quinta-feira, 13 de maio de 2004
TODA CONSEQUÊNCI
TODA CONSEQUÊNCIA É GERADA POR UMA CAUSA
Recebi este e-mail, achei muito legal e ai está. ;-)
Qualquer semelhança com a sua vida é mera coincidência.
Desabafo de um ex-namorado de uma ex-menina boazinha.
Quem tranformam as mulheres em galinhas... são os próprios homens.
Tudo bem. Queremos meninas legais, sexies, taradas, bonitas, inteligentes e boazinhas... Muito fácil falar, pois quando aparece uma assim, de bandeja, a primeira coisa que a gente pensa é: Oba, me dei bem. Ficamos com elas uma vez, duas. Começamos a pensar que essa é a mulher que as nossas mães gostariam de ter como noras. Se sair um namoro, vai ser uma relação estável. Você vai buscá-la na na faculdade, vocês vão no cinema, num barzinho, vai ter sexo toda a semana... Tudo básico, até virar uma rotina sem graça... Você vai olhar os caras bem vestidos e bem humorados indo pra noite arrasar com a mulherada e vai morrer de inveja.
Vai sentir falta de dar aquelas cantadas infalíveis na noite, falta de dar umas olhadas pra uma gata, ou de dar aquela dançadinha mais provocativa na pista.
Você pensa: Acho que não estou pronto pra isso, pra me enclausurar pro resto da vida nesse namoro. E a boa menina se transforma numa mala, e aos poucos vai surgindo um nojo dela, uma aversão.
Quando tu vê o nome dela no celular, não dá vontade de atender.
JÁ ERA. Daí aquela promessa de vida estável vai por água a baixo, se a menina Não se dá conta, a gente começa a ser grosso, muito grosso. E a pobre menina pensa: O que eu fiz?? Coitada, ela não fez nada, a culpa é nossa mesmo.
Aí, a gente volta pra nossa vidinha, que a gente odiava até semanas atrás.
A gente não vê a hora de sair e arrasar na noite. Grande ilusão. Você chega em casa depois da balada, sozinho e fica tentando descobrir porque você não está satisfeito. De repente foi porque a menina da night, a linda, gostosa, misteriosa, ficou contigo, passou a mão, rolou algo mais, mas nem sequer pediu o número do teu telefone. FRUSTRAÇÃO. Daí, por mais que você não queira, você pensa na sua menina boazinha que você deixou pra trás.
Enquanto isso, a boa menina, chateada, lesada, custa a entender o que ela fez pra ter te afastado dela... Daí essa dúvida vira angústia, que vira raiva. Aí a menina manda tudo a p$?#..que pariu... Não quer mais saber de nada, só de sair beijando muito cara. Resolve não se envolver mais, pra não sair lesada, chutada ou chateada.
Muito bem, acabamos de criar uma monstra... O tempo passa e a gente continua na mesma... Volta a reclamar da vida e das mulheres. Elas sóquerem as coisas com homens cachorros e não estão nem aí pra nós... Elas são assim por culpa nossa.
A mulher vulcão da night de hoje, era a boa menina de outro homem ontem...e assim sucessivamente. Provavelmente, essa nossa ex-boa menina, deve estarenlouquecendo a cabeça de outro homem por aí.
E eu a perdi para sempre, ela virou uma mulher enlouquecedora e a encontrei na balada e nem olhou para mim.
Ass: Ex namorado arrependido
Viu? Nem sempre as pessoas têm culpa do que são.
Fui!
"Só quero saber o que pode dar certo, não tenho tempo a perder." - Titãs.:-D
Hélio - Hélio |15:34 hs comentários[6].
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terça-feira, 11 de maio de 2004
CHAPARRO, O CHAP
CHAPARRO, O CHAPADO
Uh, ontem teve a palestra do Manoel Carlos Chaparro. Ele deve beber muito para falar daquele jeito. Bom, vamos partir do começo:
Primeiro eu quase o derrubei na entrada do Glauce Rocha para cumprimentar o Profº Ijuim. Depois ele começou a palestrar, com um sotaque lusitano que atrapalhava todas as minha anotações, a alta velocidade de sua dialética também.
Ele disse que não existem outras razões para se fazer jornalismo a não ser as éticas. Tá bom, mas e as econômicas?
Todo mundo sabe que o dinheiro move o mundo, ou você dança conforme a música do materialismo ou você "dança"!
É fácil para ele falar que é possível se fazer jornalismo com ética: no começo da carreira dele aqui no Brasil ele fazia jornal paroquial, não precisou mudar todo um texto porque afetava aquele ou este político, partido ou grupo.
Emmanuel marinho disse no seu espetáculo Porã: "Poesia não compra sapato, mas como andar sem poesia?"
É o mesmo para o jornalismo, ética não compra sapato, mas como andar sem ética? Descalço é claro! Se você, querido colega jornalista, não deixar seus interesses de lado e assumir os do seu patrão pára de andar.
Quem vai querer passar fome mas continuar sendo ético?
O problema não é ser anti-ético ou não, é o porque ter que ser!
Infelizmente a liberdade de imprensa existe sob o véu dos interesses econômicos. Como dizia K. Merton e Paul Laszersfeld quem sustenta a rádio, escolhe a música!
Quer fazer jornalismo independente? Faça um blog! Inclusive o Sr. Chaparro citou os blogs como sendo jornalísticos sim! ponto para nós blogueiros.
Só quem já está no mercado (e não fica fazendo pesquisas) sabe a dificuldade de conseguir a aprovação de suas idéias. Gente a Indústria Cultural de que Theodor Adorno e Max Horkheimer tanto falam existe! Eu sou uma vítima dela, tive que baixar o nível de meu trabalho em nome de interesses do chefe.
Sr. Chaparro deve ser chapado para falar uma coisa dessas, está abstraído da realidade atual. Aperte o "Atualizar" por favor, depois vem falar comigo tá?
Bom,^tenho que arrumar um terno para ir ao casamento de uma amiga minha de infância. Ela me colocou de padrinho e tenho que (infelizmente) estar apresentável!
Ainda por cima, em junho, vou dançar valsa com a minha prima em Maringá, aquela louca que faz Psicologia e fugia comigo de noite pra balada. Mas eu estou com medo, as amigas dela não são muito normais, e estarão todas juntas. Meu Deus! Isto não vai prestar.
Continuando, serei padrinho (de novo) da filha da irmã dela - minha prima também. Ainda bem que vou fazer tudo de uma vez.
Ai, ai.:-d
Acho que já vou indo!
"I need your arms around me, I need to feel your touch!" - Cake em Never there.;-)
Hélio - Hélio |11:04 hs comentários[2].
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segunda-feira, 10 de maio de 2004
NOVA FASE, VELHO
NOVA FASE, VELHOS CONFLITOS
Sexta-feira nasceu minha sobrinha. Tem aquela cara de criança recém-nascida (é claro!), não é bonita nem feia, é criança recém-nascida.
Sempre me falaram que nascemos com cara de joelho. Mentira! Cara de joelho tem quem inventou um disparate deste. Olhe para o seu joelho (é, olha agora, vai!), viu? Então, você realmente acredita que alguém pode nascer com a cara assim? Eu não!
Mas, continuando... minha casa está uma zona total. Fralda para um lado, carrinho para o outro, choro, risada, grito, ou seja, está normal.
Sim meu querido leitor, você já assitiu o filme "A família Adams"? è quase por aí.
Minha avó é um pouco (diria muito) surda, e como tal necessita ouvir várias vezes a mesma coisa para entender, compreendendo apenas quando é gritada. É claro que ela fica brava e fala: "Para quê gritar, acha que eu sou surda?" Normal, digo, o meu normal.
Minha mãe acha que todo mundo é "bem". Para ela todo mundo tem o nome de "bem". Mesmo que você tenha o nome de Anacleto Ananias ela irá te chamar de bem. Ah, ela é tia de todo mundo também. "A tia pega para você. Fala aqui para a tia bem..."
Minha irmã mais velha é a mais legal, acho que é porque ela é a mais doida. Desde os 15 anos ela anda pelo mundo inteiro, trabalhando de babá (e dando cerveja para as criancinhas dormirem logo!), enfermeira, garçonete, contabilista...
Mas agora ela parou um pouco, mas não deixou de ser louca. Diz que vai adotar um filho porque gravidez dá muito trabalho, dói, deixa cicatriz...
A minha outra irmã (a que teve filho, filha na verdade) sempre foi a mais alta, magra, loira. Sempre desconfiei da participação de meu pai em sua geração, mas minha mãe garante que nunca pulou a cerca, e é verdade. Nem de corno posso xingar meu pai.
Ah, sim, tenho um pai. Ele mora muito longe de mim (ainda bem!) e casou-se de novo, amigou para ser mais exato. Com isso ganhei duas novas irmãs (mais duas!!!) que nunca vi. Minha madrasta tenta ser legal, mas é muito brega, coitada! Parece uma índia da tribo dos pés-descalços-que-acham-que-são-chiques. Preciso ajudá-la!
Tem também a irmã da minha mãe (não vou falar dos irmãos do meu pai porque são 8!) que é o máximo. Está sempre de bom humor e tem sempre uma opinião formada sobre todos os assuntos. Ela tem duas filhas.
A mais velha já tem uma filha, que parece uma boneca.
A mais nova não tem filhos, mas tem dois cockers, um marrom e um preto. Basta!
Acho que agora deu para perceber de leve a causa desta minha pseudo-insanidade não é?
Não! Se você passar um dia em minha casa (um almoço de domingo já dá!) e não pirar, parabéns! Vá ser professor de Yoga!:-D
Ai, ai, tenho que ir (eu sempre falo isso no final do post né?).
Fui!
"Quem não tem um velho que o compre!" - minha avó em apenas uma de suas milhares de frases, super bem sacadas por sinal!;-)
Hélio - Hélio |17:25 hs comentários[0].
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quarta-feira, 5 de maio de 2004
RAIN
RAIN
Nossa, que chuvarada sem fim! Eu gosto muito de chuva, mas até a hora que ela começa a atrapalhar, depois...
Imagina: hoje eu estava (pelo quinto dia consecutivo) tentando imprimir o jornal que eu fiz, andei quilômetros - literalmente - embaixo daquela torrente de pingos furiosos que tentam rachar a terra com sua fúria!
Era só eu entrar em um lugar coberto que parava, eu saía, começava de novo. São Pedro não deve ser muito meu fã, por isso ele não lê meu blog e eu posso xingá-lo. Porra S.P. precisava me marcar tanto assim?
O melhor da chuva é o trânsito nas calçadas, um erro!!! É um tal de bater seu guarda-chuva no dos outros, na cabeça dos outros, na bunda dos outros, nos toldos, nas outras coberturas.
Mas não termina por aí! Até ontem eu não me lembrava do guarda-chuva (enorme e cor de bosta anêmica) que tinha em casa, por isso usava um muito power de peixes coloridos. Obrigado Faxinha, sua sombrinha exsorcet me salvou!
Lembrei de quando era criança e minha mãe me falava que a chuva era a água que escorria da lavagem de roupa de São Pedro (grrrrr!). Eu não entendia que roupa ele lavava, já que estava sempre com a mesma!
Sempre adorei tomar banho de chuva, mas ultimamente não tem dado tempo.
Quando crescemos deixamos para trás coisas que parecem sem importância, mas fazem muita diferença. Eu era muito mais calmo e até feliz quando tomava banho de chuva (não perdia um, garoava e lá estava eu me acabando), que pena!
Alguém pode me explicar o porque de não haver nenhum (nem aquele tosco que me xinga sempre) comentário?
Vocês não são mais os mesmos queridos leitores, nem eu. Estamos sempre mudando, ainda bem!
Dedos cruzados... lá vou eu ver se o patrão aprova minha obra-prima. Não que eu seja um Raphael, mas dá pro gasto.
Fui!
"Adoro transar com outras mulheres. É como estar explorando meu próprio corpo." - Drew Barrymore, assumindo sua bissexualidade. (Ah, ela namora o carinha do The Strokes, aquele que é brasileiro!);-)
Hélio - Hélio |15:17 hs comentários[4].
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terça-feira, 4 de maio de 2004
PONTO PARA O CON
PONTO PARA O CONTO
Atualizando: agora estou quase viciado em escrever contos. Todos eles são uma metáfora! Falando nisso...
Por uma noite apenas
Seguia sem rumo, triste e desesperado, como que fugindo de si mesmo. Caminhou durante muito tempo e então caiu ao chão sem forças, faminto e sedento. Naquela estrada, há muito abandonada, seu coração parecia dar voltas ao redor do mundo sem nunca encontrar o que procurava. Ao olhar para o céu sentiu-se estranho e começou a chorar, sem perceber que com suas lágrimas derramadas inundava-se ainda mais. Teve medo de morrer ali, sozinho e sem amor, tendo apenas suas lembranças da infância como consolo.
Desde que saira de Montes Verdes, Marcel não sabia o que era ser feliz, sentir a brisa bater leve e fresca em seu rosto angelical, cantar ao banhar-se nas azuis piscinas do Country Club. O tédio e a melancolia da cidade pequena deixaram-no desiludido, sem vida e deformado em seu caráter. Viver em um lugar daqueles era um verdadeiro suplício, todos os dias lhe pareciam iguais e intermináveis. Sua família era poderosa e abastada, mas a alegria nunca foi capaz de ser manifestada em um lugar tão ermo. Mesmo assim, fingia-se feliz e satisfeito por respeito a seus pais, que nunca olharam-no com ternura e afeto. Sua solidão crescia cada dia mais, sua reclusão e saudade também, sabia que era miserável sentimentalmente naquele lugar. Precisava voltar para o seu antigo quarto, onde, por várias vezes, deitou-se e sonhou com as mais belas paisagens do planeta.
Aos dezoito anos fora obrigado a mudar-se, deixar para trás todos os seus sonhos, seus amigos e sua felicidade. Seu pai era um executivo de sucesso que, após o nascimento de seu último filho, decidiu afastar-se da selva de pedra em que vivia. Na opinião de Marcel, este foi o mais grave erro que ele já cometera. Encerrar-se em um vilarejo como Ridaroz era loucura, uma verdadeira falta de consideração com seus sentimentos, um disparate. Restava-lhe aceitar e tentar fazer daquela medíocre vida a sua. As duas primeiras pessoas que conheceu provaram-lhe o que já sabia: estava no lugar errado.
Era já alta noite quando foi tomar uma fresca pelas ruas da cidade, tentar entender o porque de um destino tão cruel e amaldiçoado. Sim, aquilo lhe parecia uma maldição, talvez de algum dos inimigos de seu pai, talvez dele mesmo. Ao passar em frente à única igreja da região fez o sinal da cruz, Deus era a única esperança que lhe restava. Chegando ao jardim central avistou uma sombra em movimento, algo parecido com um homem e um cachorro. Ao passar pela fraca luz de um poste o mistério findou-se, o menino pôde ver, como havia imaginado, um homem alto e tosco acompanhado de um vira-lata malhado de branco e marrom. Percebendo a surpresa do jovem o homem disse:
- Calma pequeno, sou feio, mas não sou má pessoa. Chamam-me de Tonho Quebra-côco, seu criado. Posso saber sua graça?
Fitara-o com olhos de comerciante, como se aquele ser de pele escura e barbas longas fosse algum elo perdido. Nunca havia visto figura tão deplorável em sua vida, sentia-se enjoado pelo forte cheiro de suor que pairava no ar. Não compreendia como um ser humano conseguira chegar a um estado como aquele, virou-se e começou a correr. Os olhos do homem encheram-se de densas lágrimas vindas direto de seu peito. Assustara uma pessoa indefesa com a sua aparência, a única que lhe era possível ter. Preocupou-o muito o rumo que o menino tomara em sua corrida, os lados da antiga fazenda dos Barreto eram famosos por suas inúmeras lendas.
Apenas tentando escapar do lobisomem que acabara de encontrar, o novo habitante daquela estranha cidadezinha corria sem parar. Ao longo do caminho ouvia cães uivando, pessoas rindo e gritando, tambores rufando e pandeiros entoando uma melodia desconhecida. Sua alma estava tomada por um medo sem tamanho, cada segundo parecia arrastar-se por uma imensidão de horas. Parou, olhou à sua volta e em uma pedra sentou-se. Percebeu que estava perdido, não conhecia nada do lugar no qual estava, podia ver apenas uma ínfima luz que despontava naquela terrível escuridão. Hesitou um pouco, mas logo decidiu ir até lá, talvez fosse uma casa onde alguém pudesse lhe indicar um caminho melhor para voltar. A esperança encobre o medo.
Enganara-se quanto ao lugar, era um moinho de cana-de-açúcar muito antigo e parecia estar esquecido. Seu teto de zinco sustentado pelos pilares de madeira formavam uma complexa e extensa cobertura, que abrigava muitos fogões e tachos. Achou melhor esperar pelo sol para retornar à cidade, já não tinha mais coragem de cruzar aquele tenebroso caminho novamente. Sabia que seus pais não notariam sua ausência até a hora do almoço, talvez nunca a notassem. Uma solitária lágrima escorreu de seu olho esquerdo, passeou pelo ar e morreu na úmida terra daquela rústica construção. O silêncio à sua volta era fúnebre, sentia que ali, exatamente onde estava sentado, não conseguiria dormir, devia procurar um espaço maior e mais confortável.
Caminhando alguns passos pôde ouvir o suave e tranqüilizante barulho da correnteza de um rio, que corria ao fundo da propriedade. Mais calmo começou a recordar dos momentos em que havia sido feliz, passeando pelas largas avenidas de Montes Verdes conversando com seus amigos e abraçando seu grande amor. Sim, Bianca era realmente doce e bela, seu rosto de boneca permanecia muito nítido em suas lembranças e ainda mais vivo em seu coração. Por várias vezes relembrou seu primeiro encontro com o amor, então sentia seu peito doer de saudade.
Era uma escaldante manhã de primavera quando a viu pela primeira vez, de blusa vermelha e saia jeans, arrumando seus longos cabelos negros e sorrindo para o sol. Com apenas quinze anos descobriu o amor, nunca mais o esqueceria. Aquela jovem musa tirava-lhe o sono e a razão, consumia seus pensamentos e dominava sua vida. Rebentou em seu peito algo muito forte, uma certeza que só os agonizantes têm: a do verdadeiro amor. Nada lhe parecia mais importante do que ela, nem mesmo sua vida. Após três anos de namoro tiveram que se separar, esquecer todos os planos de casamento e filhos, apagar para sempre a chama que ardia em seus olhos.
Quando regressou de seu devaneio, Marcel notou que havia uma bolsa de couro ao seu lado. A curiosidade é a essência do jovem, ele não conseguiu deixar de investigá-la e em um ato de banditismo tomou-a em suas mãos. Estava quase vazia, continha apenas alguns papéis e um livro. Pensou que poderia aproveitar o tempo que tinha até o nascer do sol para lê-lo. Impossível lhe foi. Era todo escrito em um idioma que ele, mesmo tendo viajado por muitos países, não conhecia. Atirou-o dentro da bolsa e novamente foi tomado pela mais profunda tristeza de um ser: a solidão. Ainda faltavam três horas para o amanhecer, tinha medo de dormir naquele moinho e algo de mal lhe acontecer. A imagem de Quebra-côco assustara-o demasiadamente, deixara-o impressionado. Achou melhor manter-se em alerta, sob vigília. Mas uma doce voz, oriunda da escuridão, fez sua repentina valentia esvaecer-se como por um sopro.
- Perdido meu bom moço?
Saía de trás de uma grande árvore uma linda mulher, cheia de adornos e muito bem vestida. Exalava um cheiro muito agradável de rosas recém-colhidas, trazia nas mãos um cesto muito grande e pesado de onde vinham barulhos muito estranhos. O jovem sentiu-se muito seduzido pela beleza e simpatia daquela misteriosa dama. Não pôde conter-se e, sem pronunciar uma única palavra, atirou-se nos braços delicados que estavam à sua frente. Encontrava-se em transe e enxergava apenas sua luxúria e seu desejo, já não se lembrava mais dos medos que sentira há pouco, tudo se tornara delicioso e irresistível para ele. Como se um novo mundo se abrisse para ele naquele momento, como se seus olhos fossem capazes de ver apenas as coisas boas da vida.
Pelo deleite, Marcel perdeu sua alma e agora não passava de um corpo vazio e desgastado. Por muitas vezes durante aquela noite tentou, em vão, reencontrá-la, mas a bela morena havia levado-a consigo em seu cesto. Sumira por entre a mata escura e, mesmo após muitos chamados, não mais voltara. Foi então que compreendeu uma antiga frase que ouvira de um vendedor de móveis: "Nós somos as escolhas que fazemos." Escolhera errado e estava pagando por isto, aquela mulher avisara-o do preço da felicidade que teve a chance de experimentar. Agora já era muito tarde para arrependimentos, os erros destroem as pessoas fracas, aquelas que não são capazes de aprender com eles,
Lembrou-se mais uma vez de sua amada, mas agora com uma certa resignação típica dos covardes. Tentou andar um pouco, mas caiu desfalecido. Adormeceu profundamente naquele gelado chão de terra vermelha, estava agora à mercê do mundo, não tinha mais defesas, esgotaram-se sua força e valentia, seus sonhos dissiparam-se ao vento e sua consciência repousava após um longo dia. A noite é como um manto mágico, onde tudo é escondido por aqueles que o sabem tecer.
Fazia um forte calor quando o rapaz despertou, os raios solares pareciam querer aquecer aquele corpo sem alma e aquela vida sem esperanças. Passava das nove da manhã e era necessário voltar para casa, mas o que fazer em um lugar tão desagradável quanto o que estava agora? Para quê regressar àquela cidade tão insignificante? Deitou-se novamente e fechou os olhos, ouvindo passos e nada viu, mas ao virar-se em direção ao caminho que percorrera na noite anterior viu uma senhora andando em direção à estrada, carregando um cesto grande e pesado, como o da última madrugada. Correu em sua direção para tentar alcançá-la, talvez estivesse levando sua alma guardada ali. Não hesitou, começou a gritar desesperadamente para que ela o esperasse. Conseguiu alcança-la e fazer com que ela abrisse o cesto, que estava cheio de laranjas insípidas.
Todo o campo pôde ouvir o desesperador grito de Marcel, estava tudo perdido. Nunca tivera amor familiar, Bianca estava longe e sua alma havia ido embora. Começou a correr e gritar pela estrada que há muitos anos estava esquecida. Cansado, começou a caminhar sem rumo durante muito tempo e caiu. Teve medo de morrer, mas suas lembranças pueris consolaram-no. Fora uma criança feliz, mesmo com pais tão ausentes. Repensou em toda a sua vida, arrependeu-se de ter tentado esquecer Bianca nos braços de outra mulher, custou-lhe a alma.
Parado naquela deprimente estrada, decidiu que não deveria mais viver, não havia mais motivos para tal. Um corpo sem alma e uma vida sem amor era tudo o que possuía, isto não lhe alegrava. Tinha mais três irmãos, seu pai e sua mãe não sentiriam tanto sua falta. Já estava separado de seu amor e sem sua essência seria incapaz de faze-la feliz. Sentiria saudade apenas de seu cachorro Technicolor, que era seu melhor amigo e fiel companheiro.
Ergueu suas mãos ao céu e pediu a morte. Este se fechou em enormes nuvens escuras e disparou toda a sua fúria sobre a Terra na forma de um raio, que rasgou Marcel ao meio. Era o fim certo de uma vida que sempre fora errada. ;-)
Gostou? Claro que sim!
Fui!X-(
"Uma vida é tempo demais para se esquecer alguém." - Maysa.
Hélio - Hélio |11:06 hs comentários[0].
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segunda-feira, 3 de maio de 2004
ATÉ QUE UM DIA I
ATÉ QUE UM DIA II
Alaz, hein?
Eu achei que nunca mais iria conseguir terminar este jornal do Colégio Atenas, but I do!
Sim, ficou pronto!
Não é porque foi eu quem diagramou (depois de apanhar pra caramba!), mas ficou lindo, quer dizer, eu acho! Hehehe.
Ah, terminei outro conto (será que isso tá virnado rotina?), agora vem o mais difícil: ter paciência para digitar. Eu tinha que comprar aqueles programas que você vai falando e o computador escrevendo. Adoro a tecnologia, faz-me sentir gente, muito gente, né gente?
Ow, esses dias eu estava perdendo o meu precioso tempo assistindo ao canal da Playboy na tv por assinatura. Muito engraçado (no mínimo!). Tinha duas loiraças, com - é claro - dois suuuuuuuuupeeeeeeeeerrrrrrr peitões e aquela cara de "fuck me harder, please!". O pior não é elas, é quem participa do "pograma": liga um cara (algum débil) e começa a contar sobre alguma transa suuuppper legal que ele teve, então as comportadíssimas apresentadoras (que usam apenas um tapa pêlos pubianos como figurino) começam a dar moral para ele, que se acha o cara, é lógico!:'(
Isso sem falar no cenário: uh, um estouro! Loiras, morenas, ruivas, azuis, roxas, rosas, vermelhas e apenas um cara. Nem preciso dizer o que eles fazem para "animar" o cenário né? Isso sim é que é programa, cultura pura!;-)
Gente, a Assolange (ex- BBB) foi rejeitada até pelo seu silico! Pode? Hahaha, não só pode como deve! Ninguém merece, e ninguém quer, ser o amigo do peito da "Sór"!:-D
Para variar um pouco eu fiz cagada: apaguei todas as fotos do meu blog, achando que assim liberaria espaço para outras. Eu nunca imaginava que elas fossem sair da página, achei que sumiriam apenas daquele breguéssinho (essa é velha!) de imagens, o erro!
Gisele Bündchen disse que não gasta dinheiro com roupas caras, acha isto bobeira. Claro! Ela ganha as roupas caras, por isso não as compra! Vem dar uma de "simplesmente mortal" pro meu lado tá minha filha!;-)
Falando na família Bündchen (agora com biquinho), Jéssykah passa bem. Ainda com sua azeitona de estimação (isso vai longe né amiga?), a top de franja Nike Air Max II Plus continua desfilando seu brilho e beleza pelas ruas de C.G.
Tonhão do Caminhão continua apaixonado por Beterraba, a coisa tá séria: estão morando juntos, claro que quando a Dona Moitepecheguaretê (bate na madeira) não está em casa. Um típico (será?) casal feliz. Viva os noivos! Viva eu também!
hells.vibe soundtrack::::>>> Alguém/August day song/Bananeira - Bebel Gilberto. Sendo filha de quem é, nem preciso falar nada, ela arrasa!
Ai, acho que já vou, esqueci de algo? Claro que sim! Eu sempre esqueço, mas é isso que me faz escrever de novo. Se eu escrevesse tudo de uma vez, não precisaria escrever mais!
E...fui!

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