quarta-feira, 1 de junho de 2005
***OUTRO PONTO P
***OUTRO PONTO PARA O CONTO***
Eu havia prometido falar sobre minha vida amorosa. Esqueça, as mudanças das quais falei ainda não chegaram à essa parte. Creio que nunca chegarão. Eu sou mesmo uma ostra, sux!
Nem acredito que consegui escrever outro conto! Tudowww!!!! Espero que esteja bom!
Bruno, agora toda vez que escrevo um conto eu lembro de você, amigo. Esse aí embaixo é pra você também.:-)
Um olhar
De repente ele chegou, sem avisar a ninguém sobre seu regresso. Aquela figura esquálida e obscura chocou os presentes na sala de jantar. Sem pronunciar palavra, entrou e rumou direto para o seu antigo e já conhecido lugar na casa.
Sentia-se cansado e inútil. Sua aparência era realmente deplorável, e o cheiro de álcool proveniente de sua boca fazia com que o pobre homem sentisse ainda mais vergonha de si mesmo. Sentado na cama de campanha, observava pela janela as estrelas dançando vagarosamente sob seu olhar turvo e embriagado. Nos pés, apenas dois rascunhos do que um dia foi seus sapatos luxuosos, com os quais costumava freqüentar as cansativas missas dominicais. Aliás, nunca acreditara em nenhuma palavra proferida pelo gordo e confuso padre. Deus era uma coisa distante demais para ser entendido. Um homem que nunca havia rezado em sua vida não poderia ser convertido subitamente.
Começou a recordar os áureos tempos daquela casa, que agora encontrava-se infestada por insetos, baratas e ratos. O chão denunciava a idade da construção através de suas fissuras e dos enormes buracos, que serviam de esconderijo aos mais asquerosos animais que sua mente poderia imaginar.
Ao tirar os restos de calçado que lhe restavam, percebeu uma profunda ferida em seu pé esquerdo. Após muito rebuscar suas lembranças, chegou à conclusão de que o ferimento foi causado pelo uso contínuo daquilo que alguns ainda consideravam um par de sapatos. O couro molhado e todas as espécies de fungos e germes, presentes em seu pé o tempo todo, já eram costumeiros, e em alguns momentos até companheiros daquele transeunte bêbado.
Agora estava em sua cama, simples, mas sua. Sabia que ali ninguém o chutaria, como acontecia todos os dias durante os anos em que estivera à míngua, lançado a todos os tipos de sorte de que um ser humano pode gozar. Os policiais não apareceriam ali para expulsá-lo e humilhá-lo com palavrões e calúnias que não merecem ser ditas aqui. Sua procura por um lugar quente e aconchegante havia terminado naquele instante. Sentia-se um rei por ter dois lençóis de linho e uma cama de molas barulhentas para se deitar. Nunca gostara de travesseiros que, além de fazerem mal à sua coluna, eram macios demais para tocar em um rosto tão rude e marcado pelo tempo.
Muitos anos haviam se passado desde a morte de sua esposa, grávida de seu segundo filho. Desde este fatídico dia, nunca mais aquele homem soube o que era a felicidade plena, a ternura e o amor de uma esposa. Haviam se casado muito cedo, ambos com 15 anos. Logo sua esposa engravidou, enchendo aquele lar de paz e harmonia. Dois anos mais tarde, recebeu de sua amada a esplêndida notícia de que seria pai de novo, agora de um menino.
Sua filha ainda tinha aquele olhar pueril e inocente, privilégio das crianças, quando perdeu a mãe. Agora, ele contava apenas com a companhia da primogênita. Por sorte, sua irmã Beatriz acabara de perder o marido em um cruel campo de batalha, e poderia ajuda-lo na criação da adorável pequenina. A menina tinha a tia no mais alto grau de respeito, outorgado apenas às verdadeiras mães amadas pelos filhos. Sendo assim, a viúva retribuía todo o carinho da sobrinha, além de educá-la e lhe ensinar segredos que só as mulheres possuem.
A garota cresceu bela, direita - apesar das adversidades financeiras enfrentadas por seu pai - e muito bem educada. No seu aniversário de 18 anos, comunicou ao pai que iria embora daquela casa com seu noivo, o encantador Estevão. Já havia muito tempo que o casal se encontrara às escondidas, sob a vigilância da tia, e já haviam planejado todo um futuro brilhante e perfeito. Comprariam uma charmosa propriedade ao norte, onde os patos nadam no lago durante os verões e as crianças patinam nas tardes de inverno.
A novidade, não muito bem recebida pelo pai, foi o ponto de partida para a decadência daquele homem que, por anos, viu sua filha correr por entre as macieiras e rolar em meio às rosas amarelas do jardim daquela casa. Naquela hora, sentiu como se lhe tirassem o chão, chegou a pensar que estava envolvido por algum de seus devaneios oníricos e inexplicáveis, mas logo voltou à realidade.
Na manhã seguinte ao aniversário, viu sua filha partindo para longe ao lado do homem que dizia amar loucamente. Nenhuma lágrima rolou sob sua face. Sua tristeza era tamanha que não conseguia esboçar nenhum tipo de sentimento. Restavam apenas ele e Beatriz naquela casa de campo simples e, agora, triste.
Dois outonos mais tarde, foi a vez de sua irmã deixá-lo. Uma tuberculose crônica levou a já cansada mulher ao encontro de Deus, fazendo com que sua decadência pessoal iniciada naquela festa de aniversário tomasse proporções ainda maiores. Sentia-se solitário e chorava todas as noites a falta de sua amada esposa. Enquanto a pequena lhe fez companhia, não houve um só momento em sua vida que não se dedicou à ela. Mas agora o encanto de sua vida havia se esvaído por entre seus dedos, não poderia segurá-lo para sempre. Pensou na pequena que um dia lhe alegrou a vida, e chorou.
Nunca recebera uma carta de sua filha, não sabia como e onde encontrá-la. Desconhecia a existência dos netos e netas, dos valentes cães que policiavam a morada da recém-formada família e da bela vista que se tinha do celeiro da fazenda ao pôr-do-sol.
Triste, pobre e debilitado por sua artrite, saiu em busca da única coisa de valor que lhe restara: sua filha. Por oito longos anos ele a procurou incessantemente, sempre guiado pela luz de sua esposa e encorajado pela esperança de rever aquela que o abandonara em busca de uma vida própria.
Em uma ensolarada tarde de verão, sentou-se em um banco de praça e pôs-se a divagar pelo mundo próprio que criava com suas idéias e conceitos. Apenas uma figura pálida e ruiva foi capaz de resgatar o absorto homem de seus sonhos. Apressada, a menina caminhava com passos firmes e certos. Seu olhar era misterioso e doce ao mesmo tempo, o que reavivou na memória do espectador uma lembrança muito forte. Sentiu sua espinha gelar, seu coração disparar e sua respiração desaparecer.
Seguiu, cuidadosamente para não ser notado, aquela pequena criança até sua casa. Andou por volta de dois quilômetros além dos limites da cidade. Deteve-se quando a menina foi chamada pela mãe que a aguardava na varanda da singela casa cor de pêssego. Antes de entrar , a ruiva criança lançou um olhar carregado de afeto dentro de seus olhos, perturbando-o profundamente.
Dez anos se passaram desde aquele dia. Agora ele estava em uma cama de campanha contemplando, embriagado, as estrelas e se lamentando da dor causado por uma ferida no pé esquerdo. Ouviu passos e uma leve mão tocou a porta. Após ter recebido o devido consentimento, uma deslumbrante moça ruiva adentrou o fétido quarto. O homem teve forças apenas para erguer sua cabeça e fixar seus olhos nos da visitante. Em dez anos, eles nunca haviam mudado. Foi quando caiu de súbito no colchão, morto.
"Pau que nasce torto, nunca se indireita!" É o Tchan, (esqueci o nome da música!) hahahahahahhahaha, que podreraaaaaaa!;-)
Hélio - Hélio |14:05 hs comentários[1].
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segunda-feira, 30 de maio de 2005
NÃO O MENSTRUAL<
NÃO O MENSTRUAL
Nossa, faz uma era que eu não escrevo aqui (todo post meu começa assim! Hahaha). Essa minha vida acelerada me toma um tempo que eu considerava precioso. Bom, ossos do "orifício""!
Todos os dias eu leio a previsão do horóscopo para o meu signo, capricórnio. Tudo bem, quem conhece um pouco sobre o assunto vai pensar: "Capricórnio? Nossa! Não tem coração, só age com a cabeça, é frio, blá blá blá", isso eu já sei, todo mundo me fala isso depois de descobrir meu signo.
O mais interessante é que hoje a previsão deu muito certo. Tudo bem que há dias em que eu não entende nada, noutros eu desconsidero a previsão por ser desagradável.
30 de maio de 2005, meu horóscopo hoje diz que os capricornianos sabem melhor do que ninguém a hora de encerrar um ciclo e começar outro. Exatamente o que eu decidi fazer antes do feriado.
Nada daqueles planos para um futuro distante, apenas uma reafirmação de alguns valores e metas a serem alcançadas (como por exemplo, parar de chutar quem gosta de mim e não correr atrás de quem me bica! A gente só gosta de quem não gosta da gente! Isso fica pro próximo post.)
Cansei da minha outra vida, vou me reinventar, como faço várias vezes ao ano. Não comece a me imaginar de cabelo azul ou roxo (já fiz isso há 5 anos atrás), com roupa de cowboy (6 anos atrás), hippie (1 ano atrás) ou metaleiro (4 anos atrás), nada disso. São transformações mais profundas, algumas doloridas, outras difíceis. Mas como canta Ben Harper: "Welcome to the cruel world!".
Certa vez alguém falou que era muito bom estar comigo, porque a cada dia eu era uma pessoa diferente. Não que eu seja falso, sem opinião ou algo do tipo. Pelo contrário, minha sinceridade às vezes até machuca e minhas opiniões já causaram muito alvoroço.. É que eu procuro não me prender a estereótipos, tribos e ideologias. O mundo é dinâmico demais e a vida mais curta ainda para viver de um jeito só!
Às vezes eu me acho confuso, perdido. Tenho amigos de todos os tipos e a cada dia eu estou em um mundo diferente. Já cheguei a sair de um aniversário com churrasco e muito pagode (a gente faz cada coisa pelos amigos) e cair no BarFly em dia de trashmassacrationkillerdevildark metal! Essa confusão logo some quando eu começo a lembrar daquelas pessoas acomodadas, que são sempre iguais, que não caminham em direção alguma.
Acho que nunca vou definir uma ideologia única. A cada manhã eu me sinto de um jeito, e expresso isso em minhas ações. Com uma personalidade como a minha, os ciclos que o horóscopo se refere passam a ser cotidianos, diários, intensos. Não pretendo mudar, gosto assim. Cada dia da minha vida é um capítulo à parte. Cada dia da minha vida é uma aventura, um fim e um novo começo. Se é para mudar, será sempre para melhor.;-)
A atitude faz a sorte, escreva a sua.
Quem eu serei nesse novo ciclo? Que tal conferir?!
"Se hoje eu lhe odeio, amanhã lhe tenho amor!", Raul Seixas - Metamorfose ambulante.
Hélio - Hélio |13:32 hs comentários[2].
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sexta-feira, 22 de abril de 2005
CÔMICO, SE NÃO F
CÔMICO, SE NÃO FOSSE TRÁGICO
Recebi isso por e-mail, o pior é que procede!:-(
Como a imprensa brasileira noticiaria hoje a história de Chapeuzinho Vermelho?
JORNAL NACIONAL
(Willian Bonner): "Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo..."
(Fátima Bernardes): "...mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia".
FANTÁSTICO
(Glória Maria): "...que gracinha, gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?"
BRASIL URGENTE
(Datena): "...onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades?! Segurança!!! Cadê a polícia? A menina ia para a casa da avozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! Isso é uma piada!! Esses políticos são uns brincalhões!! Ela foi devorada viva... Acorda autoridade! Um lobo, um lobo safado. Isso é um tapa na cara da sociedade brasileira. Põe na tela!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não."
VEJA
Chapeuzinho exclusivo: "Acho que não foi tão perigoso assim" Relatório revela: Abin investigou ligações do lobo com o PT e as Farc
CLÁUDIA
"Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho"
NOVA
Dez maneiras de levar um lobo à loucura
MARIE-CLAIRE
Na cama com o lobo e a vovó
FOLHA DE S. PAULO
Legenda da foto: "Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador". Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.
O ESTADO DE S. PAULO
Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT
ZERO HORA
Avó de Chapeuzinho nasceu no Rio Grande
AGORA
Sangue e tragédia na casa da vovó
CARAS
(Ensaio fotográfico com Chapéuzinho na semana seguinte) Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS:
"Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa"
PLAYBOY
(Ensaio fotográfico no mês seguinte) Confira o que só o lobo viu e comeu
ISTO É
Gravações revelam que lobo foi assessor de influente político de Brasília
G MAGAZINE
(Ensaio fotográfico com lenhador) Lenhador mostra o cabo do machado
Hélio - Hélio |15:42 hs comentários[1].
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terça-feira, 19 de abril de 2005
** A NEW WAY? **
** A NEW WAY? **
Recebi um convite para colaborar em uma revista. Logo de cara me deram a editoria de moda, será que esse meu primeiro texto na área ficou bom? Veja:
A redescoberta dos anos 80
A década perdida está de volta. A moda se recicla e se reinventa a cada coleção, uma de suas notáveis características. A onda oitentista - presente em festas, costumes e na música - alcançou as passarelas e foi adotada, principalmente, pelos chamados "descolados de plantão". Figuras assíduas em festas como a Cio 80's e Trash 80's, este grupo resgata a década do punk maestralmente.
Nada de cabelos espetados, black total e comportamentos transgressivos. O que se vê é uma glamourização das idéias surgidas na época, com uma pitada de modernidade e bom senso. Um bom exemplo são as calças fuseau e os leggings, que não são mais socadas dentro de toscos coturnos. Agora, essas peças vêm em versão mais clean, companheiras inseparáveis de um belo scarpin.
Sim, estes sapatos foram resgatados também, mas agora possuem um visual mais trabalhado - como desenhos, bordados e pedrarias. Nada comparável aos antigos modelos de corte duvidoso e cores desconhecidas.
Outra vedete que volta - mesmo sem nunca ter sido deixada de lado nesses vinte anos - com força total é o jeans. Jaquetas, saias e mini-saias, vestidos acinturados, nas tradicionais ou inovadoras calças e, é claro, nos scarpins. Merecendo até um editorial inteiro feito pela revista Vogue, o jeans chega como uma alternativa chic para acompanhar o ritmo acelerado do dia-a-dia nas metrópoles.
Cintos largos e apoteóticos e bolsas ao melhor estilo "punk is not dead" também fazem parte da onda, além de tachas e mais tachas nas jaquetas de couro, calças, sapatos, bolsas e cintos.
Os cabelos aceitam novamente a extinta franja: reta ou irregular. Apoiadas e reinventadas pelas técnicas capilares de vanguarda, moldam um corte navalhado, sinuoso e de um efeito visual belíssimo. Junte a isso alguns acessórios: munhequeira sport, polainas, brincos feitos propositalmente sem um par; além do ressurgimento da tatuagem corporal como indicativo de personalidade e rebeldia.
Todo o descompromisso ornamental da década de 80 foi absorvido, processado e reinventado. Regras caíram ao chão, prova disto é a presença maciça nas passarelas dos sobretudos como peça única no visual, moldados ao corpo por echarpes, cintos largos ou tiras contrastantes.
Resgatar uma década tão conturbada e visualmente confusa e poluída como a de oitenta, não é tarefa fácil. As tendências precisam ser moderadas e o bom-senso onipresente. Deve-se prestar muita atenção a que tipo de conceito se está resgatando. Afinal, o corte de cabelo de Billy Idol ou Gretchen não são - por enquanto - nada inspiradores.
Estou muito sem tempo de atualizar aqui, mas prometo que vou me torcer inteiro para escrever mais!;-)
"Cada um é aquilo que quer ser!" - minha irmã, ontem em Brasília, a caminho do Friday's.;-)
Hélio - Hélio |14:02 hs comentários[1].
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sábado, 12 de março de 2005
NADA, NADA, NADA
NADA, NADA, NADA
Nem sei o motivo pelo qual abr a página do weblogger, minha mente está ermbranco agora. Não sei sobre o que escrver, isso me amedronta.
Um futuro jornalista com crise de criatividade? Deve acontecer, e muito.
Na verdade eu nem sei se quero ser jornalista mesmo, essa insegurança me acompanha desde o primeiro dia de aula. Mas na minha vida tudo foi sempre assim: as coisas das quais eu tinha certeza, aquelas que eu considerava como certas, essas nunca foram para frente. Não que eu goste de andar na corda bamba, pelo caminho da indecisão e perdido entre incertezas, nada disso. Mas é que eu comecei a pensar sobre toda a minha vida e descobri que, em 21 anos, eu ainda não sei muito bem quem sou e o que quero.
Alguns podem falar que é coisa típica da idade, começo da fase adulta. Para mim, isso é inerente ao ser humano. Me responda essas três perguntas com convicção: de onde você veio? Para onde vai? Quem é você?
Conseguiu responder? Se a resposta for afirmativa, meus parabéns, vá lá fora e agradeça a tudo que está ao seu redor por ter te proporcionado essa clareza de idéias. Resposta negativa? Ihhh! Aí a coisa fica feia.
A gente nasce com a certeza de que vai morrer, apenas esta (clichêzão essa frase!). Então nossos pais, avós, tios ou sejá lá quem for que te criou, nos educam para sermos pessoas de bem, com um emprego, uma profissão e uma família. E se eu não quiser seguir esse caminho? Quem vai arcar com as consequências sou eu, então, deixe-me escolher à vontade.
Afe, esse papo está ficando super filosófico, demais para um sábado à noite. Deixa pra lá vai! Vou ver o lindo pôr-do-sol que faz agora e pensar na minha vida de incertezas. Ops, uma certeza eu tenho sobre a minha vida: "é bonita! É bonita e é bonita!"
Pensa sobre esse pouquinho que eu escrevi, gostei do tema e vou voltar a falar sobre ele, mas outra hora, minha amiga Geovana tá me ligando!;-)
Para quem nem tinha o que escrever, até que eu me superei!
"Viver, e não ter a vergonha de ser FELIZ!" - Gonzaguinha, O que é o que é?
Hélio - Hélio |19:18 hs comentários[3].
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terça-feira, 1 de março de 2005
TAXI DRIVER
TAXI DRIVER
Taxistas são pessoas informadíssimas, é fato. Mas não é por isso que eles têm que fazer o papel de jornalistas opinativos e sair por aí informando seus passageiros, com sua visão pessoal, sobre os últimos acontecimentos. Quem nunca foi vítima daquelas tradicionais conversas de táxi? "O senhor viu o que o Lula falou naquele discurso?", "A seleção deu um show de bola ontem! Assistiu?"
Péssimo, se eu entro em um táxi, é com o único propósito de ser transportado a algum lugar, como no caso dos elevadores. Para especificar melhor vou contar um acontecimento pessoal.
Estava este que lhe escreve, voltando das recentes férias no Rio de Janeiro. Meu avião saía às 7 da manhã de uma quarta-feira (sacanagem!). Na noite anterior a da partida, eu fui me jogar em uma boate em Copacabana (para mais detalhes, vide meu diário de bordo logo abaixo). Enchi a cara e voltei pro apart apenas para buscar minha bagagem e ir até o Galeão. Como sabia que não teria condições de chamar um táxi às 6 da manhã e bêbado, fiz a reserva um dia antes. Para voltar da boate até Ipanema (onde eu estava hospedado) paguei caríssimos 10 reais por 6 quadras de corrida. "Por causa do horário mermão!"
Enfim, às 6 da manhã eu ainda estava bêbado, mas consegui me jogar dentro do táxi. Aí começou a odisséia! O impertinente motorista começou a me perguntar de onde eu era, o que fazia no Rio, se havia gostado, se voltaria. Poutz, minha cabeça girando e ele me entrevistando? Pára com isso, sacanagem.
Durante o longo percurso de 40 minutos, o tiozinho do volante me contou toda a história do carnaval carioca, histórias de épocas mais antigas que o magnífico Cartola! Tudo bem, foi legal saber daquilo tudo, pena que eu não conseguia esboçar nenhuma reação para interagir com ele no animado papo.
À medida em que passávamos pelos lugares, um novo assunto era sacado do infindável arquivo pessoal do senhor motorista. Em 40 minutos, nós (leia-se apenas ele) falamos sobre a chuva que caía (olha as condições climáticas de novo!), a quantidade de lâmpadas na árvore de Natal da Lagoa, a construção do túnel Rebouças, as condições dos habitantes do morro do Vidigal e da favela da Rocinha, a fundação da Base Aérea carioca... Foi a micro-viagem mais longa da minha vida, interminável.
Por que todo taxista tem mania de puxar conversa, de querer saber sobre a vida dos passageiros. Eu sei que eles fazem isso com a melhor das intenções, mas dá pra perceber quando o passageiro não está disposto a conversar. Será que esse motorista que me levou ao aeroporto era cego? Não percebeu que eu estava embriagado e com o início da minha velha e conhecida ressaca se aproximando?
Nada contra eles, eu até sou fã desses corajosos profissionais. Nunca teria coragem de dirigir pela cidade toda carregando pessoas que nunca vi antes, ainda mais no Rio de Janeiro! Mas tudo tem limite, desconfiômetro é de graça, bom e eu gosto!
Chegando em Campo Grande, eu fui assistir ao filme Taxi Driver do diretor Martin Scorcese. Acho que se tivesse visto o filme antes da viagem, não entraria tão fácil em um táxi. Vai saber o que se passa na cabeça desses taxistas!
Fecha a boca e dirige!
"Muita calma pra pensar, e ter tempo pra sonhar. Da janela vê-se o Corcovado, o Redentor, que lindo!" - Gal Costa em Corcovado.
Esse texto é uma homenagem à cidade mais bela e charmosa do Brasil. Hoje é aniversário do Rio de Janeiro, terra boa, apesar do que a grande imprensa faz questão de destacar para o resto do Brasil.;-)
Hélio - Hélio |13:50 hs comentários[3].
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quarta-feira, 26 de janeiro de 2005
PARA VOCÊ
PARA VOCÊ
Doce e amargo
O doce e o amargo se confundem na minha boca.
As idéias de antes, não as quero mais.
O futuro continua estático,
E eu sofrendo.
Quando o sol brilha no céu,
Lembro do teu sorriso naquela manhã.
Meu peito se rompe em pranto.
Minha mente em lembranças.
A vida ainda é a mesma,
Eu continuo a te procurar em todos os lugares.
Se um dia finalmente te encontrar,
Acho que terei a certeza do grande amor.
Sua mão no meu rosto,
Seu lábio no meu,
Seu calor me incendiando,
Seu carinho me confortando.
As lembranças são jóias raras,
Mas às vezes tais jóias arranham nosso coração.
Cortam nossa alma com força ímpar,
E as lágrimas... Ah! As lágrimas.
É difícil saber ao certo o que sinto,
Isso nunca esteve em mim.
O que vale agora, é a sensação de te querer sempre.
A sensação de te querer para sempre.
Por um momento penso em desistir de tudo,
Nunca mais te procurar.
Em vão!
Ninguém consegue dominar seus sentimentos.
Tenho medo de que me aches bobo,
Um tolo apaixonado e inconseqüente.
Para mim não importa o seu julgamento,
Apenas tua ternura. Apenas tua energia.
Hélio Dias Filho
Hélio - Hélio |8:59 hs comentários[3].
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segunda-feira, 24 de janeiro de 2005
**SENTIR, DESILUDIR
**SENTIR, DESILUDIR, ILUDIR**
O ser humano é mesmo muito estranho. Uma das coisas mais engraçadas em nós são os nossos sentimentos. Por muitas vezes acreditamos piamente neles e, de repente, a mão da realidade nos estapeia a cara violentamente.
Mais uma vez pensamos que o mundo não presta, que ninguém é bom e que nunca mais deveríamos sentir nada pelas pessoas. Ninguém merece o seu respeito, sua atenção e seu carinho. Todos são iguais e te farão sofrer.
De nada adianta. Basta um pouco de tempo e o humano reinicia sua trajetória sentimental, da mesma maneira da última. Acredita, sonha, faz planos e se sacrifica por isso. Pensa que aquela última e dolorosa vez foi um momento ruim, de azar. Agora será diferente!
Não basta muito e novamente a já conhecida mão lança seu golpe, cada vez mais duro e implacável. Então o ser sofre, chora, relembra e refaz todo aquele caminho de desilusão de novo. Decide nunca mais se entregar aos seus sentimentos. Promete que será forte como uma rocha e que nunca mais ninguém se aproximará de seu coração novamente.
Não é tão fácil assim. A carência, a solidão e a tristeza invadem novamente a alma dele e, mais uma vez, ele recomeça seu caminho através do sentir, do gostar. Outra desilusão e tudo aquilo recomeça.
Não podemos lutar contra os nossos sentimentos, eles são mais fortes do que nós. Nunca conseguiremos domina-los e tomar as rédeas de nossas vidas. Esse é um preço a ser pago.
Desde sempre as pessoas se apaixonam, namoram, casam. Desde sempre elas se desiludem com aquele ou aquela que acreditavam ser sua alma gêmea. É através de pequenos gestos, de ínfimas ações que isso ocorre.
Considerando que existem pessoas que só se envolvem para iludir às outras e não se preocupam em mostrar sua verdadeira face, o que importa é viver o momento. Viva a parte boa enquanto ela dura. Quem garante que será eterno? Quem pode dizer até quando e com que intensidade esse seu sentimento estará vivo?
Todos querem amar e ser amados, mas nem sempre isso acontece. A única solução é se conformar com esse complicado e doloroso vai e vem de sentimentos, ora bons, ora muito ruins.
Um bom conselho é: não derrame nenhuma de suas preciosas lágrimas por outro alguém nesse tipo de caso. A tristeza que invade uma pessoa desiludida a cega e impede de deixa-la enxergar que, no futuro, haverá outras situações iguais a essa, e que no passado, já existiram muitas outras!

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