terça-feira, 18 de agosto de 2009

Friagem
27/03/2009
O frio percorria sua espinha em uma velocidade muito rápida. Sua pele já começava a ficar vermelha e seus lábios roxos. A circulação sanguínea agonizava, pedia ajuda a algum calor próximo para se manter correndo pelas veias e artérias daquele corpo quase morto. Apenas a neblina fria podia ser vista dentro daquele lugar. O amontoado de carne e músculos ficava invisível, quase querendo se esconder da morte. Levantou a muito custo o braço esquerdo e esticou seu dedo anelar o mais que pôde para alcançar o botão. Não conseguiu. Uma nova tentativa com mais força e determinação, que surgem ninguém sabe de onde nessas horas, alcançou o botão, mas apenas o tocou, sem sucesso novamente. Cada vez mais frio o lugar ia ficando e as esperanças dele iam embora com o resto de calor de seu corpo comprido, com pêlos esparsos e nem magro nem gordo.As pontas do cabelo já começavam a denunciar uma espécie de geada que caía sobre sua cabeça, esfriando suas ideias, mas sem afastar o medo de morrer congelado. Ironicamente paralisado depois de uma vida cheia de atividades, correrias e trabalhos, se viu já sem esperanças de viver mais um dia. Forçou o abdômen, quase distendeu o pulso esquerdo e soltou um grito de determinação rumo ao botão congelante. Conseguiu tocá-lo, desligou o ar-condicionado, emudeceu o despertador e levantou da cama para mais um dia de sua rotina. “Tem dias que a noite é foda”, pensou ao escovar os dentes.
Escrito por Hélio Filho às 11h18
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EnJoy
26/03/2009
Tenho uma tendência a desconfiar de encontros de músicos e sempre achar que é uma jogada comercial. Tipo unir Ana Carolina e Seu Jorge, não entendi nada disso até agora, ainda mais cantando Damien Rice. Mas gostei do Little Joy, do Strokes Fabrizio Moretti com o Los Hermanos Rodrigo Amarante e a moça Binki Shapiro. Tudo bem que ela é muuuito forçadamente folk/alternativa/indie/seiláoque, mas o som é legal. Claro que outro ponto que fica devendo é a criatividade de fazer algo novo, já que o som é uma previsível mistura de Strokes com Hermanos.Mas por isso é bom, às vezes parece vocal de Strokes com levada Hermanos e vice-versa. É como se tivessem feito um mash mesmo das duas bandas. Sempre gostei do Strokes e dos Hermanos, juntar os dois com um toque meio folk ficou muito legal. Mas senti a Binki meio perdida ali no meio, parece que ela está ali só para dar uma cara diferente, de trio que pega a estrada com seu violão embaixo do braço. No balanço geral, nota 8,5. Agora é esperar o próximo CD do Strokes, que deve sair este ano ainda. Já Los Hermanos nem sinalizou uma volta, mesmo que os fãs torçam muito. Aqui embaixo dá para conferir "No One's Better Sake".

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