Lá (lá lá lá)
02/03/2009
LáRemixei minha vida com batidas alegres.Colori meu passado com cores vivas para ele não ser esquecido.Sonhei pesadelos para me ver longe deles.Varri a poeira pra debaixo do tapete do esquecimento.Hoje tenho luz nas mãos.Tenho paz nos olhos e na alma.Sinto o sol aquecer meus sentimentos.Vejo um futuro cheio de fotos coloridas.Vou pisar na grama para andar.Vou quase matá-la para passar.E ela vai sorrir mesmo assim.Estou a caminho do futuro, cheio de fotos coloridas.Quando eu chegar lá te ligo pelo telefone da memória.Atenda, fique alerta para o chamado do porvir.Quero te dizer o que encontrei lá.Lá, um lugar cheio de fotos coloridas.
06/03/2009
São Paulo vai parar e não vai demorar. Na verdade, daquelas bem verdadeiras sem a ótica dos otimistas, já parou. É impossível entrar em um vagão do metrô entre as 18 e 20 horas sem ser chutado, levar rasteira ou ficar vendo cara feia de gente mais feia te olhando torto porque você saca – belíssima - seu livro de bolso e nem confiança para o resto do povo. Faço isso, sempre. Nada como a leitura para abstrair as dezenas de braços com suas glândulas sudoríparas à toda! Tudo bem que o cheiro não melhora, mas você pode imaginar que está, sei lá, em Paris no século XVIII. Ih, não adiantou muito, o cheiro não muda muito. Mas ok. O pior não é o problema de falta de espaço e trens, é a falta de educação das pessoas. As coisas são tão simples e tem gente que complica. Se você não consegue entrar, não consegue, é questão de Física. Mas nem todo mundo sabe disso e acha que sim, claro que sim, você cabe naquele espaço que tem 1/125 do seu tamanho, e te empurram, forte, sem querer saber de mais nada. Pra frente e avante, oh homem da frente, entre! Pior, muito pior, é gente que não enxerga que na sua frente tem uma senhorinha toda fofa andando devagar. Ou que uma mulher grávida está se ajeitando no banco e por isso você ainda não sentou. Falta de educação é ruim em qualquer lugar, minha avó diz que educação cabe até na estrebaria, e cabe. Mas além de falta de educação esse povo tem falta de consciência coletiva. Como viver na maior cidade da América Latina e a quarta maior do planeta sem isso? Como viver em um lugar onde as pessoas que são empurradas alguns dias em outros são as que empurram. Se eu não passo pra frente o empurrão com destino ao vagão isso acaba. É a velha história de não fazer com os outros o que não quero que façam comigo, mas dessa vez mais visível, tocável, logo, deveria ser bem mais apreendida pelas pessoas. Mas não. E o metrô vai continuar lotado, as pessoas vão continuar me empurrando e as senhorinhas continuarão sofrendo com a pressa dos mocinhos. E olha que não faz um mês que o preço da passagem aumentou. Prestação de serviço público é mesmo uma piada porque o prestador enxerga em seu público um bando de gente apressada que não tem tempo de reclamar. Fica fácil. Ainda mais se você pensa que de ônibus é pior, de táxi bem pior e de carro próprio então, ai ai...
Escrito por Hélio Filho às 18h09
(2) Vários Comentários
Lá (lá lá lá)
02/03/2009
LáRemixei minha vida com batidas alegres.Colori meu passado com cores vivas para ele não ser esquecido.Sonhei pesadelos para me ver longe deles.Varri a poeira pra debaixo do tapete do esquecimento.Hoje tenho luz nas mãos.Tenho paz nos olhos e na alma.Sinto o sol aquecer meus sentimentos.Vejo um futuro cheio de fotos coloridas.Vou pisar na grama para andar.Vou quase matá-la para passar.E ela vai sorrir mesmo assim.Estou a caminho do futuro, cheio de fotos coloridas.Quando eu chegar lá te ligo pelo telefone da memória.Atenda, fique alerta para o chamado do porvir.Quero te dizer o que encontrei lá.Lá, um lugar cheio de fotos coloridas.
A pão e água
25/02/2009
Esse Carnaval foi o das primeiras, muitas “primeira vez”. Primeiro Carnaval em muitos anos que não bebo nada alcoólico e tudo e tal. Sobriedade quase total, mas não perturbante, não mesmo. Primeira vez também que eu fui a uma pool party. Os meninos the weekeiros aqui do Mix sempre vão e falam como é. Como não sou muito afeito desse microcosmo nunca tinha ido. Tinha curiosidade, e fui matá-la.Em primeiro lugar, não consegui entender porque chama pool party se a piscina ficou coberta. Já haviam me dito antes que ela servia só de decoração e ninguém nadava. Que era coisa de gente brega nadar. Ok, mas podia ter a piscina descoberta para refrescar. Mas, pensando bem, e acho que é esse o motivo, se a piscina estivesse descoberta na pool que eu fui o clube jogaria gente ladeira abaixo porque estava bem lotada a festa. Mesmo assim, um dia vou a uma pool e me jogo na piscina fazendo nado sincronizado (que visão do inferno) só para ver a cara das pseudo-finas me xoxando enquanto eu rio delas rindo de mim! Deixo a dica. Deve ser algum tipo de moda também ir vestido inteiro de branco. A maioria das pessoas estava assim, algumas até com quepes de marinheiro. Carnaval é isso aí. Quando todo mundo se colore horrores, tem gente que prefere o branco, que é a união de todas elas (ou a ausência, para os pessimistas). E o povo é bem animado, hein? Dança a noite toda sem parar e sua, muito, o tempo todo (por que será? hihihi). O mais legal de ficar sóbrio na balada é ver as doidas da vassoura, como diz o Erik, chegarem com uma cara, linda, e irem embora (quando vão) com outra, destruída.Aí se você não altera sua consciência e não entra naquela onda de todo mundo, mas mesmo assim quer ficar ali com os amigos, a alternativa é justamente, como já diz o nome, buscar maneiras alternativas de diversão. Tipo aproveitar o estado vulnerável das amigas pra gritar à toda hora “abraço coletivo” e rachar o bico de ver as doidas se abraçando toda hora como se fosse a primeira vez, porque para elas é. Ou começar uma frase pela metade e receber uma resposta afirmativa do amigo como se ele tivesse entendido tudo o que você disse, mas que não tem sentido nenhum. Pode parecer maldade, mas, ah, credo, isso não é justo. A, digamos, irmã sóbria da turma merece se divertir. Afinal, é ela, no caso, fui eu, quem fica toda hora jogando água na nuca das colegas e arruma um leque do nada para fazer um ventinho quando os olhos começam a virar, dá a mão para elas apertarem sem parar no topo da viagem (e apertam forte, hein?) e se preocupa em comprar aquela Coca-Cola providencial no fim da noite. É ela também que não deixa as elzeiras uó se aproveitarem das amigas vulneráveis e está de olho em cada mão que passa pelo grupo.Foi legal ir à pool, ainda mais sóbrio. É engraçado ver todo mundo se mordendo, se beijando fortemente e falando muito vários assuntos ao mesmo tempo. Sem contar que você cata cada escapada de cada casal e a sensação de dançar a noite toda quase sem parar sem tomar nada é energizante. Quanto mais se dança sóbrio, mais se quer dançar. E eu dancei, fiquei até com dor na perna esquerda. Não vou fazer a linha careta e dizer que é ruim não estar sóbrio, que isso ou aquilo, nem sempre fui sóbrio e sei que cada um faz o que bem entende de sua vida, por isso a minha será assim, sóbria para ser divertida. Para quem não pensa assim, boa viagem!Uma pena só foi estar sóbrio quando por duas vezes o segurança nada profissional gritou comigo achando que eu seria uma daquelas pessoas que nem sabe o que está acontecendo e simplesmente vira as costas. Não, eu entendia tudo e percebi que ele foi grosso, nada profissional e lamentável. Nessas horas sua sobriedade te faz mal porque você vê que nem sempre os clubes te dão o tratamento que você merece, que todos merecem. Eu não saio da minha casa para ouvir grito de segurança, que deveria estar ali me protegendo. E ele gritou comigo simplesmente porque, como muita gente durante toda a festa, eu estava sentado em um canteiro de plantas descansando (sem destruir as plantas). Tudo bem ele tirar o povo dali, mas antes a casa disponibilizasse lugares para o povo sentar. Isso se chama profissionalismo, demonstra cuidado com os clientes. Não só os sóbrios, mas também os vulneráveis, que também querem descansar um pouco, mesmo que o corpo não. O único lugar que achei para sentar foi um banco na porta do dark room. Lamentável, de novo, isso. Se você quer sair do fervo, do monte de gente e da música alta, é obrigado a sentar ao lado do dark, onde as pessoas querem muita discrição, mas acabam sendo o centro da atenção de quem senta ali porque não tem outra alternativa. Fica aqui um pedido do pequeno grupo dos sóbrios para os donos de clube sempre lembrarem de nós também. Afinal, o legal é ter gente de todo jeito na balada e fazer esse povo se sentir bem junto: gente sóbria, louca da vassoura, de chapéu de palha, de quepe de marinheiro, com ursinho amarrado nas costas, com camiseta, sem camiseta, caída, em pé, com silicone, sem silicone, colocada, deslocada, tresloucada e por aí vai. Não vejo a hora da próxima balada!
25/02/2009
Esse Carnaval foi o das primeiras, muitas “primeira vez”. Primeiro Carnaval em muitos anos que não bebo nada alcoólico e tudo e tal. Sobriedade quase total, mas não perturbante, não mesmo. Primeira vez também que eu fui a uma pool party. Os meninos the weekeiros aqui do Mix sempre vão e falam como é. Como não sou muito afeito desse microcosmo nunca tinha ido. Tinha curiosidade, e fui matá-la.Em primeiro lugar, não consegui entender porque chama pool party se a piscina ficou coberta. Já haviam me dito antes que ela servia só de decoração e ninguém nadava. Que era coisa de gente brega nadar. Ok, mas podia ter a piscina descoberta para refrescar. Mas, pensando bem, e acho que é esse o motivo, se a piscina estivesse descoberta na pool que eu fui o clube jogaria gente ladeira abaixo porque estava bem lotada a festa. Mesmo assim, um dia vou a uma pool e me jogo na piscina fazendo nado sincronizado (que visão do inferno) só para ver a cara das pseudo-finas me xoxando enquanto eu rio delas rindo de mim! Deixo a dica. Deve ser algum tipo de moda também ir vestido inteiro de branco. A maioria das pessoas estava assim, algumas até com quepes de marinheiro. Carnaval é isso aí. Quando todo mundo se colore horrores, tem gente que prefere o branco, que é a união de todas elas (ou a ausência, para os pessimistas). E o povo é bem animado, hein? Dança a noite toda sem parar e sua, muito, o tempo todo (por que será? hihihi). O mais legal de ficar sóbrio na balada é ver as doidas da vassoura, como diz o Erik, chegarem com uma cara, linda, e irem embora (quando vão) com outra, destruída.Aí se você não altera sua consciência e não entra naquela onda de todo mundo, mas mesmo assim quer ficar ali com os amigos, a alternativa é justamente, como já diz o nome, buscar maneiras alternativas de diversão. Tipo aproveitar o estado vulnerável das amigas pra gritar à toda hora “abraço coletivo” e rachar o bico de ver as doidas se abraçando toda hora como se fosse a primeira vez, porque para elas é. Ou começar uma frase pela metade e receber uma resposta afirmativa do amigo como se ele tivesse entendido tudo o que você disse, mas que não tem sentido nenhum. Pode parecer maldade, mas, ah, credo, isso não é justo. A, digamos, irmã sóbria da turma merece se divertir. Afinal, é ela, no caso, fui eu, quem fica toda hora jogando água na nuca das colegas e arruma um leque do nada para fazer um ventinho quando os olhos começam a virar, dá a mão para elas apertarem sem parar no topo da viagem (e apertam forte, hein?) e se preocupa em comprar aquela Coca-Cola providencial no fim da noite. É ela também que não deixa as elzeiras uó se aproveitarem das amigas vulneráveis e está de olho em cada mão que passa pelo grupo.Foi legal ir à pool, ainda mais sóbrio. É engraçado ver todo mundo se mordendo, se beijando fortemente e falando muito vários assuntos ao mesmo tempo. Sem contar que você cata cada escapada de cada casal e a sensação de dançar a noite toda quase sem parar sem tomar nada é energizante. Quanto mais se dança sóbrio, mais se quer dançar. E eu dancei, fiquei até com dor na perna esquerda. Não vou fazer a linha careta e dizer que é ruim não estar sóbrio, que isso ou aquilo, nem sempre fui sóbrio e sei que cada um faz o que bem entende de sua vida, por isso a minha será assim, sóbria para ser divertida. Para quem não pensa assim, boa viagem!Uma pena só foi estar sóbrio quando por duas vezes o segurança nada profissional gritou comigo achando que eu seria uma daquelas pessoas que nem sabe o que está acontecendo e simplesmente vira as costas. Não, eu entendia tudo e percebi que ele foi grosso, nada profissional e lamentável. Nessas horas sua sobriedade te faz mal porque você vê que nem sempre os clubes te dão o tratamento que você merece, que todos merecem. Eu não saio da minha casa para ouvir grito de segurança, que deveria estar ali me protegendo. E ele gritou comigo simplesmente porque, como muita gente durante toda a festa, eu estava sentado em um canteiro de plantas descansando (sem destruir as plantas). Tudo bem ele tirar o povo dali, mas antes a casa disponibilizasse lugares para o povo sentar. Isso se chama profissionalismo, demonstra cuidado com os clientes. Não só os sóbrios, mas também os vulneráveis, que também querem descansar um pouco, mesmo que o corpo não. O único lugar que achei para sentar foi um banco na porta do dark room. Lamentável, de novo, isso. Se você quer sair do fervo, do monte de gente e da música alta, é obrigado a sentar ao lado do dark, onde as pessoas querem muita discrição, mas acabam sendo o centro da atenção de quem senta ali porque não tem outra alternativa. Fica aqui um pedido do pequeno grupo dos sóbrios para os donos de clube sempre lembrarem de nós também. Afinal, o legal é ter gente de todo jeito na balada e fazer esse povo se sentir bem junto: gente sóbria, louca da vassoura, de chapéu de palha, de quepe de marinheiro, com ursinho amarrado nas costas, com camiseta, sem camiseta, caída, em pé, com silicone, sem silicone, colocada, deslocada, tresloucada e por aí vai. Não vejo a hora da próxima balada!
Como se tivesse 12 anos
19/02/2009
(Ela poderia ter usado um despertador, mas o príncipe tem mais charme)
Ai, caramba, tenho andado muito Poliana ultimamente. Juro que não queria, preferia estar desanimado com o amor lúdico, sendo bem realista e recalcado, dizendo que relacionamentos só trazem preocupações, traições e brigas e me jogando na pegação hedonista, mas não. Alice, Poliana, princesa. E nessa eu fico dispensando quem não está na onda, que quer fazer a coisa rapidinho, aqui, agora, e fico sem fazer aquilo que todo mundo adora. Mas nem ligo, vou continuar Poliana, vou mesmo, ainda mais depois que li “Da Vida dos Pássaros”, do Alexandre Ribondi. Afinal, quer melhor companhia do que a minha própria?O livro é uma delícia de ler primeiro porque tem uma prosa fluída, simples e com um ritmo que acelera, desacelera, corre, pára. Nunca tinha lido nada dele antes, mas me surpreendi com o estilo, principalmente a maneira de costurar os tempos, personagens e os cenários, em um vai-e-vem que dá ação à história, mas não deixa o leitor perdido. O livro fala do amor de Alexandre e Michael, um amor que começou sem eles saberem, daqueles amores que vão sendo construídos aos poucos sem precisar de muita explicação, só precisa ser sentido, vivido. Quando se dão conta, já estão juntos há tanto tempo que não tem como tirar um do corpo do outro.Eu acho isso lindo, essa entrega, essa lealdade. Poliana sim, e daí? O amor deles passa por muitas coisas, umas boas, outras péssimas, mas sempre sobrevive, mesmo um tentando negar o outro. Michael está em Alexandre e vice-versa. Não podem viver separados e esse compromisso da presença um do outro é natural, a qualquer hora um pode deixar o outro e ir embora, o que acontece algumas vezes, mas sempre com uma volta cheia de vontade, tesão, saudade. A vida não é fácil, e disso todo mundo sabe. Mas ela fica pior ainda se você não tem com quem contar – amigos, parentes, amores. No caso dos gays a coisa piora. Nem sempre rola contar com a família e bons amigos no mundo gay são cada dia mais raros porque o mundo gay, no geral, fica cada vez menos racional e muito mais emocional, momentâneo, raso. Bom mesmo é contar com um companheiro, termo que, para mim, engloba namorado, amigo, amante e irmão. Alguém que te queira de verdade sempre, que tenha sido conquistado pelas suas qualidades – e defeitos também. Mas eu me pergunto se existe alguma outra AlicePolianaprincesasonhadoraacordaminhafilhapromundocruelporquesenãovocêvaisefuder por aí? Deve ter, mas ela também deve estar por aí meio perdida, cansada do mega açougue cheio de vapores ou dos lugares cheios de luzes coloridas. Um dia a gente se encontra, ou não. Enquanto isso fico por aqui, correndo atrás do coelho atrasado. Prometo não me encontrar com a Rainha louca, ou lôca. Vou continuar sonhando uma coisa pura e leve, e isso ninguém pode tirar de mim. Um beijo para a minha mãe, para o meu pai e para você.
Escrito por Hélio Filho às 12h10
(5) Vários Comentários
Delicadeza
17/02/2009
Se você terminar a música se sentindo igual a quando começou, ouça de novo até isso mudar.
19/02/2009
(Ela poderia ter usado um despertador, mas o príncipe tem mais charme)
Ai, caramba, tenho andado muito Poliana ultimamente. Juro que não queria, preferia estar desanimado com o amor lúdico, sendo bem realista e recalcado, dizendo que relacionamentos só trazem preocupações, traições e brigas e me jogando na pegação hedonista, mas não. Alice, Poliana, princesa. E nessa eu fico dispensando quem não está na onda, que quer fazer a coisa rapidinho, aqui, agora, e fico sem fazer aquilo que todo mundo adora. Mas nem ligo, vou continuar Poliana, vou mesmo, ainda mais depois que li “Da Vida dos Pássaros”, do Alexandre Ribondi. Afinal, quer melhor companhia do que a minha própria?O livro é uma delícia de ler primeiro porque tem uma prosa fluída, simples e com um ritmo que acelera, desacelera, corre, pára. Nunca tinha lido nada dele antes, mas me surpreendi com o estilo, principalmente a maneira de costurar os tempos, personagens e os cenários, em um vai-e-vem que dá ação à história, mas não deixa o leitor perdido. O livro fala do amor de Alexandre e Michael, um amor que começou sem eles saberem, daqueles amores que vão sendo construídos aos poucos sem precisar de muita explicação, só precisa ser sentido, vivido. Quando se dão conta, já estão juntos há tanto tempo que não tem como tirar um do corpo do outro.Eu acho isso lindo, essa entrega, essa lealdade. Poliana sim, e daí? O amor deles passa por muitas coisas, umas boas, outras péssimas, mas sempre sobrevive, mesmo um tentando negar o outro. Michael está em Alexandre e vice-versa. Não podem viver separados e esse compromisso da presença um do outro é natural, a qualquer hora um pode deixar o outro e ir embora, o que acontece algumas vezes, mas sempre com uma volta cheia de vontade, tesão, saudade. A vida não é fácil, e disso todo mundo sabe. Mas ela fica pior ainda se você não tem com quem contar – amigos, parentes, amores. No caso dos gays a coisa piora. Nem sempre rola contar com a família e bons amigos no mundo gay são cada dia mais raros porque o mundo gay, no geral, fica cada vez menos racional e muito mais emocional, momentâneo, raso. Bom mesmo é contar com um companheiro, termo que, para mim, engloba namorado, amigo, amante e irmão. Alguém que te queira de verdade sempre, que tenha sido conquistado pelas suas qualidades – e defeitos também. Mas eu me pergunto se existe alguma outra AlicePolianaprincesasonhadoraacordaminhafilhapromundocruelporquesenãovocêvaisefuder por aí? Deve ter, mas ela também deve estar por aí meio perdida, cansada do mega açougue cheio de vapores ou dos lugares cheios de luzes coloridas. Um dia a gente se encontra, ou não. Enquanto isso fico por aqui, correndo atrás do coelho atrasado. Prometo não me encontrar com a Rainha louca, ou lôca. Vou continuar sonhando uma coisa pura e leve, e isso ninguém pode tirar de mim. Um beijo para a minha mãe, para o meu pai e para você.
Escrito por Hélio Filho às 12h10
(5) Vários Comentários
Delicadeza
17/02/2009
Se você terminar a música se sentindo igual a quando começou, ouça de novo até isso mudar.
Assinar:
Comentários (Atom)
