sexta-feira, 1 de agosto de 2008

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

QUER?

Eu quero a paz. Quero paz. Sempre admirei a serenidade, mas estava sempre muito ocupado com idéias bobas para procurá-la e, o que é mais importante e essencial, cultivá-la. Cansei de lugares cheios, fumaça, filas, pseudos. Adoro dançar, sempre fui de me desfazer na pista, mas sei lá, descobri coisas melhores. Não estou falando só de festas, de noite, quero paz, repito.

Paz de espírito, acima de tudo. Não quero mais chorar, não quero mais climas ruins, mal-estar, costas viradas e mentes fervilhando de possibilidades. Quero ficar quieto no meu canto com meu amor e não fazer nada além de coisas ótimas a serem feitas a dois, só dois. Pode parecer caretice, mesmo com meu jeito um pouco adiantado, sou careta, sim, assumo. Gosto de coisas tradicionais e odeio pessoas que atentam contra a ordem e o sistema de normas estabelecidas.

Quero tranqüilidade, parcimônia, paciência, silêncio e toque. É tudo o que eu quero. Quero estar sempre em paz com minha consciência para poder dormir tranqüilo, como sempre fiz. Não sei, acho que isso não é pedir demais, é pedir o essencial. Não tenho desejos complexos, nunca fui muito ambicioso e não tenho vontade de ser rico e famoso. Quero ter dinheiro para viver bem e fazer coisas legais do lado do meu amor, sem exageros.

A simplicidade de pequenos gestos me encanta e me seduz fatalmente. Uma flor na bandeja de café da manhã, uma subida de escadas até a vizinha para buscar o óleo e fritar coxinhas, sanduíches furtados e o doce sabor de um beijo sincero. Não tenho grandes aspirações, nunca tive. Sempre me chamaram de filósofo, bobo, acomodado. Não concordo, sou apenas eu, essa constância e linearidade de sempre.

Depois que encontrei meu amor, essa vontade de sorver a vida como um favo de mel ficou ainda maior, mais latente. Só penso em abraços, beijos, amor, suor, brincadeiras bobas e em ouvir apelidos fofinhos, como Fofinho. Para mim, o mais importante na vida é ser feliz. Como? Com a consciência tranqüila, o coração leve (paradoxalmente preenchido) e a certeza de que durante a noite acordarei, acenderei meu cigarro e escutarei a respiração pesada do meu amor.

A vida é assim, pelo menos a minha, pra mim, na minha visão. Não quero deuses em minha cama, não quero fortunas em minhas contas e não me interessam as comidas que não têm o sabor de tempero de casa, de aconchego, de gostosura de criança ou cheirinho de cozinha da mamãe. Isso é bom, é disso que eu gosto, é por isso que sou feliz. E você, o que quer?

Hélio - Hélio |16:15 hs comentários[0].

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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

POESIA

Engraçado, nunca gostei de poesia, acho que li meio livro desse tipo durante minha vida toda. Mas às vezes me meto em umas de escrever esse gênero, não sei se fica bom, se fica ruim ou se apenas fica. Como é uma sequência de palavras de forte carga sentimental, acho que o meu momento atual influenciou. Aí está, mais uma, para minha chuleta inspiradora.

Ah, mar

Eu gosto do ritmo do mar, mas aqui não tem mar.

Tem chuva, pingos grossos e gelados.

Quando não tem chuva, a cidade fica cinza, cor de fumaça.

Quando não há fumaça, vejo as estrelas noturnas.

Aquelas do céu, não as de brilho falso aqui da Terra.

Eu continuo gostando do ritmo do mar, mas aqui não tem mar ainda.

Tem chuva, gente apressada e muitos carros.

Quando não tem carros, consigo passear ao lado do meu amor pela praça.

Se não tem praça, gostamos de andar devagar pelas ruas.

E continuamos caminhando com a certeza de quem erra.

Eu adoro o ritmo do mar, mas ele está longe.

Está distante desse ritmo de milhares de calçados.

Sapatos, botas, tênis ou qualquer outra coisa que no chão barulho faça.

Esse chão que sente a dor de sustentar tantas alegrias alheias.

Alegrias douradoras como a esperança da porta que nunca cerra.

O mar, o ritmo do mar, a distância do mar.

Ele está lá e nós aqui, felizes e sempre abraçados.

Juntos, colados e tranqüilos como o homem de bem que nunca caça.

Preserva, deixa viver, permite que o amor percorra o caminho de todas as vidas.

Amor, como ele é bom, satisfaz, embriaga e encerra.

Não desejo mais o mar, quero só o ritmo litorâneo do amado.

Hélio - Hélio |16:13 hs comentários[0].

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terça-feira, 13 de novembro de 2007

SIGNO

Antes de acreditar em horóscopo prefiro acreditar em pessoas. Não é possível que em um mundo com mais de 6 bilhões de habitantes existam apenas 12 tipos de personalidades. Não, não é bem assim. Reconheço que a astrologia é uma ciência antiga, séria como qualquer outra e livre de dúvidas. Séculos de estudo formataram um conjunto de definições usadas atualmente para colocar os seres humanos em baias comuns de acordo com seu mês de nascimento. Não concordo.

Sou de Capricórnio, ascendente em Aquário e lua em Peixes, um atrás do outro na seqüência do horóscopo. Às vezes fico bravo por achar que até isso na minha vida tinha que ser regrado, ordenado. O quê isso quer dizer? Nada frente à vontade individual de se viver uma vida melhor. Sim, o livre arbítrio, presente divino, nos deixa escolher qual é o melhor modo de se viver a vida.

Para mim, esse jeito magnífico de efetuar minhas ações diárias é moldado por experiências passadas, reflexões no presente e confiança no futuro. Sim, eu vivo minha vida como bem escolher. É inacreditável pautar seu cotidiano pelos traços comuns de seu signo, seguir seus passos diários sempre obedecendo e esperando as previsões do horóscopo diário. A nossa vida só pertence a nós mesmos, e não cabe a mais ninguém querer se livrar de aspectos negativos de seu signo em nome de uma vivência plena.

Um pisciano, por exemplo, não pode se dar o privilégio de chorar sempre que quiser só porque lágrimas são inerentes às características de seu signo. Existe uma realidade antes dessa atitude que deve ser levada em conta. Existem coisas palpáveis importantes que se antecedem a qualquer tipo de decisão tomada com base em previsões dos astros. O horóscopo é um conselho e os signos 12 linhas diferentes de personalidade. O que muita gente na entende é que essa dúzia de tipos de pessoas não se encerra apenas nesse número.

Os signos zodiacais são linhas gerais do temperamento de cada novo ser que vem habitar a Terra. Ele não deve ser o guia de viagem pela vida de pessoas desavisadas. Acredito em meu horóscopo, leio diariamente e levo a sério. Mas não fico na cadeira sentadinho quietinho esperando a proposta de emprego aparecer ou um ente querido entrar em contato, por exemplo. Não podemos esquecer que todo esse emaranhado de estudos dos astros é uma crença, e como tal faz parte da realidade apenas parcialmente, ela na é a realidade encerrada em si.

O mundo oferece vários adendos ideológicos pelos quais seguir, nada melhor do que saber tirar proveito de cada um deles, unindo o que há de mais interessante e sábio em cada um. Identifique-se com seu signo, sim, será proveitoso, mas use isso a seu favor. Reconheça os pontos negativos dele e tente progredir espiritualmente, não se apegue apenas a meras cinco linhas escritas em um quadrado na folha do jornal de todos os dias.

Como já disse, os signos são linhas gerais, não podemos esquecer que cada pessoa é diferente, por isso é chamado de indivíduo, individual, indivisível. Entendeu? Não tiro o crédito dos aspectos apontados pela astrologia, mas não posso aceitar que se esqueça da força moldadora que o mundo tem, que a maturidade traz e que a velhice coroa. Viver é um eterno transformar-se, encaixar-se no lugar onde você se sinta mais feliz. Faça isso, mesmo que seu horóscopo diga o contrário ou que seu signo tenha como característica a aversão a mudanças.

Hélio - Hélio |14:48 hs comentários[0].

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segunda-feira, 12 de novembro de 2007

NATAL!!!

Eis que chega o fim do ano. Luzes natalinas, canções e ícones da data invadem as ruas, enchem nossos olhos, ouvidos e fazem o bolso coçar por uma árvore nova, presentes para a família, jingle bells e tudo mais. Sem contar na necessária preparação psicológica para a ceia. Sim, quem tem uma família como a minha precisa disso. Imagine uma avó, uma mãe, uma tia, três irmãs, duas sobrinhas, duas primas de primeiro grau, duas de segundo, três cunhados, dois maridos de primas (chamados carinhosamente de primos) e mais convidados animados que encontram no seio dessa família alegria e carinho na data.

Coloque nesse caldeirão o fato dessas pessoas serem descendentes de libaneses e italianos e terá uma mistura explosiva. Muitas mãos gesticulando, muita gente falando alto e afoitamente (ao mesmo tempo!), frases incisivas, brigas por causa da calda do pudim e crianças correndo de um lado para o outro gritando seu nome e pedindo para você as balançar pelo braço a noite toda. Amo muito tudo isso.

Família a gente não escolhe, mas se fosse me dado esse privilégio, escolheria a minha, com certeza. Adoro o jeito efusivo da minha mãe falando sempre alto, rindo mais alto ainda, falando ?ah, vá se catar? em tom de brincadeira toda vez que alguém a censura por causa de seu bom e velho Hilton longo. Isso sem falar no pique para dançar que algumas caipiroscas imprimem a essa senhora.

Natal sem as receitas deliciosamente incríveis da minha prima Fernanda, a baixosa, é impensável. É ímpar vê-la super empolgada agitando as mãos com o novo modo de fazer um bolo de chocolate com trezentas camadas e cinco mil tipos de recheios diferentes. Sempre inventando algo novo, sempre neurótica se alguém tenta ajudar ou coloca a mão na receita. Baixinho é fogo!

É claro que também não pode faltar minha irmã Lela, vegetariana, condenando os bárbaros (no caso, a família dela), por devorarem mais de três tipos diferentes de animais assados, fritos, cozidos. Os sustos com a quantidade de calorias que cada prato pode vir a ter também são um show à parte. É hilário vê-la com sua pequena porção de salada no prato se deliciando em ritmo natalino.

Sempre enchendo o saco dela, minha irmã Veridiana com certeza estará tirando sarro de todo mundo, contando histórias íntimas de todos para todos,e deixando esses mesmos todos sem graça, mas sorrindo, sempre. Ela vai falar mal de todos, colocar defeito na vida deles, mas sempre vai encerrar a crítica com um ?ui? debochado, engraçado e dissipador de maus comentários acerca de sua ação.

Na mesma onda, minha prima Silvia e seu marido estarão sempre prontos para colocar uma boa música sertaneja no som (não vou discutir gostos musicais, é Natal, caridade é o mínimo), bebendo um gelado chopp e deixando todo mundo sem graça com as piadas impróprias, os gritos de ?irrú!? e os rompantes festivos com direito a fogos, mais gritos e muito bom humor. Casal 20.

Lembra da baixinha? O marido dela ficará sentado em uma cadeira a noite toda bebendo, bebendo e... bebendo. Quando ele ficar um pouco bêbado vai começar a querer recuperar o tempo perdido e puxar papo, lá pelas altas horas da noite, com todo mundo, dando suas opiniões não muito bem fundamentadas com seu jeito único de ser.

É claro que as duas filhas dele, minhas primas, estarão querendo sentar no colo dele, sair, sentar de novo, correr em volta, gritar (muito!) e rir. Duas coisas fofas loirinhas e cheias (muito!) de energia. Elas vão agitar (muito!) em qualquer lugar onde estejam. A mais velha, aficionada pela Barbie, estará ansiosa esperando mais um presente - da Barbie, for sure!

Meio desordenada monitoramente, minha irmã Viviane sempre quer ajudar a cozinhar (é claro que ninguém deixa, são loucos, mas nem tanto). Tolhida, se julga feliz levando os pratos e guardanapos à mesa. Sempre dá certo no final. Ela é casada, mas isso não rende texto, next! É ela quem sempre ?tenta? tirar as fotos da família, um pouco sem técnica devido ao avançado nível alcoólico da fotógrafa. Mas ela estará sempre animada para dançar, ouvir as piadas infames, brincar com as crianças puxando pelo braço e exercer sua profissão de farmacêutica regulando os remédios da família.

Inclusive as caixas, caixas, caixas, caixas, tonéis, caminhões, galpões e contêineres de comprimidos, pomadas e soluções da minha avó. Sempre com seu lencinho enfiado no sutiã, lugar onde também costuma guardar dinheiro, ela fica a ceia toda beliscando aqui, ali, acolá, e no fim da noite diz plácida: ?Comi só uma lasquinha dessa ceia, estou de regime!?. Todo ano rola quibe (cru, assado) na ceia feito por ela (comj os netos metendo a mão na bacia pra experimentar toda hora). Casa de libanês, tem que ter.

Tem que ter também minha tia Ângela tirando sarro de todo mundo e brava quando o assunto da roda divertida é ela. Sempre questionando cada pequeno (ínfimo, mínimo) aspecto da vida de todos os presentes, seus relatórios finais da noite sobre as vidas de seus entrevistados são tão detalhados que assustam. Mas seus bombons para a ceia e as canjicas que fazia para mim na infância perdoam qualquer deslize.

Esqueci de alguém? Eu! Verdade. Eu estarei comendo muito queijo que sempre tem à mesa, bebendo vinho (branco para não ter azia), rindo de cada uma dessas maravilhosas pequenas diferenças entre os integrantes da minha família e respondendo às perguntas da minha tia, balançando minhas primas pelo braço, ouvindo gritos porque comi antes da hora, saindo de perto de todo mundo para fumar sem ser recriminado (resquícios de uma mãe que fuma muito e traumatizou a família, hahahaha) e esperar o almoço de Natal.

Adoro esse almoço: os restos da ceia requentados (os mesmos restos que permanecerão na geladeira por dias, semanas...), todo mundo de ressaca, alguns com a roupa nova que ganharam e todos, todos muito felizes por terem a família que têm. Eu amo minha família, cada pequena diferença das pessoas que a compõem. Eles me ensinam, me colocam limites necessários e sempre me apóiam nas coisas que me farão feliz. Bom Natal, desde agora!

Hélio - Hélio |16:44 hs comentários[1].

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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

FASES

Seres humanos são realmente engraçados. Temos fases, às vezes umas completamente diferentes das outras. Não que essa mutação seja ruim, pelo contrário, renova, recicla e ensina. Não estou falando de sentimentos, opiniões, a essência do sujeito como tal. Quero falar sobre atitudes que essas fases nos impelem tomar.

Voltei a ler diariamente, sinto agora que me faltava apenas uma pequena coisa: descobrir que ler dentro do ônibus e nos apertados minutos da hora do almoço é muito melhor do que atarracar um mp3 player no ouvido e não escutar o canto dos pássaros de Higienópolis ou a corrida desenfreada dos carros paulistanos (tudo bem que essa última parte não é tão poética como a primeira, mas faz parte de um viver completo).

A retomada se deu com Esboço para uma teoria das emoções, do Sartre. Filosofia pura, agradeço agora a mim mesmo por ter comprado, nos meus primeiros dias na paulicéia, uma edição pocket. Ufa! Não que eu não goste de livros grandes, grossos, pesados, com capa dura e direito a epílogo, notas do autor, introdução e muitas notas de rodapé. Adoro-os! Confesso, amo o cheiro, o peso, a estética toda envolvida nesse processo físico e subjetivo ao mesmo tempo que é o ler e transcender.

Sim, porque ler por ler não é uma leitura, é um cumprir de tarefas. Mas, voltando a Sartre, sua leitura foi seguida por Helena, do velho e bom Machado, e agora estou prestes a terminar Eurico, o presbítero, de Herculano. Não sei se por incentivo dessas boas linhas já perpassadas, ou se por um vento inspirador, percebi hoje que voltei a escrever diariamente por aqui, mesmo não contando com o assíduo público dantes.

Pelo terceiro dia consecutivo, me disponho a surrar as alvas teclas e oferecer mais algumas frases a esse sítio eletrônico. Sítio eletrônico foi boa, risos, ótima! Nos fins de semana me recuso terminantemente a acessar a internet ou me colocar frente a um computador, meus tendões já me incomodam e resguardá-los se torna, neste momento, quase que vital. Por isso, me lanço a dúvida se escreverei na segunda-feira. Acho que sim, provavelmente sim. Tudo vai depender das fases das quais comecei o texto falando (e acabei quase me perdendo em seu decorrer).

Estou gostando de voltar a escrever todos os dias textos extra trabalho. Quem sabe não termino o romance que comecei no início do ano enquanto reunia corpo e mente para andar de muletas. Será que ainda estou na mesma fase? Certamente não, mas a vontade persiste, isso é determinante.

Hélio - Hélio |14:44 hs comentários[0].

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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

*CHUVA*

Chove em São Paulo, há dias. Hoje relâmpagos cruzaram o céu e trovões deram o ar de sua graça com seus sonoros estalares. Sempre adorei chuva, tempo nublado, vento, frio. É claro que não gosto muito dessas precipitações quando, por exemplo, estou no meio da Consolação esperando o ônibus. Às vezes venta e o ponto não serve tanto assim como abrigo seguro.

Mas enfim, que venha a chuva e que essa água celeste lave as almas, corpos e coisas dessa tão desorganizada terra. Há uns três anos escrevi aqui um texto sobre a chuva, falava da dificuldade de andar com guarda-chuvas se cruzando pelas apertadas calçadas e incomodando os nem tão relaxados sustentadores dessas peças. Que seja.

Pluvialidades (neologismo puro) à parte, adoro olhar através da janela e ver aquela paisagem sumindo por entre grossos pingos de água, que eram vapor, que eram água, que eram vapor, que eram nuvens no céu servindo para alguém as mirar e descobrir desenhos absurdos, sentindo nisso o doce sabor da infância.

Banho de chuva então, hum. Coisa maravilhosa, limpeza total. Não sou umbandista, mas acredito em banho de descarrego. E nada como uma chuva bem forte e douradora para cair sobre a pele e arrastar em seu caminho rumo ao solo todas as impurezas que carregamos em nosso corpo. A alma parece se portar também de mesmo modo, sendo totalmente libertada de restos de medos e tristezas.

Queria que chovesse muito em uma hora que eu pudesse tomar banho de chuva tranqüilamente. Mas tem que ser uma chuva boa, sem raios (minha mãe sempre dizia para não sair se estivesse trovejando). Vou pedir a São Pedro um agendamento pluvial, será que consigo?

Hélio - Hélio |15:46 hs comentários[2].

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quinta-feira, 1 de novembro de 2007

PERCORRENDO

É engraçado voltar a escrever especificamente para meu blog. Há muito tempo, tudo o quê publico aqui são matérias feitas em jornal ou algum outro texto que fiz para outro fim. Hoje decidi parar um pouco e escrever especialmente para meu querido blog, cúmplice há quatro anos.

Estava me lembrando esses dias que quando abri esse blog ainda estava servindo o Exército Brasileiro, braço forte, mão amiga, como já diz o próprio slogan. O braço foi forte e por isso a mão se tornou amiga. Lá aprendi a ser homem de verdade, honesto, honrado, reto, digno de confiança. Aprendi que nada mais na vida vale do que a sua própria consciência, o encostar-se ao travesseiro de noite e dormir tranqüilamente. Paute suas ações pelo bom senso e todo o resto lhe será concedido.

No ano seguinte fui trabalhar na escola onde me formei, ao mesmo tempo em que dividia meus dias, integralmente, com as quase 12 horas de trabalho em meu primeiro emprego na área de Jornalismo. Muito trabalho, pouco dinheiro, muito cansaço, boas risadas. Valeu a pena.

Passados onze meses, lá vou eu enfrentar uma redação de verdade, e que redação. Pelo menos nove horas de ralação por dia, muito estresse, correria, tensão. Tira foto, entrevista, corre, pula muro, cerca político e entra até dentro de presídio de segurança máxima no auge de uma rebelião. Às vezes paro e começo a refletir que cada lugar desses que já estive me ensinou alguma coisa de valioso. Por essas andanças diárias e quase intermináveis encontrei gente simples e acolhedora, sempre pronta para servir um café ou um gelado copo com água. Lidei com bandidos, sempre negando seu crime, e policiais, sempre respeitando o trabalho da imprensa, mesmo que às vezes vagarosamente demais.

Um ano e meio depois e lá vou eu assumir a editoria de Cultura de um jornal impresso, isso não sem antes passar pelas outras editorias como teste. Muito trabalho, delicioso, diga-se de passagem, muita criatividade e os obstáculos de sempre a serem vencidos: preguiça dos outros e falta de visão dos mesmos.

Eis que um dia um clarão de amor passou pela minha frente e me fez deixar tudo para morar em São Paulo, a Terra da Garoa. Muita gente, muito trânsito, emprego novo, amigos novos, alguns antigos, ruas novas, sentimentos novos, vida nova. Agora não é mais apenas eu, somos nós. Divido minha vida, meu tempo, minhas idéias e meu amor. Tento a cada dia conquistar mais e mais a pessoa a meu lado, fazendo de tudo para ser feliz e promover a felicidade.

Engraçado como tem hora que bate uma vontade de repassar tudo na cabeça e ver cada pequeno detalhe da nossa vida. Fiz isso agora, me vi casado, feliz, mais maduro e menos duro, austero. Provavelmente ninguém lerá esse texto, visto que a atualização deste blog é uma lenda, sempre emperrada nas malhas do trabalho e engendrada nas teias da preguiça. Enfim. Estava com vontade de escrever, mas não escrever apenas, escrever sobre mim, como fazia diariamente antes de entrar nessa guerra diária da vida efetivamente adulta.

Aos que me lêem, um grande abraço e boa sorte sempre na vida. Aos que já abandonaram o barco cansados de buscar novidades neste espaço, meu entendimento, minha compreensão. Afinal, é preciso colocar diariamente um pouco de água dentro do vaso da flor, mesmo em dias nos quais a chuva quase a alaga por completo. Acho que é isso. Tchau.

Hélio - Hélio |14:35 hs comentários[4].

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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Tudo novo por aqui. Até minha senha mudou. Eu mudei. Meu emprego mudou. Bom, depois explico tudo, nem sei se alguém ainda acessa isso aqui. Mas enfim, um texto novo.

Por que escolhi me especializar em Jornalismo Literário

Sempre me interessou muito as maravilhosas histórias contadas por mestres da escrita. Desde a forma física de um livro ? com sua capa, folhas, cheiro e a sensação do toque ? até as conclusões mais subjetivas tiradas das várias linhas impressas, tudo me encanta e faz querer a cada dia mais me dedicar à arte de costurar as palavras. É uma oportunidade para se criar outro mundo, outras emoções, colocar no papel todos os desejos não-correspondidos e todas as angústias não-resolvidas. Escrever pode ser uma terapia, uma fuga, uma válvula de escape para emoções que nem sempre podem ou conseguem ser expressas no mundo real.

Para mim, uma pós-graduação em Jornalismo Literário significa aprender a como construir essas histórias de uma forma organizada e inteligível, atingindo meu objetivo de fazer com que o leitor consiga ser completamente envolvido pela narrativa que lê, sentindo prazer em virar cada página, querendo sempre ler mais e mais até o fim do livro. Sabendo como organizar essas idéias de uma forma esteticamente aceitável, pretendo guiar os olhos curiosos desse leitor por um labirinto de acontecimentos capazes de o tirar da realidade e conquistar de vez seu tempo livre para a leitura.

É muito importante nos dias de hoje a presença de agentes capazes de realizar essa ponte entre o leitor desinteressado e os livros na estante da biblioteca. Com a crescente modernização do mundo, cada dia mais atribulado e confuso em suas diretrizes, é preciso que haja cada dia mais uma força contrária à depreciação da escrita bem elaborada. Fazer uma especialização em Jornalismo Literário significa para mim iniciar a busca por um conhecimento necessário para fazer com que contos, crônicas e romances voltem a fazer parte do cotidiano e dos pensamentos das pessoas. É preciso termos sempre pessoas preocupadas em manter a tradição de uma literatura bem escrita e cuidadosamente construída, sem ferir os padrões de linguagem.

Com a força da internet, acompanhada de sua linguagem abreviada e totalmente própria ? ou imprópria -, torna-se uma questão de necessidade formarmos profissionais capazes de conquistar principalmente os jovens para o campo da leitura. É notório que uma nação bem esclarecida se desenvolve melhor, e esse esclarecimento passa pela leitura, pela ampliação de pensamento que ela proporciona.

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