sexta-feira, 1 de agosto de 2008

sexta-feira, 16 de junho de 2006

COPA QUE PARIU!<

COPA QUE PARIU!

Puta merda (não deveria começar meu texto xingando, mãs...), eu fico louco para ter tempo de escrever aqui, quando o possuo...branco. Aliás, que saco, eu tenho as melhores idéias a serem escritas quando estou andando, preciso de um computador móvel. Ok, você vai dizer que ele já existe e se chama palm-top. Então compra um pra mim porque eu não tenho dinheiro. Hahahaha.

Chega, vamos falar de Copa do Mundo, está todo mundo falando, por que diabos eu não falaria? Gastei a conjugação do verbo agora, hahaha. Como pode um país do tamanho do Brasil parar para assistir a um jogo de futebol? Resolveram todos os problemas e não me avisaram? Prenderam os mensaleiros e isolaram o PCC?

Após a estréia da Seleção, na terça-feira, saí do trabalho (não é todo mundo que se programa para tomar cerveja e ver o jogo) e demorei quase 10 minutos para atravessar a avenida e poder ir para a minha casa. Caos total. Buzinas onipresentes. Gritos e bandeiras escorriam aos quilos. E eu no meio daquele monte de gente brega e alienada que está cheia de contas para pagar, com parente doente, e acha o máximo encher a cara em cima de camionetes e xingar os nossos vizinhos argentinos.

Não suporto a falsa alegria colocada no rosto dos quase 180 milhões de brasileiros durante essa época. Todos só querem saber se o Ronaldinho vai emagrecer, o que é obrigação dele, já que recebe para jogar, magro. Apenas interessa descobrir se os bebuns de chuteira foram curtir alguma balada e qual será a cor da chuteira do Kaká. Ninguém mais se recorda dos ataques do PCC à polícia e bombeiros em SP que mataram centenas de pessoas, das rebeliões em três estados brasileiros, da taxa de juros sufocante, do álcool que não fica barato nem na safra da cana...

Eu poderia listar milhares de motivos pelos quais o ser humano, principalmente o que habita a terra de Vera Cruz, deve ter vergonha de parar seu trabalho para ver um jogo de futebol. Será que ninguém mais vê que essa bosta de campeonato serve apenas para tapar escândalos em anos eleitorais. Ou será que ninguém percebeu que a Copa acontece sempre em anos de eleições majoritárias (Presidente, Senador)? As Olimpíadas idem.

Não sei ao certo qual é a quantia gasta nessa lambança esportiva, mas com certeza ultrapassa os milhões necessários para matar a fome dos desabrigados pelos terremotos da Índia, vai muito além dos milhões necessários para amparar as crianças etíopes que vivem nos esgotos da capital Dili. Os quilômetros de tecido, gastos apenas na cerimônia de abertura, poderiam vestir todas aquelas pessoas que morrem todos os anos de frio na Rússia. Aí você me fala que ela movimenta o comércio, aquela coisa toda. Concordo, países como a Itália, os Estados Unidos e a Alemanha necessitam muito disso, por isso sediam o evento.

A Copa nada mais é do que um jogo de interesses, de propagandas e de investimentos. Consiste em colocar um bando de desocupados, que se escondem atrás da camisa de atletas e faturam rios de dinheiro, para chutar uma bola até acertar o gol, lembrando que cada um possui duas (piadinha infame).

Enquanto isso, enquanto Ronaldinho ganha em Euro para comer e cheirar pó do Morro da Mangueira, a dona Severina da Silva, lá de SóDeusSabeOnde, no sertão nordestino, acorda 3h, anda 7km com enxada nas costas para colher mandioca, misturar com água e dar de comer para os oito filhos. Já sei: talvez ela queira comer o aço dos estádios ultra-modernos projetados pelos alemães, ou então uma saborosa pizza de couro de bola de futebol. Melhor, sopa de rede de trave. Ah, me economiza e toma vergonha na cara!

"Vamos todos juntos, pra frente Brasil! Salve a Seleção!" - essa é clássica da Copa.:-(

Hélio - Hélio |18:00 hs comentários[0].

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sábado, 13 de maio de 2006

ÇÉQUÝÇÚ

ÇÉQUÝÇÚ

Recebi por e-mail, ainda estou sem tempo de escrever aqui. Sexóloga responde dúvidas sobre sexo (com respostas adequadas).;-)

1) Tenho 20 anos e não transei ainda porque gostaria que a 1ª vez fosse com um namorado fixo. O que vocêacha?"

R: Minha 1ª vez também foi com um namorado fixo. Eu o amarrei na cama.

2)O que fazer para surpreender um namorado tímido naprimeira noite?

R: Apareça com um amante.

3) Tenho um amigo que quer fazer sexo comigo, mas ele tem um pênis de 24 cm. Acho que vai ser doloroso, o que fazer?

R: Manda pra cá que eu testo pra você.

4) Como faço para seduzir o rapaz que eu amo?

R: Tire a roupa.

5) Terminei com meu ex porque ele é muito galinha e agora estou com outro. Mas ainda gosto do ex e às vezes ainda fico com ele! O que devo fazer?

R: Quem era mesmo galinha nesta história?

6) Quero saber como enlouquecer um homem só nas preliminares.

R: Mostre umas fotos de umas BMW.

7) Como enlouqueço meu parceiro em uma transa no banheiro?

R: Já usou desentupidor de pia?

8) Como conquistar um homem que tem namorada?

R: Pegue os dois logo. Gente complicada.

9) Saí com um gatinho e foi ótimo. Só que agora fico com o maior medo de ligar pra ele. Será que devo?

R: Depende. O gatinho sabe cagar na caixa de areia?

10) Eu tenho 18 anos mas adoro brincar de bonecas com a minha irmã de 2 anos. Tambem entro na net e não canso de ver cenas de sexo. O que eu faço?

R: Passe numa sex shop e compre um boneco inflável de boas proporções.

11) Sou feia, pobre e chata. O que devo fazer para alguém gostar de mim?

R: Ficar bonita, rica e ser legal. Obviamente.

12) O cara com quem estou saindo é muito legal, mas está dando sinais de ser alcoólatra. O que eu faço?

R: Não deixe ele dirigir.

13) Porque, na hora do sexo, quando a gente está no vai e vem, na hora que o corpo entra em atrito, faz aquele barulho de quem está batendo palmas? Porque nessa hora a gente fica mais excitado?

R: É porque parece que tem torcida, tá ligado? Da próxima vez grite pra galera.

14) Eu não tenho uma cara propriamente linda, apesar de ser normal e não ser feia. O que mais atrai os rapazes é o meu corpo. O que fazer para conseguir comer alguns gatos, tendo em conta que tenho 13 anos?

R: Nesta idade você tem que comer Sucrilhos, entende?

15) Tenho 28 anos e sou virgem, não aguento mais esta situação. Como mudá-la o mais rápido possivel?

R: Está em Salvador? Vai à Orla da Pituba, de madruga. Leve uns R$ 50.

16) Sou virgem e rolou, pela primeira vez, de fazer sexo oral. Terminei engolindo o negócio e quero saber se corro o risco de ficar grávida. Estou desesperada!

R: Claro que corre o risco de ficar grávida. E a criança vai sair pela orelha.

17) A primeira vez dói? Qual a melhor posição para a menina na primeira transa? Tenho 21 anos e ainda não transei porque tenho medo de doer e não agüentar.

R: Dói tanto que você vai ficar em coma e NUNCA mais

vai levantar. Vê se deixa de ser fresca, ô Cinderela.

Ela é bem realista né???

Um beijo pra minha mãe, pro meu pai e pra você!

Hélio - Hélio |12:04 hs comentários[1].

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quarta-feira, 5 de abril de 2006

NO TIME, GOOD TI

NO TIME, GOOD TIMES, MAYBE SOMETIME!

Correria total, é bom porque estou aprendendo, talvem um dia eu tenha férias. Enquanto isso eu publico meus trabalhaos de faculdade, como o texto abaixo.

Os olhos tapados de um falcão

A Rede Globo exibiu no mês passado um documentário sobre o tráfico de drogas na cidade do Rio de Janeiro, o agora famoso "Falcão- meninos do tráfico". É interessante notar que o vídeo foi exibido menos de 10 dias depois da retirada das tropas do Exército de algumas favelas da cidade, ocupação até agora questionada e mal argumentada. Uma clara superexposição de um problema que acomete o Brasil todo, mas é especialmente, para não usar o termo sensacionalista, coberto pela imprensa nos mínimos detalhes apenas na Cidade Maravilhosa.

É notório o poder de persuasão e a massacrante audiência da Globo no País. A população, ainda assustada com as imagens dos soldados subindo os morros, ficou vulnerável e, conseqüentemente, sugestionável com esse fato. A exibição de um documentário como "Falcão" vem só guiar a opinião da massa, aquela ainda apavorada, que com isso chega a considerar aceitável a hipótese de colocar, como na época da Ditadura Militar, as tropas do Exército na rua, na favela e, não é absurdo pensar que, até dentro de órgãos públicos e casas que podem vir a ser consideradas "suspeitas".

O problema do tráfico não se resolve com homens armados de fuzis, seja da Polícia Militar, Exército ou qualquer outra força repressora. O próprio comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, considera que a solução para esse problema passa pela união dos três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), conscientização da sociedade e ações sociais. Aliás, essas últimas constituem a chave para se trancar essa realidade para sempre no passado.

As pessoas que trabalham para o tráfico precisam de dinheiro, são, em sua maioria, pobres e negros. Elas são o retrato de um Brasil que, a cada dia mais, concentra a renda do país nas mãos de uma pequena camada, a elite dominante. É preciso entender que essa atividade criminal é um dos poucos modos de subsistência dos marginais (não no sentido pejorativo da palavra, mas no sentido de que vivem à margem da sociedade).

Ser traficante em favelas cariocas como a Rocinha e o Vide Gal já é um fator cultural, hereditário. Chega a ser clichê um documentário como o exibido, é como se fazer um vídeo sobre as crianças nordestinas que acordam às 4h e andam quilômetros até a roça para ajudarem os pais a tirar da terra seca o sustento da família. Não são realidades muito diferentes se pensarmos que as oportunidades para esses dois povos brasileiros são as mesmas, ou seja, quase nenhuma.

É hipocrisia de uma rede de televisão como a Globo tentar passar uma imagem de preocupação com essas pessoas, as mesmas que ela aliena e torna escravas do consumismo, da mitificação de celebridades momentâneas que vendem de chinelos a carros. Outro fato curioso é que toda essa "sujeira" no Rio de Janeiro vem à tona, mais cruelmente dessa vez, logo após a escolha do ex-governador Anthony Garotinho como candidato do PMDB a presidente do Brasil. Partido esse que faz oposição ao PT de Lula, a quem a Globo é subordinada por depender das verbas publicitárias do governo federal para produzir as já citadas celebridades. Só faltam agora os bienais arrastões nas praias nobres cariocas como Ipanema e Leblon, que sempre acontecem quando algum repórter global está por perto e em anos eleitorais.

O tráfico de drogas está em todos os estados brasileiros. A situação na cidade de São Paulo, a maior do País, é ainda pior, mas não ganha tanta notoriedade, é tratada como se quase não existisse. Corumbá, na fronteira com a Bolívia, potencial produtora de cocaína, e Ponta Porã, na fronteira com o grande produtor de maconha, Paraguai, ambas cidades dentro de nosso Estado, são pontos estratégicos de entrada e distribuição de entorpecentes para todo o Brasil.

É plausível pensar também sobre uma possível invasão das "democráticas e pacíficas" forças norte-americanas a esses pontos. Possibilidade já levantada pelo juiz federal Odilon de Oliveira em uma palestra para acadêmicos de Direito em uma universidade de Dourados. Se até um magistrado como ele, conhecido como "justiceiro" devido aos ousados processos que move contra grandes empresas acusadas de sonegação fiscal, acha certo um absurdo como esse, não será nada difícil convencer a massa de que essa é a solução.

"Falcão" assustou o Brasil, estremeceu a segurança do brasileiro, conseguiu mostrar de forma real as barbaridades de uma realidade não muito distante da maioria da população. Ao mesmo tempo, deu brecha para que idéias extremas fossem colocadas em pauta. Em momento algum se cogitou a hipótese de ações sociais corretivas e de efeito nesses lugares. À força, com medo, através da coação é que a maioria dos brasileiros acha que deve ser resolvido esse problema. Ponto para a Globo.

"O dever máximo da crítica de arte não é determinar a perfeição do artista em geral, mas a singularidade da perfeição em cada artista." - Lionello Venturi, História da crítica de arte.

Fui!;-)

Hélio - Hélio |18:56 hs comentários[3].

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sábado, 4 de março de 2006

Essa porcaria não e

Essa porcaria não está abrindo?:'(

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

EU CONFESSO!

EU CONFESSO!

Gente, sem tempo total. Prometo que isso vai mudar. Estou devendo o meu tradicional balaço anual, o de 2005, mas é que muita coisa ainda não fechou, estou trabalhando isso. Vamos ao texto:

Sim, eu confesso: deixei de cortar meu próprio cabelo e fui a um salão profissional! Para quem não sabe, desde os dez anos de idade sou eu mesmo quem corta essa coisa que ocupa a minha cabeça (trocadilho infamíssimo). Exceto os nove meses (gestação?) que eu fui militar, com classe e Calvin Klein sempre, quando tinha que seguir o padrão militar de corte de cabelo. Enfim, saí do trabalho e caminhei até aquele lugar já desconhecido e esquecido pelo tempo. Após um formal boa tarde (sou educado sim, e é ótimo!) sentei e comecei a apreciar a arte das tesouras.

Longe de mim falar que a cabeleireira parecia o Edward Mãos de Tesoura (lembra da cor do cabelo da Wynona Rider?), ela era pior do que ele. Imagine uma calça azul royal daquele quase extinto tecido chamado gorgurão, claro que toda coberta daquelas bolinhas brancas que são o carimbo da classe-média baixa (toda roupa ruim junta esses "seres"). A indescritível estampa da blusa me deixava zonzo, não quero nem lembrar. Para o grande final, a senhora corta-lava-hidrata-tinge guardou-me uma ótima surpresa: TAMANCO DE SALTO CRISTAL!!!

Decidi me olhar fixamente no espelho antes de sair correndo e abandonar meu projeto de arrumar essa cabeleira vítima de minhas loucuras cortantes. Expliquei o corte e entreguei a Deus. Para minha distração, o salão disponibilizava uma tevê, nem precisa falar que o canal era a Globo, e os comentários mais construtivos do mundo do tratamento capilar. É claro que vesti aquela bregérrima capa bege e entrei no clima, fui viver outro mundo,e com certeza vivi.

Consegui sobreviver ao jornal (MSTV 2ª Edição), mas não consegui escapar a tempo da "fofa" novela Alma Gêmea. A atenção daquele ser com uma tesoura na mão direita atrás de mim estava dividida entre eu, já desesperado para ir embora, e a saga da pseudo-indígena que faz dieta ortomolecular Serena. A tesoura fechava, Rafael chegava, a tesoura abria, a índia que usa Triton e namora um ator famoso sorria... E a operadora capilar sorria junto.

Eu era quem deveria estar rindo disso, não é? Dispensei uma hora inteira do meu apressado e raro tempo livre para cortar esses fios aqui em cima e, de brinde, ganhei um curso completo sobre opinião da massa alienada. Isso será ótimo para mim. Gostei da experiência, pretendo voltar sim! Ah, eu gostei do corte.

"Mas eu não caio do salto, eu não brigo, eu não falto com a minha verdade. Sinceridade? Sai que a fila tem que andar!" - Maria Rita em Conta outra.

Beijo, me liga! Hahahahaha.

Hélio - Hélio |21:48 hs comentários[1].

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

FÉRIAS? NUNCA B

FÉRIAS? NUNCA BEBI. É BOA?

Correria total, sem recesso no fim de ano. Loucura, correria, informação, sono reduzido...

Esse texto é um trabalho meu de faculdade.

Vai e vem

O apitar desenfreado do despertador daquele antigo nokia preto avisa que é hora de deixar os braços de Morpheu. Ainda entorpecida de sono, usa todas as forças disponíveis em seu corpo e mente para abrir as pesadas e sofridas pupilas. Quando abertas, revelam um lindo céu claro, enfeitado por um sol que acaba de chegar. A típica brisa matinal de Campo Grande entra pela janela e lembra que existe um mundo lá fora e é necessário levantar e escovar os dentes. Com a escova ainda molhada e espumosa a passear pela boca que sente falta de dois dentes perdidos há muito, caminha até a pequena e gelada cozinha.

O baile bucal se reveza agora com a arte de fazer café. Água na chaleira, chaleira no fogão aceso, fogão aceso no piso de lajota marrom pago em doze prestações iguais. Chão frio, duro, arranhado pelos pés que novamente passam por ali com destino ao rebocado banheiro. De frente ao espelho, é possível ver que os dentes estão limpos e o rosto lavado.

Entrando no quarto que abriga a cama de casal, alcança o guarda-roupa e escolhe uma calça jeans surrada e uma velha blusa branca de algodão. Coloca os pequenos pés morenos dentro de uma chinela e volta à cozinha para tomar uma xícara de café. Apanha a bolsa em cima da geladeira, ao lado do clássico pingüin, e segue rumo ao ponto de ônibus.

A caminho sempre encontra uma amiga, empregada doméstica como ela, para bater papo até o "verdão" (apelido dado ao ônibus). Ao avistar o carro da linha 072, fica eufórica por saber que não terá que esperar mais. Dentro do típico aperto de um ônibus lotado às 6 e meia da manhã, se vira e retorce para conseguir um bom lugar, onde continua sua conversa com a amiga que encontrou.

Quase uma hora depois, desce no ponto da Rua 25 de Dezembro e anda duas quadras até chegar ao Edifício Sol Nascente. Abre a porta da cozinha e encontra Jully, uma linda cachorrinha poodle, a espera-la para dar bom-dia.

Começa a faxina enchendo o balde de água e desinfetante para limpar os dois banheiros do apartamento. Depois de limpar os sanitários, recolhe a roupa no varal e a coloca em uma bacia para passar as peças após o almoço. Entra no primeiro dos três quartos e arruma a cama, limpa o chão, remove o pó, levanta tapete, arruma a roupa jogada, fecha gavetas e assim o faz nos outros dias da mesma forma, como se fosse um ritual religioso.

Deixa o último dormitório e começa a lavar a louça na cozinha. Enxuga as peças e começa a preparar o almoço, consultando o congelador da geladeira e o armário ao lado. Apronta as panelas, frita, cozinha, empana, tempera, corta e serve. Todos servidos é hora de almoçar e logo após já começar a lavar toda a louça da refeição. Enxuga tudo, guarda e inicia outro ritual metódico: o de passar a roupa.

Seus olhos cansados refletem os 38 anos de idade que tem. Sempre trabalhou muito, cuidou das irmãs e da mãe. Agora é casada com Lairton de Souza Neves, de 40 anos. Nunca teve filhos, sempre dedicou sua atenção aos sobrinhos, que eram como se fossem seus próprios frutos.

Nenhuma peça de roupa sem passar, entra no banheiro e tranca a porta. Cinco minutos mais tarde sai perfumada e com aquela bolsa que dorme em cima da geladeira (ao lado do pingüin). Fecha a porta, entra no elevador e caminha duas quadras até o ponto.

Embarcada no já conhecido 072, enfrenta toda aquela ginástica por um lugar. Chega em casa e faz o jantar para o marido. Toma banho e se perfuma toda faceira. Deita na cama, dá um beijinho no marido e... Rosana de Souza Neves ouve novamente aquele apitar desenfreado.

"Eu sou várias versões de um mesmo tema seguindo o fluxo vital". - Hélio Filho.

Amuá!

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